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BCP atenua queda para 4%
O BCP já esteve a descer mais de 7%, mas aliviou a queda para cerca de 4%. Este comportamento foi uma reacção ao anúncio de adiamento da apresentação de resultados para sexta-feira, coincidindo com dados dos testes de stress.
O recuo das acções do banco liderado por Nuno Amado segue-se ao adiamento por dois dias da apresentação dos resultados semestrais de forma a coincidir com a divulgação dos dados dos testes de stress da banca europeia.
Na sessão desta quarta-feira, 27 de Julho, já foram negociadas mais de 221 milhões de acções da empresa, o que compara com a média diária de 393 milhões dos últimos seis meses.
Minutos antes da abertura da sessão, o banco anunciou ter adiado para esta sexta-feira, 29 de Julho, às 21h00, os resultados de Janeiro a Junho "por forma a fazê-la coincidir com a publicação dos resultados dos testes de stress coordenados pela Autoridade Bancária Europeia (EBA), e realizados em articulação com o BCE".
"A exemplo do ocorrido no teste de stress de 2014, assegura-se assim uma comunicação ao mercado de uma visão integrada da situação do Grupo", referiu o banco naquele documento.
Na sequência dos resultados dos testes de stress, poderão vir a ser detectadas necessidades de reforço de capital do sector financeiro para fazer face a eventuais provisões em carteira. O BCP não consta entre as 51 instituições financeiras cujos dados serão publicados pela EBA esta sexta-feira, mas esta deverá ter informação sobre a situação do banco.
A EBA analisou mais de 100 instituições financeiras europeias, sendo que apenas divulga os dados de cerca de 50 bancos. As restantes entidades poderão assim divulgar a informação sobre a sua situação, o que indica que o BCP deverá assim aproveitar a apresentação dos resultados para dar conta da análise do BCE sobre os seus níveis de solidez.
O presidente do BCP tem reiterado que a situação do banco é estável, tendo inclusivamente afirmado, em Junho numa entrevista à Reuters, que: "temos uma estratégia muito focada e disciplinada e que fique claro: não há nenhuma intenção de pedir capital aos accionistas, nem para fazer uma fusão por fusão, que até acho que não é um caminho viável, para ser sincero".
"Os accionistas podem estar tranquilos", pois "não está a ser equacionada por nós qualquer operação relacionada com o Novo Banco que implique aumentos de capital dos nossos accionistas", acrescentou na altura.
A possibilidade de um reforço de capitais por parte do BCP tem, ainda assim, sido um dos principais pontos de pressão sobre as acções da instituição. Vários bancos de investimento têm alertado para a eventualidade de um novo aumento de capital que, no pior dos cenários, poderá chegar a 3,9 mil milhões de euros, segundo o Haitong.
Numa nota onde esmagou a avaliação do BCP de dez para dois cêntimos por acção, o banco de investimento alertava que "depois dos aumentos de capital do Popular e do Popolare, o BCE parece ter mudado a sua abordagem em relação a bancos com elevados ‘stocks’ de exposições problemáticas e níveis de cobertura baixos, o que acreditamos que poderia eventualmente incluir o BCP".
Além das provisões no crédito há outros factores que, na opinião dos analistas, poderia forçar um reforço de capital, nomeadamente a conversão de créditos na Polónia, o pagamento das Coco’s ao Estado e a própria situação no sector bancário em Portugal.
(Notícia actualizada às 13:10 com actualização da cotação. Altera título para dar conta que as acções caem 4% e não 7%)