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Banca já anunciou mais de 70.000 despedimentos este ano. Europa é a grande afetada
Num cenário em que as tensões comerciais têm abalado as economias mundiais e em que o Banco Central Europeu tem prolongado a política de juros negativos, os bancos do Velho Continente têm decidido por largos cortes na força de trabalho.
Os anúncios de despedimentos no setor da banca acumulam-se. De acordo com o levantamento feito pela Bloomberg, os cortes nos postos de trabalho avançados pelas instituições durante este ano já vão nos 73.400. É na Europa que estão planeados 86% destes despedimentos.
A última instituição a revelar as intenções de reduzir o número de colaboradores foi o italiano Unicredit, que vai dispensar 8000 funcionários. Mas foi da Alemanha que chegou a notícia do corte de maior dimensão: o Deutsche Bank quer encolher a força de trabalho na ordem dos 18.000 trabalhadores até 2022. Santander, Commerzbank e HSBC vão reduzir entre 4.000 a 5.400 colaboradores, na fasquia dos 3.000 estão o Barclays e o Alfa-Bank e KBC, Sóciété Général e Caixabank fecham a lista, com a pretensão de dispensar entre 2000 e 2.100 funcionários.
Estes números sublinham a fragilidade dos bancos europeus enquanto as guerras comerciais abalam as economias dos Estados membros e as taxas de juro dos depósitos se mantêm negativas no Velho Continente, um cenário que contrasta com o de aumento de taxas de juro que se verificou nos Estados Unidos num período posterior à crise, embora mais recentemente a Fed tenha voltado a recuar nestas taxas, pela primeira vez em dez anos.
Paralelamente aos cortes, contudo, os bancos também têm vindo a anunciar investimento. A título de exemplo, o Unicredit afirma que vai despender 9,4 mil milhões de euros em tecnologias de informação nos próximos quatro anos, verbas que preveem gastos também com recursos humanos.