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Moody’s coloca “rating” do BPI em avaliação negativa
A agência colocou a notação do BPI em revisão com implicações negativas. Justifica a decisão com a falta de soluções para diminuir a exposição a Angola e com problemas de governo societário.
A Moody’s colocou o "rating" do BPI em avaliação, tendo em vista uma descida da notação do banco liderado por Fernando Ulrich. Maria Jose Mori e Carola Schuler, analistas da agência justificaram a decisão de colocar a notação sob revisão devido à falta de soluções para o banco resolver o problema regulatório da exposição a Angola. A classificação actual do BPI é de Ba3, três níveis abaixo de grau de investimento.
"A revisão para descida foi provocada pelo aumento dos riscos para o perfil de crédito do BPI", refere a agência, que sublinha "a falta de visibilidade nos avanços para resolver a ultrapassagem dos limites de exposição aos grandes riscos, em relação à sua exposição em Angola antes do prazo imposto pelo BCE", que pediu uma solução até 10 de Abril.
A Moody’s salienta que a exposição a Angola acarreta ainda mais riscos, "como ficou reflectido na decisão da Moody’s em colocar em revisão para descida o 'rating' soberano de Angola".
A agência classifica igualmente alguns problemas de governo das sociedades no BPI, após a solução proposta pela gestão do banco - de separar os activos africanos para uma nova sociedade - ter sido chumbada em Assembleia-Geral. Esses "eventos recentes evidenciaram a cristalização de problemas de governo societário que derivam da limitação dos direitos de voto imposta aos accionistas que têm mais de 20%".
Neste período de avaliação, a Moody’s refere que "vai analisar o comportamento empresarial e a probabilidade de as actuais falhas de governo societário serem resolvidas no futuro próximo ou se continuarão a pesar no desempenho financeiro do banco no futuro".
A Moody’s conta ter uma decisão para o BPI nas próximas semanas.