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António de Sousa acredita em fusão entre BPI e Novo Banco
O ex-governador do Banco de Portugal considera que há várias opções para a banca portuguesa. A nacionalização do Novo Banco não é uma delas. Mas a sua fusão com outros bancos é uma opção.
O antigo governador do Banco de Portugal, António de Sousa, considera que a fusão entre o BPI e o Novo Banco pode vir a ser um cenário em cima da mesa, da mesma forma que, no passado, já esteve a concentração entre o BPI com o então Banco Espírito Santo.
"Não vejo porque não pode estar em cima da mesa outra vez", disse, ressalvando que tal já ocorreu nas antigas propostas de consolidação do BPI com o então BES.
Aliás, para o BPI, até pode ser uma solução, já que, sem o Banco do Fomento de Angola (no âmbito do impasse accionista entre o Caixabank e Isabel dos Santos), "o BPI fica bastante reduzido".
Mas esta é apenas uma possibilidade. "Ver-me a defender a nacionalização será uma coisa difícil" é a resposta sobre a proposta que os partidos de esquerda defendem em relação ao banco liderado por Eduardo Stock da Cunha.
A integração na Caixa Geral de Depósitos também não é a "melhor solução", na óptica daquele que já foi o presidente do banco público, dada a imensa dimensão da instituição.
Já a junção do Novo Banco com o Santander Totta não o preocuparia, já que haveria dois bancos de dimensão idêntica (o resultado dessa consolidação e a Caixa Geral de Depósitos).
Ida para a bolsa é opção
Uma opção que diz ver com bons olhos é a dispersão do Novo Banco ("com esse ou outro nome") em bolsa. Mas num processo que não pode ser imediato e que tem de se prolongar por alguns meses para ser bem concretizado. "O processo tem de ser bem gerido", comentou ainda aos jornalistas.
António de Sousa elogiou o trabalho da gestão de Eduardo Stock da Cunha, que tem sido "excelente".
O ex-governador falava à margem da apresentação do livro "Os dias do fim", de Alexandra Ferreira, publicado pela Chiado Editora, que dá a perspectiva de Ricardo Salgado sobre a queda do BES.