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Banco de Portugal vai continuar a usar almofada para cobrir resultados negativos

Mário Centeno garantiu no parlamento que o ciclo de resultados negativos do banco central, que deverá continuar pelo menos até 2026, não diminui a sua capacidade de ação.

Rodrigo Antunes/Lusa
19 de Junho de 2024 às 10:50
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O Governador do Banco de Portugal (BdP) garante que o ciclo de resultados negativos do supervisor, que deverá prolongar-se pelo menos por mais dois anos, não afeta a capacidade de conduzir a política monetária e admite que vai continuar a usar a almofada financeira para cobrir prejuízos.

Em 2023, o BdP registou um prejuízo operacional de 1.054 millhões de euros, mas utilizou a provisão para riscos gerais para conseguir um resultado líquido nulo.

A almofada financeira do Banco de Portugal é de cerca de 2.800 milhões de euros.

Na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, o governador confirmou que o ciclo de resultados negativos deverá manter-se pelo menos durante mais dois anos mas garantiu que isso não afetará a capacidade de conduzir a política monetária.

"Se nós olharmos para o ciclo da política monetária tal como ele se nos coloca hoje, e aquilo que sabemos hoje sobre a inflação e a trajetória de taxas de juros, podemos antecipar que este ciclo de resultados negativos se vai prolongar pelo menos mais dois anos, havendo uma expectativa de todos os bancos centrais de que em 2026 se retome uma situação mais regular", esclareceu, para de seguida assegurar que "os resultados do Banco de Portugal e do Eurosistema em geral não afetam a sua capacidade de condução de política monetária, que é a grande missão dos bancos centrais".

Uma missão que, na ótica do responsável máximo do supervisor, "está ancorada à sua credibilidade e às decisões de política de forma independente que os bancos centrais tomam no campo monetário e não aos seus resultados".

A almofada do BdP dá tranquilidade ao Governador, que prevê continuar a usá-la: "O Banco preparou-se ao longo de muitos anos para esta situação. A cobertura através de provisões e reservas do Banco para os seus riscos sempre esteve acima de 100%".

Quanto ao futuro, "aquilo que se espera que o Banco faça em face dos resultados dos próximos anos, incluindo 2024, é que recorra a estas provisões para acomodar, em termos dos resultados líquidos, aquilo que for o resultado antes de provisões e impostos", afirmou, assegurando que "esta é uma situação generalizada".
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