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Banco Montepio passa de prejuízo a lucro de 96 milhões de euros até setembro
O resultado líquido melhorou 117 milhões de euros em relação a setembro de 2023,
O Banco Montepio registou um lucro de 96,1 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. O resultado traduz uma melhoria de 117 milhões de euros face ao prejuízo de 21 milhões verificado em setembro de 2023.
A evolução foi determinada por três fatores: o incremento de 2% do produto bancário para 372,8 milhões de euros; a queda para metade das imparidades e provisões, que atingiram 21,9 milhões; e o "efeito da desconsolidação do Finibanco Angola inscrito nas contas de 2023", explica a instituição financeira em comunicado. Após a venda, a desconsolidação produziu um efeito base em 2023. Sem ela, o resultado homólogo teria sido de 83 milhões de euros e não um prejuízo de 21,2 milhões.
A carteira de crédito bruto aumentou 1,6% para 12 mil milhões de euros. O crédito líquido cresceu 286 milhões de euros. O malparado - medido através do rácio de NPE (sigla para a expressão inglesa "Non-Performing Exposures") líquido de imparidades - caiu para metade, estando agora nos 0,7%.
Já os depósitos subiram 13,1% para o recorde de 14,6 mil milhões de euros, "suportado na "evolução positiva dos depósitos de clientes particulares em 955 milhões de euros (mais 10,2%) e do segmento de empresas em 736 milhões (mais 20,8%)".
A margem financeira caiu de 301,1 milhões de euros em setembro de 2023 para 296 milhões nos primeiros nove meses de 2024, com o banco liderado por Pedro Leitão a explicar que "pese embora a evolução dos juros do crédito a clientes, induzido pelo comportamento favorável do crédito e pelo efeito do repricing dos contratos, e dos juros resultantes das aplicações efetuadas em títulos e do excesso de liquidez depositado no Banco de Portugal, ainda assim, não foi possível compensar a subida dos juros de depósitos pagos a clientes e o custo do financiamento via mercado de capitais".
A queda da margem foi compensada, no entanto, pela melhoria de 11,8 milhões nos resultados de operações financeiras, levando a que o produto bancário tenha crescido 7,4 milhões.
As comissões líquidas mantiveram-se praticamente inalteradas nos 95,6 milhões de euros.
Os custos operacionais aumentaram 1,8% para 202,4 milhões de euros, "traduzindo as subidas dos Gastos gerais administrativos em 5,5 milhões de euros e das Depreciações e amortizações em 5,3 milhões, parcialmente mitigadas pelo decréscimo dos Custos com pessoal em 7,2 milhões de euros.
No capítulo do capital, o rácio CET 1 (sigla para a expressão inglesa "Common Equity Tier 1") subiu 0,6 pontos percentuais face a setembro de 2023.
O número de trabalhadores do banco não sofreu qualquer alteração: são 2.875. No entanto, a instituição tem agora menos nove balcões do que em setembro de 2023: são 225 agências.