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BPI altera método contabilístico do BFA por "prudência"
A decisão da administração de alterar o método de consolidação da operação em Angola resultará num menor contributo desta atividade para o banco.
O BPI decidiu alterar o método de consolidação do Banco Fomento de Angola (BFA) por uma questão de "prudência". Uma decisão que foi tomada pela própria administração do banco e não por indicação do Banco Central Europeu.
"A alteração não muda nada na nossa relação com o BFA. O que acontece é que contabilizamos cada mês", afirmou Pablo Forero, presidente do BPI, durante a conferência sobre os resultados anuais do banco. "Considerámos, e o nosso auditor concordou, que era mais prudente nos apropriarmos exclusivamente dos lucros que vão ser distribuídos", acrescentou.
De acordo com os resultados do banco detido pelo CaixaBank, o contributo do BFA de 73,2 milhões de euros no ano passado incorpora um impacto de 139 milhões de euros decorrente da alteração da classificação contabilística da participação no BFA, que ocorreu em dezembro.
A instituição financeira deixou assim de ser considerada "empresa associada", consolidada por equivalência patrimonial, para passar a ser classificada como um investimento financeiro em "ações ao justo valor por outro rendimento integral/OCI", como explica o banco.
Ou seja, o BPI deixou de se apropriar de 48% da totalidade dos lucros, independentemente de estes serem distribuídos ou não, para passar a apropriar-se exclusivamente dos lucros que serão distribuídos. Ou seja, "há uma menor contribuição" por parte do BFA para o banco português.
Dividendos de 64 milhões de euros
Relativamente à contribuição da atividade em Angola, Pablo Forero deixa elogios ao trabalho da equipa por ter conseguido alcançar "lucros sensacionais", num cenário de desvalorização da moeda superior a 50% e de abrandamento da economia angolana.
Ainda sobre esta operação, o presidente executivo do BPI revela que o banco já recebeu, no ano passado, 64 milhões de euros em dividendos relativos a 2016 e 2017 por parte do BFA.
As declarações foram feitas depois de o banco ter revelado que os lucros durante o ano de 2018 ascenderam aos 491 milhões de euros, 48 vezes os 10,2 milhões do ano anterior, com o contributo de 396 milhões – ou 80% - da atividade em Portugal.