Notícia
BPI com lucros de 151 milhões de euros até Setembro
O banco liderado por Fernando Ulrich alcançou lucros de 151 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, contra um prejuízo de 114,3 milhões registado um ano antes. O resultado superou as estimativas.
O Banco BPI alcançou um lucro de 151 milhões de euros entre Janeiro e Setembro de 2015, o que representa uma inversão face ao prejuízo de 114,3 milhões de euros alcançado um ano antes.
O resultado líquido, divulgado em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, compara com o lucro de 115,2 milhões de euros que as cinco casas de investimento compiladas pela Reuters previam para os primeiros nove meses do ano do BPI. No ano anterior, as menos-valias registadas com a venda de dívida pública tinham penalizado os resultados.
No terceiro trimestre, o resultado líquido foi de 74,8 milhões de euros. A estimativa média dos analistas apontava para 39 milhões.
A justificar os resultados do banco sob o comando de Fernando Ulrich estão dois factores: a melhoria da margem financeira (base do negócio tradicional de um banco) e as operações financeiras.
Produto sobe, custo desce
A justificar os resultados do banco sob o comando de Fernando Ulrich estiveram dois factores: a melhoria da margem financeira (base do negócio tradicional de um banco) e as operações financeiras.
No ramo das operações financeiras, o número registado foi de 166,9 milhões de euros, uma recuperação face à venda, com perdas, de dívida pública portuguesa e italiana no mesmo período do ano passado.
A redução do custo dos depósitos deu a ajuda no lado da margem financeira. Da mesma forma, já não foram integrados, nas contas de 2015, quaisquer custos com a ajuda estatal, paga na totalidade no ano passado, o que libertou resultados. Apesar disso, a margem financeira ainda sofreu com "o volume negativo da diminuição da carteira de crédito". Este indicador, que resulta da diferença entre os juros pagos em depósitos e os juros cobrados em créditos, fixou-se em 493,5 milhões de euros, uma subida de 30,8%.
Assim, e ainda com o ganho obtido nas comissões, o produto bancário do BPI avançou 49,1% para 894,5 milhões de euros.
No lado dos custos, houve uma quebra de 1,1% para 502,5 milhões de euros, resultado sobretudo dos menores custos com reformas antecipadas registado nos primeiros nove meses do ano.
Resultante da subida do produto bancário e da descida dos custos de estrutura, o resultado operacional do banco quase quadruplicou para 392,1 milhões de euros.
As provisões e imparidades de crédito (dinheiro colocado de lado para perdas futuras com créditos) diminuíram 19,7% para 113,4 milhões de euros.
Angola dá lucro de 105,5 milhões
A actividade doméstica do BPI conseguiu registar um lucro. Em vez dos 197,5 milhões de euros verificados até Setembro de 2014, o banco conseguiu lucrar 38,9 milhões.
Na área internacional, houve uma subida de 34,7% do resultado líquido obtido para 112 milhões de euros. Aqui, o Banco de Fomento de Angola, em que o banco português detém 50,1%, deu um contributo de 105,5 milhões de euros.
Crédito e depósitos descem em Portugal
Na operação doméstica, e em relação ao crédito, houve uma queda de 4,7% em termos homólogos para 22,7 mil milhões de euros – diminuiu nos particulares e aumentou nas grandes e médias empresas.
Já os recursos de clientes subiram 3% em Portugal para 28,4 milhões de euros, apesar da quebra de 2,4% dos depósitos de clientes. Aqui, a ajuda veio dos seguros de capitalização e PPR, vendidos pelo BES Vida.
Em termos de capital, o rácio de referência do melhor capital da instituição financeira Common Equity Tier 1 foi de 9,3%, segundo a nova regulação europeia – um avanço face aos 8,5% de Dezembro de 2014 e 9,1% de Junho. Entretanto, o mesmo rácio, mas calculado segundo as regras transitórias, fixou-se em 10,6%, acima de 10,2% do final do ano passado e 10,5% de Junho.