O banco com sede no Funchal afirmou em comunicado que o valor atribuído a Maria da Conceição Leal, administradora do Banif no Brasil, incorpora um prémio de gestão relativo a 2011, depois da recapitalização do banco ter ocorrido, segundo noticia a Lusa.

"O Banif reafirma, portanto, que qualquer ligação entre a atribuição daquele prémio de gestão e o processo de recapitalização com recurso a dinheiros públicos não tem sentido. A recapitalização ocorreu cerca de um ano depois", afirmou em comunicado o banco que, em Janeiro, foi recapitalizado em 1.100 milhões de euros pelo Estado português, que ficou accionista maioritário.

Hoje no parlamento, a deputada Ana Drago defendeu que o valor auferido por Maria da Conceição Leal deveria ser “imediatamente devolvido”. "É insultuoso que um Governo que cortou no subsídio de desemprego e de doença, que cortou no passe escolar, que cortou salário a quem no serviço público ganha mais do que 600 euros, tenha posto 1.100 milhões de euros num banco insolvente que paga salários e prémios de um milhão de euros a uma administradora", afirmou a deputada do Bloco de Esquerda, na Assembleia da República, em Lisboa.

De acordo com o banco, a equipa liderada por Jorge Tomé tem levado a cabo uma "substancial redução da remuneração dos órgãos de gestão", que resultou num corte de 20,5% em 2012, face ao ano anterior. Para 2013, o banco acrescentou que "foram adicionalmente reduzidos para 50% da média dos vencimentos de 2011 e 2012".

O comunicado foi concluído reforçando a ideia de que "qualquer ligação entre a atribuição do referido prémio de gestão e a recapitalização, ocorrida já em 2013, é um exercício artificial, sem correspondência com a realidade concreta".