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CaixaBank vai tirar BPI de bolsa

O CaixaBank comprou mais de 8% do capital do BPI ao Allianz, passando a deter mais de 92% do capital do banco. E vai avançar com a retirada do BPI de bolsa.

Miguel Baltazar
Sara Antunes saraantunes@negocios.pt 06 de Maio de 2018 às 18:09

O CaixaBank revelou ter comprado mais 8% do capital do BPI por quase 178 milhões de euros. Ficou assim com 92,935% do capital do banco liderado por Pablo Forero.

Após esta operação, o accionista decidiu prosseguir com a retirada de bolsa do BPI. Se a decisão for aprovada, em assembleia-geral e pelo regulador do mercado, o CaixaBank avança com uma oferta pelas acções que não detém. A contrapartida será de 1,45 euros - o mesmo preço pago ao Allianz - o que implica um prémio de 22,7% face à actual cotação e de 27,9% face à oferta pública de aquisição (OPA) realizada no ano passado.

"O CaixaBank informa que acordou adquirir de sociedades do grupo Allianz acções representativas de 8,425% do capital social do Banco BPI. O preço total desta aquisição é 177.979.336,50 euros, o que corresponde a 1,45 euros por acção do Banco BPI. Em virtude desta aquisição, o CaixaBank passa a deter 92,935% do capital social do Banco BPI", revela o comunicado emitido este domingo, 6 de Maio, para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

"É intenção do CaixaBank requerer, nas próximas semanas, ao presidente da mesa da assembleia-geral do Banco BPI uma reunião para aprovar a perda de qualidade de sociedade aberta do Banco BPI", adianta a mesma fonte. 

O CaixaBank revela ainda que o investimento que fará na compra das restantes acções do BPI que não tem será de 149,3 milhões de euros, realçando que a contrapartida oferecida representa "um prémio de 22,16% relativamente ao preço médio ponderado dos últimos seis meses."

Em Janeiro de 2017, o CaixaBank lançou uma OPA sobre o BPI. Na altura ofereceu 1,134 euros. Na altura, a instituição detinha 45,5% do BPI. No final da operação, o CaixaBank ficou com 84,5% do banco então liderada por Fernando Ulrich.

Após esta operação, o BPI foi excluído, em Fevereiro, do PSI-20, o principal índice da bolsa nacional, um decisão que esteve relacionada com a baixa liquidez do BPI em bolsa e com o facto de o "free float" ficar reduzido a cerca de 7%.

As acções do BPI fecharam a última sessão a cair 1,5% para 1,182 euros.

Allianz termina relação com mais de 20 anos
O grupo Allianz era um parceiro histórico do BPI. Foi accionista do banco durante mais de 20 anos, tendo ficado do lado da instituição portuguesa em várias situações. Uma delas foi quando, em 2006, o BCP avança de surpresa com uma OPA sobre o BPI. Os accionistas de referência juntaram-se e recusaram-se a vender. Entre eles estava o grupo alemão. 

O grupo Allianz decidiu não vender a sua posição no capital do BPI na OPA de 2017, tendo apenas agora alienado esta posição.

Mas esta venda não representa o fim da parceria no âmbito dos seguros. O CaixaBank explica que as duas entidades fecharam um acordo para "a reorganização da aliança de seguros em Portugal no sentido de reforçar e aprofundar a relação comercial de longo prazo entre o Banco BPI e a Allianz Portugal relativa à distribuição de produtos de seguro não vida durante os próximos 10 anos."

O CaixaBank adianta que o BPI vai continuar a distribuir seguros vida da Allianz "até ao final do ano de 2019", prevendo-se que "a partir de 2020", o BPI "comece a distribuir produtos de seguro vida do BPI Vida e Pensões." 

(Notícia actualizada às 18:25 com mais informação)

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