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CaixaBank: "O ano passado foi o ano do BPI e este também será"
O BPI contribuiu com 176 milhões de euros para os resultados do CaixaBank. O grupo espanhol avalia de forma "muito positiva" o contributo da entidade portuguesa.
Num ano em que o CaixaBank conseguiu os maiores lucros de sempre, o destaque foi para a consolidação do BPI. "O ano passado foi o ano do BPI e este também será", afirmou Jordi Gual, presidente do Conselho de Administração da entidade espanhola. O objectivo é que o BPI aproveite as sinergias do grupo e consiga reforçar a sua quota de mercado em alguns segmentos, como o crédito.
O CaixaBank terminou o ano de 2017 com lucros de 1.684 milhões de euros, os mais elevados de sempre, e que aumentaram 60,9% face a 2016. O BPI contribuiu com 176 milhões de euros para estes resultados, revelou o CaixaBank. Os recursos de clientes aumentaram 15% para 349.458 milhões de euros, sendo que o BPI contribuiu com 34.963 milhões de euros.
Em 2017, "afirmámos a nossa posição de liderança na banca de retalho não só em Espanha mas na Península Ibérica", afirmou Jordi Gual, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados anuais, em Valência. "Confiamos que o BPI prossiga com as suas boas tendências, aproveitando as sinergias do Grupo CaixaBank", acrescentou.
"O ano passado foi do BPI e este também será o ano do BPI. Temos muita vontade de aproveitar as sinergias", frisou o responsável que realçou que "a quota de mercado no país é menor do que temos em Espanha e há um grande caminho a percorrer".
Também Gonzalo Gortázar avaliou "de forma muito positiva" os resultados do BPI que resultaram de um "trabalho de muita qualidade e muito êxito". "Foi um ano extraordinário. O BPI ganhou quota de mercado em [domiciliação de] salários, crédito ao consumo e crédito a empresas", adiantou o presidente-executivo do CaixaBank.
Os "recursos de clientes cresceram 5,6% com um peso muito relevante dos fundos de investimento", realçou o presidente do CaixaBank. O BPI "mantém-se como o banco com a melhor imagem de qualidade em Portugal e queremos que continue assim", sublinhou.
De acordo com o CaixaBank, o BPI tem uma quota de mercado de 11,2% no crédito ao consumo, 11,2% no crédito à habitação e 8,3% no crédito a empresas. Em todos os casos se verificaram aumentos face a 2016.
Apesar das boas perspectivas que o banco tem para este ano, Jordi Gual também identificou desafios. Em Portugal, são "continuar o processo de desalavancagem que está mais atrasado do que em Espanha, criar emprego especialmente entre os jovens e levar a cabo as reformas que permitam o crescimento e a produtividade do pais".
Questionado sobre futuras operações de consolidação, Jordi Gual afirmou que a "experiência de aquisição em Portugal confirmou-nos que as compras transfronteiriças na Zona Euro e Europa são complexas por razões de legislação comercial e corporativa". Além disso, hoje em dia, com a grande aposta do sector financeiro na digitalização, há possibilidade de apresentar uma oferta aos clientes "sem presença física".
Mas, concluído o Plano Estratégico de 2015-2018, será feita uma reflexão para o plano 2019-2021 e aí será anunciada a estratégia internacional do grupo.
*A jornalista viajou a Valência a convite do CaixaBank.