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Bancos portugueses vão apertar critérios para conceder crédito às famílias
Os bancos portugueses estão a baixar os spreads no crédito à habitação mas no terceiro trimestre pretendem implementar "critérios de concessão mais restritivos".
Numa altura em que o crédito à habitação está a dar fortes sinais de recuperação e a procura de crédito ao consumo está em níveis recorde, os bancos portugueses tencionam avançar com "critérios de concessão mais restritivos em ambos os segmentos de crédito".
É pelo menos esta a intenção manifestada pela maioria dos bancos que responderam ao Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito, que é conduzido pelo Banco de Portugal todos os trimestres.
Nos critérios de concessão de crédito às empresas, os bancos "não antecipam alterações" no decorrer do terceiro trimestre, mas "no segmento dos particulares, pelo contrário, a maioria das instituições antevê critérios de concessão mais restritivos em ambos os segmentos de crédito".
Na análise ao trimestre que terminou em Junho, os bancos que responderam ao inquérito do BdP mantiveram "estáveis" os termos e condições dos créditos a empresas e particulares.
Isto apesar de assinalarem alterações na oferta de crédito "designadamente a diminuição dos spreads aplicados nos empréstimos de risco médio" justificadas sobretudo por "pressões da concorrência e por uma avaliação mais favorável dos riscos".
As instituições financeiras emprestaram, em Maio, 815 milhões de euros para a compra de casa, um montante que elevou para 3.784 milhões de euros o total concedido nos primeiros cinco meses do ano. Trata-se do valor mais elevado desde o arranque de 2010, o que ilustra o regresso do interesse dos portugueses à compra de casa com recurso ao crédito.
No crédito ao consumo o crescimento é ainda mais forte, com o financiamento neste segmento a atingir em Maio o valor mais elevado de sempre.
Apesar deste forte crescimento, a generalidade dos bancos antecipa que a procura de crédito por parte das famílias "permaneça praticamente inalterada" no terceiro trimestre. No que diz respeito à procura por parte das empresas, três instituições prevêem que a procura de empréstimos ou linhas de crédito "permaneça relativamente estável e duas instituições antevêem que aumente ligeiramente".