O banco central de Itália está a levar a cabo um exame à solidez financeira dos bancos do país, numa iniciativa que não divulgou publicamente mas que é avançada pelo “The Wall Street Journal” (WSJ) que cita documentos do banco central.

A inspecção ao capital dos bancos ocorre no seguimento de idêntica iniciativa que teve lugar no ano passado e prima pela “discrição”, diz a publicação. A revisão do Banca de Italia incide sobre as carteiras de crédito de oito dos principais bancos do país, sendo que conta com a visita de auditores a outras 20 instituições.

Em resultado da revisão à solidez do sector, no ano passado, foram ordenados aumentos de capital no valor de 3,4 mil milhões de euros, diz o WSJ, referindo que este valor não fora divulgado anteriormente. As inspecções que estão agora a ser levadas a cabo podem resultar em novos reforços do capital, que podem ser financiados através de venda de activos, emissão de novas acções, ou, no limite, recurso a capital público.

As revisões que decorrem actualmente são mais criteriosas que as anteriores e ocorrem numa altura em que investidores, depositantes e o público questionam a solidez do sistema bancário do país.

O país passou ao lado de crises bancárias como a das “cajas” espanholas e dos “landesbanks” da Alemanha. Contudo, a terceira maior economia da Zona Euro está em crise há dois anos e o crédito malparado tem vindo a crescer há 27 meses consecutivos.

O Banca de Italia tem vindo a procurar serenar os receios relativos ao sistema bancário que superviosiona. “Não estamos em negação relativamente às dificuldades que resultam do contexto macroeconómico”, afirmou Fabio Panetta, director-geral adjunto do banco central, citado pelo jornal norte-americano. “Estamos ao corrente das preocupações dos investidores internacionais, mas estamos a tomar medidas para estarmos menos preocupados”, conclui.

Para já, a notícia avançada esta manhã parece não estar a agravar as preocupações dos investidores. Para além de o banco UBS ter emitido uma nota de análise em que afirma que os bancos de Itália têm balanços melhores do que os de outros no mercado da “periferia” da Zona Euro.

No mercado bolsista, os receios dos investidores também parecem não sair agravadas, com o desempenho das acções de bancos italianos a variar entre uma perda de 1,00% (Banca Monte dei Paschi) e um ganho de 2,43% (Unione di Banche Italiane).