Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

General Motors pede protecção contra processos judiciais

No âmbito da protecção contra credores que lhe foi concedida em 2009, quando o requerimento foi aceite ao abrigo do capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA, a fabricante norte-americana quer agora ver inviabilizados os processos relacionados com falhas que levaram à recolha de veículos.

02 de Maio de 2014 às 18:02
  • ...

De acordo com os documentos que deram entrada esta sexta-feira em tribunal, a General Motors pediu a todos os que estão a processar a empresa devido aos problemas na ignição de alguns veículos – que levaram à recolha de 2,6 milhões de unidades – que desistam voluntariamente da ideia, refere o “The Wall Street Journal”.

 

Os processos, que visam indemnizações por danos - como um valor actual mais baixo do carro e perda de uso de um veículo – deverão ficar “em banho-maria” durante 10 dias, enquanto o tribunal de falências decide se a General Motors deve ou não ser responsabilizada.

 

A fabricante automóvel está a tentar que os processos judiciais que possam ser intentados não tenham validade, uma vez que estes problemas na ignição são anteriores a 2009. Ora, com o processo de reestruturação de que foi alvo após receber ajudas públicas, passou a haver uma “nova GM”, explica o “WSJ”.

 

Com efeito, quando uma empresa passa pelo processo de protecção contra credores, ao abrigo da lei de falências norte-americana, normalmente renasce como uma nova entidade jurídica, deixando alguns passivos com a antiga entidade insolvente.

 

Neste caso, refere o jornal, quando a “antiga GM” foi adquirida pela “nova GM” (empresa apoiada pelo governo norte-americano), essa nova empresa assumiu apenas algumas responsabilidades, incluindo processos por danos pessoais. No entanto, a “nova GM” não concordou em responsabilizar-se pelos processos relativos a danos decorrentes de problemas, como valores mais baixos dos veículos.

 

O tribunal terá agora de decidir se estes processos podem ser ou não imputáveis à General Motors.

 

Desde Fevereiro, e apesar de ter procedido à recolha de 2,6 milhões de veículos, a General Motors tem sido alvo de dezenas de acções judiciais em nome de pessoas feridas ou mortas em acidentes envolvendo os automóveis com o referido defeito. Vários requerentes apresentaram uma proposta de acção colectiva num tribunal de Manhattan, defendendo que a General Motors não pode utilizar a sua falência como motivo para absolvição nestes processos.

 

A empresa é ainda alvo de um inquérito para apurar por que motivo demorou 10 anos, após ter sido identificada a falha, para chamar as viaturas para revisão. Com efeito, as autoridades federais norte-americanas estão a investigar se a General Motors escondeu o defeito na chave de ignição quando pediu protecção contra credores, em 2009.

 

Assim, o Departamento de Justiça está a analisar a possível veracidade de uma acusação de que a GM terá cometido fraude quando pediu a protecção contra credores por não ter revelado esse problema na chave de ignição, de que supostamente estaria a par desde inícios da década.

 

O “WSJ” indicava recentemente que, numa reunião que decorreu a 17 de Dezembro de 2013, e numa outra reunião a 31 de Janeiro de 2014, os membros das comissões da GM estiveram focalizados sobretudo na recolha dos modelos de 2005 a 2007 Chevrolet Cobalt e Pontiac G5. No entanto, as últimas informações disponíveis revelam que a empresa automóvel tinha dados preparados para essas duas reuniões em que se salientavam problemas da ignição noutros modelos da GM.

Ver comentários
Saber mais General Motors GM Departamento de Justiça Chevrolet Cobalt Pontiac G5 automóvel falência capítulo 11
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio