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Banco de Portugal e restantes bancos vendem Finangeste

A empresa que recuperava créditos, criada para sanear os bancos nacionalizados em 1982, foi vendida. O comprador é a Isegoria, ligada à mediação imobiliária. O valor do negócio não é revelado.

Sara Matos/Negócios
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A Finangeste deixou de ter a banca portuguesa e o regulador, o Banco de Portugal, como os seus proprietários. A sociedade, que comprava créditos em dificuldade e que mantém a gestão e valorização de imóveis, foi vendida à empresa de mediação imobiliária.

 

"Através de contrato de compra e venda celebrado com a sociedade Isegoria Investments, SGPS, Lda., o Banco de Portugal alienou a totalidade da sua participação social, correspondente a 2.459.375 (dois milhões quatrocentos e cinquenta e nove mil trezentos e setenta e cinco) acções, representativas de 44,442% do capital social da Finangeste", indica um comunicado publicado pelo regulador no final da tarde desta sexta-feira, 4 de Setembro.

 

Os restantes accionistas também alienaram a sua posição no seio deste acordo, "tendo, assim, a compradora adquirido a totalidade do capital social da Finangeste".

 

A Finangeste - Empresa Financeira de Gestão e Desenvolvimento – criada em 1982  para apoiar o "saneamento" ou a "liquidação de instituições de crédito, ao tempo públicas" e com o "objectivo" de "manter a confiança no sistema bancário"  – contava com 10 accionistas, todos eles bancos.

De acordo com o relatório e contas de 2014, publicado em Abril último, o Banco de Portugal tem 44%, o BPI tem 32,78%, o BCP outros 15,8%, a CGD 4,47% e o Santander Totta 1,58%. Com menos de 1% de capital cada, são ainda accionistas o BES (Novo Banco), Barclays, BBVABanif, e Banco Popular. O acordo para a sua alienação foi liderado pelo Banco de Portugal, pelo BPI e BCP.

 

Criada para recuperar créditos e "activos de cobrabilidade duvidosa" que estava na carteira dos bancos (tendo, também, segundo o Diário Económico, comprado antigos créditos do BPN em 2013), a Finangeste concluiu essa "missão", pelo que "o Banco de Portugal considerou que tinha deixado de se justificar a detenção daquela participação". A decisão de o regulador abandonar o capital da sociedade foi tomada pelo Governo em Abril.

 

O regulador liderado por Carlos Costa não esclarece quem é a Isegoria, a compradora. As informações disponíveis é a de que tem sede no Porto e foi criada em 2012, estando ligada à mediação imobiliária.

 

Neste momento, segundo o relatório e contas publicado relativo a 2014, a aquisição de créditos é uma actividade suspensa desde o final de 2013 – altura em que se iniciou o processo negocial para a venda da posição. A gestão e valorização de imóveis é a área de actuação da sociedade Finangeste.

 

Assim, a entidade "deixa de ser considerada uma sociedade financeira" e "deixa de estar sujeita à supervisão do Banco de Portugal".

 

O valor do negócio não é indicado, apesar de o Negócios já ter questionado o regulador. 

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