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Administrador sai da Santa Casa por discordar de entrada no Montepio

Ricardo Alves Gomes já não está na administração da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Saiu por não aprovar as opções estratégicas em cima da mesa. O i diz que está em causa discordância face à entrada no Montepio.

Miguel Baltazar
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A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa perdeu um administrador e, de acordo com o jornal i, a saída deve-se à discordância em relação à possível entrada da entidade na Caixa Económica Montepio Geral.

 

Ricardo Alves Gomes, que foi adjunto de Pedro Santana Lopes na Câmara Municipal de Lisboa e no Governo, fazia parte da administração desde 2015, quando o antigo primeiro-ministro era o provedor, tendo continuado com Edmundo Martinho na liderança.

O advogado saiu agora dessas funções. Em carta enviada ao ministro da tutela, José Vieira da Silva, Alves Gomes solicitou a sua exoneração por não ter "condições de assegurar votar favoravelmente – e fazer cumprir – algumas das opções estratégicas e operacionais que se colocam à Santa Casa actualmente", segundo adianta o i.

"A Santa Casa confirma a exoneração a pedido do próprio e não tem mais qualquer comentário a fazer", indica a assessoria de imprensa da entidade. A exoneração foi aceite. O nome de Ricardo Alves Gomes já não conta do organograma da Santa Casa. Neste momento, a administração conta com cinco membros.

 

Segundo o jornal i, a questão do Montepio é uma das opções estratégicas em causa que levantou a dúvida do ex-administrador. O Público tinha, em Dezembro, noticiado que havia divisões na mesa da Misericórdia em relação a este investimento, nomeadamente por parte dos dois administradores ligados ao PSD, entre os quais Ricardo Alves Gomes. 

 

O Observador adiantou, em Novembro, que Alves Gomes tinha deixado de ser militante do PSD em 2005, no final do Governo de Santana Lopes, de quem era adjunto, mas continuava a ser próximo do ex-governante. Foi, aliás, no seu mandato como provedor que chegou à administração.

 

O PSD tem-se mostrado frontalmente contra o negócio, bem como o CDS, sendo que também à esquerda há oposição partidária ao investimento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa em acções do Montepio. Aliás, a Assembleia da República aprovou uma recomendação ao Governo para impedir o negócio, mesmo quando os números em cima da mesa apontam para a colocação de 18 milhões de euros, que dará direito a 1% do capital, e não dos 200 milhões de euros falados inicialmente. 

 

O investimento da Santa Casa na caixa económica está em suspenso, tendo em conta a recomendação do Governo, que Vieira da Silva disse que iria analisar. O Expresso falou que a acção está congelada, mas não foi cancelada publicamente. O Ministério da Solidariedade não tem respondido aos sucessivos contactos do Negócios sobre o tema. 


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