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Bloco avisa Governo: "Não podemos ter uma Caixinha"

Bloco pressiona Governo e marca debate sobre papel do banco público para as primeiras semanas de 2017. Esquerda critica escolha de Macedo e salário do presidente da Caixa. "A mim também me choca" a remuneração, admite António Costa.

Miguel Baltazar
07 de Dezembro de 2016 às 17:48
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A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, avisou esta quarta-feira, 7 de Dezembro, que a reestruturação da Caixa Geral de Depósitos (CGD) não pode implicar uma redução do papel do banco público no sistema financeiro nacional e começou a pressionar o Governo a discutir o assunto mesmo antes da recapitalização da Caixa.  

"Não podemos ter uma Caixinha em Portugal", disse Catarina Martins no debate quinzenal que decorre no Parlamento. A porta-voz do partido disse ter ouvido o que o primeiro-ministro tinha dito sobre a reestruturação do banco público, mas defendeu que ainda assim é preciso fazer um "d
ebate sobre o que é o serviço público bancário".

É preciso saber se a Caixa está "presente em todo o território" e garantir que não há despedimentos de trabalhadores. "Não aceitamos despedimentos", alertou a líder bloquista. Catarina Martins disse então que é preciso discutir a política de crédito para qu esta seja direccionada para empresas que criam emprego. "O Bloco acha essencial que no próximo ano ano tenhamos condições para discutir isso mesmo: Qual é o papel do banco público."

Na resposta, António Costa garantiu que o Governo quer que a "Caixa seja a Caixa" e assegurou que para isso é preciso uma "boa gestão e uma boa presença", mantendo "uma cobertura completa no território nacional" e nos países de língua portuguesa. Costa disse ainda que a Caixa servirá para apoiar a internacionalização e garantiu que "o plano não prevê despedimentos". Haverá sim uma "redução progressiva [de trabalhadores] tendo em conta a passagem à reforma e processos de rescisão amigável", disse.

Esquerda "chumba" Macedo. Costa chocado com salário 

No primeiro debate quinzenal, no Parlamento, depois de conhecido o nome do sucessor de António Domingues, os partidos à esquerda do PS e que suportam o Executivo na Assembleia criticam a escolha de Paulo Macedo bem como o salário que vai receber como presidente da Caixa (423 mil euros) - igual ao que foi atribuído a António Domingues.

"Não é com satisfação" que vemos o nome do ex-ministro da Saúde do Governo de Passos Coelho ser a opção do Governo para a liderança da Caixa, disse Catarina Martins. Uma análise partilhada pelo PCP e também pelos Verdes. É uma "potencial ameça a um verdadeiro serviço público da Caixa Geral de Depósitos", avisou a deputada ecologista Heloísa Apolónia. 

Bloco, PCP e Verdes também criticaram o salário atribuído. Costa concordou que o nível de remuneração pago contrasta com os salários praticados em Portugal. "A mim também me choca" o salário, disse Costa, tendo porém assumido que seria impossível recrutar para a banca personalidades a receber abaixo do que o sector paga.

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