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Novo dono da F1 não quer acreditar na falta de patrocínios
"Temos cinco patrocinadores, o Liverpool tem mais de 30, o Manchester United tem mais de 90."
Muitas empresas estão ansiosas para se associar à Fórmula 1, a competição de automóveis mais popular do mundo. A equipa McLaren Honda possui 26 patrocinadores empresariais. A Scuderia Ferrari tem 28, incluindo uma cervejaria tailandesa, um banco espanhol, uma empresa russa de segurança cibernética e uma outra fabricante de automóveis italiana.
Os novos donos americanos da competição também gostariam de conseguir alguns patrocinadores. Quando a Liberty Media do bilionário John Malone comprou a Fórmula 1 por oito mil milhões, em Janeiro, adquiriu também o principal desporto motorizado do mundo - que reivindica uma audiência de 400 milhões -, mas apenas uma fracção dos seus acordos de vendas e marketing, que enriquecem a maioria das equipas e ligas desportivas pelo mundo.
Como resultado, actualmente a competição conta com apenas cinco parceiros empresariais. Para efeito de comparação, a Nascar tem 43. Grande parte disto deve-se à forma em que a categoria é gerida - quase individualmente pelo seu antigo chefe, Bernie Ecclestone.
"Não havia chefe de patrocínio na Fórmula 1 quando cheguei, não havia chefe de imprensa, nem pessoal de marketing, nem pessoal de análise", disse Sean Bratches, um ex-executivo da ESPN escolhido para liderar as operações comerciais há seis meses, em entrevista. Bratches continuou com uma lista de outros funcionários importantes que faltavam na Fórmula 1 antes de comparar desfavoravelmente a falta de patrocinadores com os apoios que os melhores clubes ingleses de futebol conseguiram garantir.
"Nós estamos sentados aqui hoje e temos cinco patrocinadores, o Liverpool tem mais de 30, o Manchester United tem mais de 90. Eu acho que nós não vamos ter mais de 90, mas existe uma oportunidade de envolver os patrocinadores que estão a tentar activar as suas marcas", salientou Bratches, antes de um evento na região central de Londres para promover o desporto.
Bratches disse que a Fórmula 1 pode inspirar-se no Manchester United, que transformou a sua enorme base de apoio mundial num formidável modelo de patrocínio dividido por região e categoria de produto. Primeiro, afirmou, a modalidade concentrar-se-á em ampliar a sua presença online. "É possível que sejamos a única empresa do planeta que não gera receitas digitais."
Para conseguir novos fãs e oportunidades de negócio, a Fórmula 1 afirma que quer levar corridas a cidades importantes, o que pode um dia incluir Londres, onde todas as equipas desfilaram carros e pilotos diante de 100.000 fãs. O único piloto ausente no evento foi o favorito da casa, Lewis Hamilton, que venceu o Grande Prémio de Inglaterra este ano. Os proprietários da corrida recentemente optaram por quebrar o contrato, citando prejuízos financeiros. A corrida em Silverstone será encerrada depois de 2019, a menos que seja fechado um novo acordo.
Bratches disse que está a trabalhar para garantir que o Reino Unido continue no calendário de corridas, que provavelmente mudará significativamente sob o comando da Liberty Media. A Fórmula 1 recebeu mais de 40 demonstrações de interesse de possíveis locais, revelou Bratches.