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Stellantis suspende decisão de despedir 1.100 no Ohio após saída de Carlos Tavares
Mudança acontece menos de três semanas após demissão do CEO português. A empresa decidiu não colocar nenhum trabalhador em lay-off por tempo indeterminado a partir de 5 de janeiro.
A Stellantis voltou atrás na sua decisão de despedir cerca de 1.100 empregados numa fábrica da Jeep em Ohio, menos de três semanas após a demissão abrupta do CEO do grupo, o português Carlos Tavares, informou o construtor automóvel no final do dia de sábado.
A empresa decidiu não colocar nenhum trabalhador em lay-off por tempo indeterminado a partir de 5 de janeiro devido a uma redução de turnos previamente anunciada e, em vez disso, irá prolongar um aviso de notificação de ajustamento e requalificação dos trabalhadores, disse um porta-voz da empresa num comunicado citado pela Reuters.
Com esta mudnaça, os trabalhadores deverão regressar ao trabalho após o ano novo, adiantou o mesmo porta-voz da marca que produz veículos de marcas como Fiat, Chrysler, Peugeot ou Citroën, entre outras.
A saída de Carlos Tavares foi desencadeada por objetivos considerados irrealistas ou destrutivos por alguns membros do conselho de administração, disseram fontes à Reuters após a sua queda repentina do comando do quarto maior fabricante de automóveis do mundo.
Em entrevista recente ao jornal Expresso, Carlos Tavares falou pela primeira vez da sua saída da Stellantis, apontando críticas à Comissão Europeia e afirmando que "estamos num beco sem saída que foi criado exclusivamente pelos líderes políticos europeus".
Carlos Tavares admitiu ainda que a sua linha de gestão não estava a ser consensual no conselho de administração da Stellantis, pelo que tal "foi um dos tópicos que levou a discussões legítimas" e "à conclusão de que era melhor que cada uma das partes se separasse amigavelmente".
No mês passado, a Stellantis anunciou planos para despedir funcionários na fábrica de montagem Toledo South, que produz o Jeep Gladiator, num esforço para melhorar a eficiência e reduzir o inventário nas suas operações na América do Norte.
A empresa-mãe da Chrysler enfrenta uma queda nas vendas na América do Norte, que historicamente tem gerado lucros consideráveis graças às vendas dos seus populares veículos Jeep e Ram. A ênfase da empresa na redução de custos intensificou-se sob a direção do gestor português.
No mês passado, a Stellantis informou que 400 trabalhadores de uma fábrica de peças automóveis de Detroit iriam perder os seus empregos por tempo indeterminado. Em agosto, a empresa afirmou que estava a despedir até 2.450 trabalhadores numa fábrica do Michigan, uma vez que tinha terminado a produção do camião Ram 1500 Classic.