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Banca de retalho portuguesa é a menos rentável da Europa

No final de 2012, os bancos portugueses eram os menos rentáveis por cliente, quer a nível de lucro quer a nível de receita, tendo este sector gerado perdas de 69 euros por cliente.

Bruno Simão/Negócios
08 de Agosto de 2013 às 13:17
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Um estudo sobre a banca de retalho europeia – “Retail Banking Radar 2013” -, elaborado pela AT Kearney, revela que a recuperação do sector europeu da banca de retalho continua a revelar-se lenta. Cinco anos após o eclodir da crise, as diferenças regionais neste sector são cada vez maiores, com a banca de retalho a desenvolver-se a velocidades diferentes.

 

O fosso entre a banca do Norte e do Sul é cada vez maior, nota o estudo. Se os países nórdicos já conseguiram ultrapassar a crise, os países do Mediterrâneo apresentam mínimos históricos de rentabilidade, com Portugal na cauda da rentabilidade europeia, segundo o estudo divulgado esta quinta-feira.

 

A consultora denota que, em Portugal, o sector continua a sofrer os efeitos da crise e do programa de ajustamento financeiro. A queda da margem financeira, a redução dos níveis de eficiência e o aumento significativo das provisões e imparidades resultaram em perdas líquidas por cliente.

 

No que toca a indicadores, a receita por cliente da banca de retalho portuguesa foi das piores do panorama europeu, ao fixar-se em 305 euros por cliente. O país com o melhor desempenho neste indicador foi a Suíça, com 1.166 euros por cliente. Nas receitas por funcionário, Portugal ficou-se pelos 120 euros, ao passo que os países nórdicos alcançaram os 445 euros por funcionário. No que toca ao “cost-to-income” do sistema nacional terminou 2012 em 76%, o pior resultado da Europa. Também o resultado líquido por cliente foi o pior resultado a nível europeu, com a banca portuguesa a registar perdas de 69 euros por cliente.

 

Em traços mais gerais, o estudo da AT Kearney indica que, apesar da crise que ainda vigora na maioria dos países europeus, a banca de retalho continua a ser “um pilar sólido da maioria das instituições financeiras europeias”.

 

“Perante a incerteza económica, as poupanças e os depósitos dos clientes aumentaram, enquanto os empréstimos bancários continuaram a crescer a um ritmo mais lento na generalidade da banca de retalho europeia e em linha com a evolução do produto interno bruto”, afirma o director da consultora, Pedro Castro.

 

O estudo indica também que, com excepção dos países onde a crise se faz sentir de forma mais acentuada – Portugal, Espanha, Itália, Roménia e Hungria – as provisões e imparidades de crédito têm abrandado em quase todos os países europeus.

 

Porém, a maioria dos bancos de retalho enfrenta uma diminuição nos seus níveis de rentabilidade. No último ano, os bancos abrangidos pelo estudo da consultora ganharam menos do que em qualquer outro ano desde o início da crise financeira. Os lucros totais caíram quase 15% e a rentabilidade média dos activos diminuiu de 0,7% em 2011 para 0,6% em 2012. Segundo o estudo esta diminuição de rentabilidade deve-se principalmente “a uma pressão contínua sobre a margem financeira e a um aumento ainda mais significativo das provisões de imparidades de crédito nos países do Mediterrâneo.

 

O estudo da AT Kearney aponta que para uma recuperação dos níveis anteriores de rentabilidade, é necessário que a banca de retalho europeia regresse aos produtos básicos: as contas correntes, os créditos hipotecários e os produtos de investimento.

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