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BCE determina administração provisória para banco italiano após rejeição de aumento de capital
O Banco Central Europeu tomou a decisão inédita de colocar uma administração provisória à frente do Banca Carige. Isto depois de o maior acionista do banco ter rejeitado um aumento de capital.
Depois de o maior acionista do italiano Banca Carige ter rejeitado a recapitalização do banco, o Banco Central Europeu (BCE) tomou a decisão inédita de colocar uma administração provisória à frente da instituição financeira.
A nova equipa vai focar-se na redução do risco no balanço e na possibilidade de encontrar um parceiro para o banco, referiu a entidade num comunicado citado pela Bloomberg. E entra em funções depois de a maioria dos membros da antiga administração ter decidido abandonar o cargo na semana passada.
Era necessário agir para "estabilizar a governação e procurar soluções para garantir a ‘compliance’ e estabilidade sustentável", referiu o banco central liderado por Mario Draghi, citado pelo Financial Times. Esta administração vai responder ao BCE "de forma contínua" e adotar medidas para garantir o "cumprimento dos requisitos de capital".
Fabio Innocenzi, Pietro Modiano e Raffaele Lener foram nomeados administradores temporários, enquanto Gianluca Brancadoro, Andrea Guaccero e Alessandro Zanotti foram escolhidos enquanto membros de um comité responsável pela supervisão.
O regulador italiano suspendeu a negociação das ações do Banca Carige na quarta-feira, depois de os títulos terem recuado quase 20%, reduzindo a capitalização bolsista para apenas 79 milhões de euros.
Esta queda registou-se depois de a Malacalza Investimenti, o maior acionista do Carige, ter bloqueado uma proposta do banco para um aumento de capital de 400 milhões de euros. Este acionista controla 27,5% do Carige e, com esta decisão, bloqueou uma das medidas fundamentais para recapitalizar a entidade que tem estado em apuros nos últimos meses.
De acordo com o jornal italiano La Stampa, o regulador está a avaliar se a Malacalza Investimenti tem o controlo efetivo do banco e se deve ser forçado a fazer uma oferta pelas ações que ainda não detém.
Da parte do governo de Itália, o Ministério das Finanças está a estudar um plano que poderá determinar a compra do Carige por um preço simbólico, possivelmente pelo UniCredit. Isto à semelhança do que aconteceu em 2017, quando o Intesa Sanpaolo comprou dois bancos com apoio estatal.
(Notícia atualizada às 11:03 com mais informação)