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Accionistas do BPI rejeitam desblindagem de estatutos

Não foi colocado fim ao limite aos direitos de voto no BPI. A desblindagem dos estatutos, passo essencial para a OPA do CaixaBank sobre o banco português, foi rejeitada na assembleia-geral desta quarta-feira.

Pedro Elias/Negócios
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A assembleia-geral de accionistas do BPI, que se reuniu esta quarta-feira 16 de Junho pelas 10h00, em Serralves, votou contra o único ponto da ordem de trabalhos que estava na agenda: a modificação dos estatutos, de forma a retirar a limitação aos direitos de voto actualmente definida em 20%.

 

A desblindagem dos estatutos, passo essencial para a OPA do CaixaBank sobre o banco português, foi rejeitada na assembleia-geral desta quarta-feira, apurou o Negócios e confirmou, entretanto, o banco em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

Segundo o comunicado, estiveram representados 223 accionistas, detentores de acções correspondentes a 81,73% do capital. Para que a desblindagem dos estatutos fosse aprovada (permitindo que os accionistas com mais de 20% votassem com uma percentagem idêntica à percentagem de capital detida), era necessário o sim de 75% dos votos expressos.


"A mesma obteve votos a favor de apenas 52,45% dos votos expressos", indica o banco presidido por Fernando Ulrich em comunicado, pelo que as "alterações não foram aprovadas".

Estas modificações em artigos dos estatutos do banco foram votadas na assembleia-geral desta quarta-feira depois de o ponto ter sido adiado no dia 29 de Abril, quando se deu a primeira reunião de accionistas do ano. Na altura, sob proposta do presidente do conselho de administração, e também accionista, Artur Santos Silva, o encontro foi adiado para se esperar pela posição dos reguladores em relação à OPA.

 

Mês e meio depois, o BCE e a ASF continuam sem se pronunciar (tal como o Banco Nacional de Angola). Contudo, a reunião aconteceu: tal como o Negócios escreveu, o CaixaBank não pediu, até terça-feira, o adiamento do encontro. A assembleia-geral ocorreu e votou contra a alteração de estatutos, uma condição de eficácia da OPA do banco espanhol sobre o BPI.

O tema foi colocado para votação não pelos catalães mas pela Santoro: para o banco do La Caixa, esta modificação deveria ser votada apenas mais tarde, mas a empresária angolana Isabel dos Santos quis colocar logo o ponto na agenda, de forma a mostrar desagrado com a oferta e travá-la à partida.

 

Assim, neste momento, o CaixaBank tem de procurar alternativas para a sua OPA. Isabel dos Santos, accionista do BPI essencial para conseguir a desblindagem de estatutos, não quer votar a favor dessa alteração enquanto a contrapartida oferecida for de 1,329 euros, o preço inicial. 


(Notícia actualizada às 10h52 com mais informações)
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