Notícia
Banca ficou à margem da contratação de Sérgio Monteiro
Os banqueiros não tiveram palavra a dizer na escolha de Sérgio Monteiro para líder da alienação do Novo Banco. Alguns responsáveis do sector elogiam-no. E há quem defenda que esta contratação permite corrigir falhas da primeira tentativa de venda.
Maria João Gago
mjgago@negocios.pt
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Diogo Cavaleiro
diogocavaleiro@negocios.pt
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Maria João Babo
mbabo@negocios.pt
29 de Outubro de 2015 às 21:00
Os banqueiros ficaram à margem da contratação de Sérgio Monteiro para liderar a operação de venda do Novo Banco. O Negócios sabe que a escolha e os contactos com o secretário de Estado dos Transportes que cessa funções esta sexta-feira foram liderados pelo Banco de Portugal, que informou o representante dos banqueiros já no final do processo, mas antes da contratação ser formalizada.
Apesar de não terem tido palavra na escolha de Sérgio Monteiro, alguns responsáveis do sector aplaudem a iniciativa de atribuir a missão de vender o Novo Banco a alguém que tem experiência na alienação de empresas. Além disso, há quem considere que o facto de passar a haver um responsável dedicado em exclusivo a esta tarefa permitirá dar uma nova dinâmica ao processo de venda.
Entre as diversas entidades que estiveram envolvidas na primeira tentativa de alienação do Novo Banco há mesmo quem interprete a contratação de Sérgio Monteiro como uma forma de o Banco de Portugal corrigir algumas das falhas detectadas no primeiro procedimento, por exemplo, ao nível da capacidade negocial e da própria organização da operação.
Para alguns banqueiros, o facto de a venda do banco de transição passar a estar nas mãos de alguém experiente e com carreira feita na banca pode mesmo significar uma viragem na falta de comunicação que tem havido entre o Banco de Portugal e os bancos sobre a alienação do Novo Banco. Foi esta a expectativa transmitida pela Associação Portuguesa de Bancos (APB), em declarações ao Negócios.
"A APB espera que o diálogo seja intensificado", adiantou fonte oficial da associação, depois de recordar que "a APB e os seus associados não tiveram, até agora, nenhum envolvimento no processo do Novo Banco". Isto apesar de, na sua perspectiva, "a importância que o resultado da venda representa para os bancos justificar o diálogo com os responsáveis" do processo, como a Autoridade de Resolução (Banco de Portugal), o Fundo de Resolução e o Governo.
São os bancos, enquanto participantes do Fundo de Resolução, que vão assumir os prejuízos resultantes da venda do Novo Banco por um valor abaixo dos 4.900 milhões de euros que foi necessário injectar na instituição que herdou os activos saudáveis do BES. À partida, estas perdas não penalizarão a solidez dos bancos, já que há intenção de permitir que o impacto seja absorvido durante um prazo alargado através de contribuições regulares para o Fundo de Resolução. No entanto, não há ainda um compromisso formal nesse sentido, sendo necessário o aval do Banco Central Europeu e de Bruxelas.
Mesmo não tendo sido consultada sobre a escolha do novo responsável pela venda do Novo Banco – que assume funções na próxima segunda-feira –, a APB elogia o nome escolhido. Sérgio Monteiro "tem excelente perfil para o desempenho da função, pela sua reconhecida competência como gestor do sector bancário, em particular de banca de investimento, pela sua experiência de liderança de processos de venda e pelo seu conhecimento das instituições europeias relevantes", adiantou fonte oficial da associação. Através do Fundo de Resolução, serão também os bancos a assumir o encargo da remuneração de Sérgio Monteiro, cujo contrato de prestação de serviços deverá ser válido até à venda do Novo Banco.
Para o Banco de Portugal, a necessidade de encontrar alguém para liderar a alienação do banco de transição resulta da "complexidade e dos desafios associados ao processo". Em comunicado, a entidade liderada por Carlos Costa sublinha que Monteiro tem "mérito e elevada experiência em operações desta natureza", pelo que poderá "assegurar a coordenação e gestão de toda a operação, incluindo o acompanhamento do programa de transformação a implementar pelo Novo Banco, que é condição essencial para a sua venda".
Apesar de não terem tido palavra na escolha de Sérgio Monteiro, alguns responsáveis do sector aplaudem a iniciativa de atribuir a missão de vender o Novo Banco a alguém que tem experiência na alienação de empresas. Além disso, há quem considere que o facto de passar a haver um responsável dedicado em exclusivo a esta tarefa permitirá dar uma nova dinâmica ao processo de venda.
Para alguns banqueiros, o facto de a venda do banco de transição passar a estar nas mãos de alguém experiente e com carreira feita na banca pode mesmo significar uma viragem na falta de comunicação que tem havido entre o Banco de Portugal e os bancos sobre a alienação do Novo Banco. Foi esta a expectativa transmitida pela Associação Portuguesa de Bancos (APB), em declarações ao Negócios.
"A APB espera que o diálogo seja intensificado", adiantou fonte oficial da associação, depois de recordar que "a APB e os seus associados não tiveram, até agora, nenhum envolvimento no processo do Novo Banco". Isto apesar de, na sua perspectiva, "a importância que o resultado da venda representa para os bancos justificar o diálogo com os responsáveis" do processo, como a Autoridade de Resolução (Banco de Portugal), o Fundo de Resolução e o Governo.
São os bancos, enquanto participantes do Fundo de Resolução, que vão assumir os prejuízos resultantes da venda do Novo Banco por um valor abaixo dos 4.900 milhões de euros que foi necessário injectar na instituição que herdou os activos saudáveis do BES. À partida, estas perdas não penalizarão a solidez dos bancos, já que há intenção de permitir que o impacto seja absorvido durante um prazo alargado através de contribuições regulares para o Fundo de Resolução. No entanto, não há ainda um compromisso formal nesse sentido, sendo necessário o aval do Banco Central Europeu e de Bruxelas.
Mesmo não tendo sido consultada sobre a escolha do novo responsável pela venda do Novo Banco – que assume funções na próxima segunda-feira –, a APB elogia o nome escolhido. Sérgio Monteiro "tem excelente perfil para o desempenho da função, pela sua reconhecida competência como gestor do sector bancário, em particular de banca de investimento, pela sua experiência de liderança de processos de venda e pelo seu conhecimento das instituições europeias relevantes", adiantou fonte oficial da associação. Através do Fundo de Resolução, serão também os bancos a assumir o encargo da remuneração de Sérgio Monteiro, cujo contrato de prestação de serviços deverá ser válido até à venda do Novo Banco.
Para o Banco de Portugal, a necessidade de encontrar alguém para liderar a alienação do banco de transição resulta da "complexidade e dos desafios associados ao processo". Em comunicado, a entidade liderada por Carlos Costa sublinha que Monteiro tem "mérito e elevada experiência em operações desta natureza", pelo que poderá "assegurar a coordenação e gestão de toda a operação, incluindo o acompanhamento do programa de transformação a implementar pelo Novo Banco, que é condição essencial para a sua venda".