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BPI teria prejuízos se já tivesse vendido 2% do BFA

O BPI quantificou esta sexta-feira o impacto que teria tido nas suas contas dos primeiros nove meses do ano a venda à Unitel de 2% do capital do Banco Fomento de Angola (BFA), se esta se tivesse processado a 30 de Setembro.

Miguel Baltazar/Negócios
11 de Novembro de 2016 às 21:20
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O banco liderado por Fernando Ulrich (na foto) reportou no passado dia 26 de Outubro um aumento de 21% dos lucros nos primeiros nove meses do ano, para 182,9 milhões de euros, sobretudo devido à subida da margem financeira e à descida das imparidades constituídas para crédito.

 

Esta sexta-feira, 11 de Novembro, o BPI divulgou junto da CMVM um documento onde apresenta o impacto da operação de venda à Unitel de 2% do capital social do BFA – que deverá ser aprovada pelos accionistas do BPI a 23 de Novembro – caso esta tivesse ocorrido no último dia de Setembro.

 

Se assim tivesse sido, com a posição do BPI a passar de 50,1% para 48,1%, o produto bancário nos primeiros nove meses do ano teria sido de 737 milhões de euros, em vez dos 908 milhões (que corresponderam a um crescimento de 1,5%) que foram reportados nas suas contas.

 

Já o resultado líquido teria sido negativo em vez de positivo, uma vez que o banco teria registado perdas de 25 milhões de euros em vez de um lucro de 182,9 milhões.

 

Quanto aos capitais próprios, teriam diminuído em 26 milhões, sendo de 2.360 milhões de euros em vez de 2.386 milhões.

 

O BPI também fez as contas ao impacto nos seus rácios de capital. Diz o banco que se a operação tivesse sido concretizada a 30 de Setembro passado, a venda de 2% do BFA e alteração do método de consolidação para a equivalência patrimonial teriam um impacto positivo de dois pontos percentuais no seu rácio de capital (phasing-in).

 

O comunicado recorda que o contributo do BFA para as diversas rubricas da demonstração de resultados consolidados do Banco BPI em 2016 não será anulado no momento da alteração do método de consolidação para a equivalência patrimonial: "nessa data desreconhecem-se todos os activos e passivos do BFA mas não se desreconhecem os valores acumulados incluídos nos resultados do período".  

 

"O impacto da operação será registado na rubrica rendimentos e encargos operacionais (11 milhões de euros de mais-valia bruta na venda e -182 milhões de reservas cambiais) e em impostos sobre lucros (3 milhões de euros de impostos a pagar pela venda + 34 milhões de impostos diferidos)", refere o documento.

 

Após a operação de venda dos 2% à Unitel, de Isabel dos Santos, a demonstração de resultados consolidada do Banco BPI deixará de integrar as diversas rubricas de resultados do BFA, mas o BPI continuará a apropriar 48,1% do resultado líquido do BFA na rubrica resultados de empresas associadas, acrescenta o comunicado.

 

Recorde-se que esta venda de 2% da participação do BPI no BFA à Unitel foi a solução proposta pelo banco liderado por Ulrich para resolver a sua elevada exposição ao mercado angolano.

 

Com esta venda proposta pela administração do BPI, a Unitel passa a ter a maioria do capital (51%) do Banco Fomento de Angola. Em troca desta proposta de perda de controlo do BFA, que Isabel dos Santos aceitou, o BPI deveria 28 milhões de euros e a garantia de que a Santoro, também da empresária angolana, votaria a favor da desblindagem de estatutos do banco português – o que aconteceu.

 

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