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África do Sul cancela contratos públicos com KPMG
A KPMG auditou as contas de um banco que acabou por falir. Além disso, esteve ligada a auditoria a empresas que terão ganho contratos irregulares com o regime sul-africano. Os efeitos estão a sentir-se.
O responsável máximo da auditoria na África do Sul decidiu terminar a ligação à KPMG. O auditor-geral determinou que os contratos a empresas do sector público, que eram feitos em seu nome, fossem cancelados. Com efeitos imediatos.
A entidade máxima da auditoria na África do Sul (denominada de AGSA) é a responsável por auditar todo o sector público sul-africano, trabalho para o qual contrata empresas de auditoria privada. Esta terça-feira, 17 de Abril, decidiu anular os contratos que envolviam a KPMG, uma das quatro grandes empresas do sector, e também uma outra entidade, a Nkonki.
As notícias na comunicação social sobre a auditoria externa ao banco VBS Mutual Bank, que faliu em Março passado, dizem ser esta uma das razões invocadas para a decisão. Os responsáveis directos pela auditoria ao banco já abandonaram a entidade.
Contudo, a KPMG de África do Sul defende, em comunicado neste fim-de-semana, que "muito mais tem de ser feito para reafirmar a confiança pública" na auditora.
A ligação à família Gupta, acusada de ter utilizado a sua influência sobre o antigo presidente, Jacob Zuma, para ganhar contratos, também é referida pela imprensa internacional para a tomada de posição. A KPMG rejeita qualquer ligação a branqueamento de capitais.
O auditor-geral argumenta que as decisões de cancelar os contratos não configuram um julgamento, mas sim o reconhecimento de que "há riscos reputacionais" caso os mantivesse.
A decisão do auditor-geral foi tomada no mesmo dia em que se soube que, em Portugal, o supervisor da banca acusou a KPMG, o seu presidente, Sikander Sattar, e dois outros responsáveis, pela auditoria ao Banco Espírito Santo.