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BES adia assembleia-geral devido às inspecções aos grandes clientes

A avaliação do Banco de Portugal aos grandes clientes da banca, que atrasou a divulgação dos resultados do BES, terá estado por trás do segundo adiamento da reunião de accionistas, o que não implica qualquer alteração nas contas de 2013. Assembleia agendada para 28 de Abril poderá ainda trazer pequenos ajustamentos no conselho de administração, mas a ordem de trabalhos ainda não é conhecida.

24 de Março de 2014 às 16:06
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A necessidade de reflectir nas contas os impactos da avaliação do Banco de Portugal aos grandes clientes bancários será uma das razões para o Banco Espírito Santo (BES) ter adiado pela segunda vez a data da assembleia-geral anual. A reunião de accionistas, que começou por estar agendada para 2 de Abril, foi adiada para dia 14 do mesmo mês e, na última sexta-feira, 22 de Março, voltou a ser reagendada, desta vez para 28 de Abril.

 

Ao que o Negócios apurou, a demora poderá estar relacionada com o processo de consolidação de contas e a incorporação dos resultados do exercício transversal de revisão da imparidade da carteira de crédito (ETRICC), que levou o Banco de Portugal a passar a pente fino as contas de 12 grandes clientes bancários, incluindo o braço não financeiro do Grupo Espírito Santo GES). No entanto, tal não implicará qualquer alteração aos números divulgados pelo banco, que no ano passado registou prejuízos de 517,6 milhões de euros.

 

Recorde-se que o BES foi dos últimos grandes bancos a acomodar nas suas contas os desequilíbrios financeiros detectados nalguns grandes clientes bancários. Até porque a preocupação da equipa liderada por Ricardo Salgado era não pôr em causa o cumprimento das exigências de solidez e evitar a realização de um aumento de capital no curto prazo.

 

A inspecção do Banco de Portugal acabou por implicar um reforço extraordinário das imparidades no valor de 28,7 milhões de euros. Por imposição do supervisor, o BES teve ainda de aumentar o esforço de provisionamento para activos imobiliários em 52,9 milhões de euros.

 

Reestruturação do GES impõe ajustamentos pontuais na administração do banco

 

Também em resultado da actuação do supervisor liderado por Carlos Costa, o GES tem em marcha uma reestruturação do grupo, que vai resultar numa simplificação da sua estrutura e na separação total entre os membros dos órgãos sociais das sociedades que fazem parte de cada grande área do grupo. Esta última medida vai levar a alguns ajustamentos no conselho de administração do BES que, a concretizarem-se no curto prazo, poderão levar à introdução de pequenos ajustamentos na equipa de Ricardo Salgado já na assembleia-geral.

 

O banqueiro, José Maria Ricciardi e José Manuel Espírito Santo mantêm-se no banco, devendo abandonar a administração da Espírito Santo International, como noticiou o “Diário Económico”. Mas Manuel Fernando Espírito Santo, que é presidente da Rio Forte, deverá deixar de ser administrador não executivo do BES.

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