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Banco que salvou Signature vai receber mil milhões de dólares com aumento de capital

A Liberty, pretende investir 450 milhões de dólares, a Hudson Bay (250 milhões de dólares) e a Reverence (250 milhões de dólares). Além disso, o conselho de administração passa a incluir quatro novos membros, incluindo um ex-secretário do Tesouro de Donald Trump.

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O New York Community Bancorp (NYCB) vai realizar um aumento de capital superior a mil milhões de dólares, de acordo com o comunicado divulgado pelo próprio banco regional norte-americano. O NYCB vai receber dois dólares por cada ação ordinária ou preferencial convertível.

Os investidores chamados ao aumento de capital que adquirirem ações preferenciais terão direito a dividendos trimestrais, mas não ao direito de voto. Os investidores poderão ainda a comprar ações ordinárias que terão uma garantia de 60% de "warrants" – títulos de crédito com garantia – no entanto aqui o preço unitário sobe para 2,50 dólares por ação.

Irão acompanhar este aumento de capital a Liberty Strategic Capital, que pretende investir 450 milhões de dólares, a Hudson Bay Capital (250 milhões de dólares) e a Reverence Capital Partners (250 milhões de dólares). 

Uma vez obtidas as autorizações regulatórias e concluída a operação financeira – o que se espera que aconteça no próximo dia 11 de março – haverá mudanças no conselho de administração, que contará com quatro novos membros, entre os quais se destaca o ex-secretário do Tesouro do presidente Donald Trump, Steven Mnuchin, da Liberty.

Joseph Otting, que chegou a desempenhar funções como Comptroller of the Currency dos EUA, ocupa o cargo de CEO, substituindo assim Alessandro DiNello, que passa a presidente não executivo.


Durante o final da tarde desta quarta-feira, o The Wall Street Journal já tinha avançado que o NYCB estava em contacto com sociedades de investimento para uma potencial venda de ações. Após a notícia, os títulos do banco regional norte-americano chegaram a afundar mais de 8% para 2,935 dólares, tendo negociação das ações sido suspensa.

As ações do banco já afundaram cerca de 70% só este ano, depois de em janeiro ter anunciado que ia proceder a um corte do seu dividendo, para ter mais capital. Aliás, segundo a Bloomberg, o NYCB foi mesmo pressionado pelo Office of the Comptroller of the Currency - supervisor do sistema bancário norte-americano - a reduzir o dividendo trimestral e a aumentar as provisões em 10 vezes mais do que o esperado pelos analistas.

O banco - que no ano passado "salvou" o Signature Bank - durante a crise que levou alguns bancos regionais dos Estados Unidos ao colapso - registou perdas de 260 milhões de dólares entre outubro e dezembro, contra um lucro de 164 milhões um ano antes. O NYCB justificou estes prejuízos com um aumento já esperado do crédito malparado – sendo que muitos desses empréstimos estavam endossados a imobiliário comercial, sobretudo edifícios de escritórios.

Já as receitas ascenderam a 886 milhões de dólares, ficando aquém do esperado pelo consenso dos analistas, que apontavam para 932 milhões de dólares.

Esta notícia surge um dia depois de o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter alertado num relatório que "persistem vulnerabilidades numa cauda fraca de instituições de crédito", devido ao cenário de "taxas de juro elevadas e de maior risco de crédito potencializado pela exposição ao imobiliário comercial e aos desafios estruturais trazidos pela pandemia".

(Notícia atualizada às 19:51 horas com o anúncio formal do aumento de capital).

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