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Fábrica da Renault em Portugal anseia ser "referência no grupo"

O director-geral da Renault Cacia admite que os custos de energia são elevados em Portugal. Contudo, a experiência e o preço da mão-de-obra continuam a compensar a aposta. A aposta nos fornecedores nacionais é um dos caminhos a seguir.

15 de Janeiro de 2015 às 19:18
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"Não é muito conhecida em Portugal, mas é uma fábrica importante para a indústria automóvel". As máquinas trabalham na zona periférica de Aveiro desde 1981. No interior de cada armazém funcionam autênticas "cidades" em actividade.

 

Por ano, produz mais de 500 mil caixas de velocidades, o produto-estrela, que chega mesmo a representar 20% do grupo Renault a nível internacional. Ao balanço juntam-se outros três milhões de componentes.

 

Toda a produção da Renault Cacia segue além-fronteiras, posicionando a empresa como a 12ª maior exportadora nacional. Os mercados de proximidade - França e Espanha - são os principais destinos.

 

Em 2015, a multinacional vai voltar a investir 11 milhões de euros na Renault Cacia, destinados ao início da fabricação de novos componentes. A previsão é de que o volume de negócios da fábrica portuguesa se mantenha na ordem dos 260 milhões de euros neste ano. Para isso, é preciso bater a concorrência tanto dentro do universo das 37 fábricas do grupo Renault como fora dele.

 

"Os gastos de energia são mais elevados em Portugal", admite o director-geral Juan Pablo Melgosa. Mas a competência dos trabalhadores e os baixos custos salariais continuam a compensar a aposta no país. "É este o suporte para que Cacia possa concorrer com outras fábricas do grupo", reforça o responsável.

 

Os principais rivais estão bem identificados para cada um dos componentes produzidos. "Temos de estar um passo à frente dos outros para assegurar o nosso futuro", posiciona Melgosa. Essa vantagem pode ser ganha através do reforço nos fornecedores nacionais, baixando os custos de produção e logística. Faltam propostas verdadeiramente competitivas a esse nível.

 

A Renault Cacia quer "ser uma referência dentro do grupo Renault". As exigências de precisão e segurança movem uma equipa com cerca de mil trabalhadores, com uma média de idade a rondar os 40 anos. O número de funcionários transforma-a na segunda maior fábrica automóvel do país, a seguir à Volkswagen Autoeuropa em Palmela.

 

Para já, fica uma certeza ao longo das quatro dezenas de linhas de produção: em cada automóvel da marca francesa, pelo menos um componente terá sido fabricado pela Renault Cacia. "Poucas fábricas podem dizer isso", orgulha-se o director-geral.

 

 

Renault assegura liderança do mercado português há 17 anos

Foi um crescimento acima do esperado aquele que o grupo Renault registou nas vendas em Portugal durante 2014. A Renault vendeu 21.670 veículos (face aos 16.016 de 2013) e a Dacia outros 3.893 (face aos 1.984 de 2013).

 

Os números garantem à companhia francesa o 17º ano consecutivo de liderança no mercado nacional. O Renault Clio volta a ser o modelo mais vendido, com cerca de 7.700 unidades. A gama Mégane também contribui positivamente para o resultado.

 

Renault e Dacia registaram juntas um quota de mercado de 15% no ano passado, obtendo "o melhor resultado do grupo nos últimos 10 anos". Ainda assim, o administrador delegado Xavier Martinet relembra que a base de referência em 2013 era muito baixa. "Falta uma média de 100 mil veículos para que o mercado automóvel volte a níveis anteriores à crise", reforçou.

 

Por isso mesmo, e tendo em conta o crescimento acelerado de 36% do mercado em 2014, as perspectivas para 2015 são mais contidas. A expectativa é de um crescimento de 10%, mantendo-se a quota de mercado já conquistada. Os novos produtos, como o Renault Escape, poderão ajudar nesta meta.

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