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Como é que um BMW aparentemente vulgar duplicou de preço em 16 anos?

O leilão de carros da Gooding & Co., que será realizado no dia 24 de Agosto em Pebble Beach, na Califórnia, tem modelos antigos da Aston Martin e da Bugatti, além de Mercedes de alta cilindrada. Também tem um desportivo da BMW de 2002 que se parece com o carro que o seu vizinho comprou novo, e ainda conduz 16 anos depois.

17 de Agosto de 2018 às 14:56
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Estima-se que o BMW E39 M5 de 2002, cujo preço originalmente recomendado pela fabricante variava entre 72 e 75 mil dólares, será leiloado por um mínimo de 140 a 180 mil dólares, cerca de 1.100% acima da avaliação actual da Kelley Blue Book, cujo tecto máximo é de 15.630 dólares.

Os motivos pelos quais este carro é valioso, e as formas de determinar esse valor, têm a ver tanto com a forma como o mercado de carros de colecção está estruturado como com as qualidades inerentes do automóvel em si, explica David Brynan, especialista da Gooding & Co. "O mercado de carros de colecção é conduzido pelos participantes, e são eles que atribuem valor às coisas", acrescenta.

"Neste momento, muita gente colecciona BMW e, para essas pessoas, [o M5 de 2002] é o Santo Graal" (Uma avaliação deste modelo na revista Motor Trend designou-o "o melhor super-sedã já produzido").

Este BMW, em particular, foi comprado por um homem de Rancho Santa Fe, na Califórnia, que comprou um M5 para conduzir e outro para preservar. O que vai a leilão mal foi usado: o odómetro marca 703 quilómetros.

"No caso dos BMW, o critério fundamental é o quão originais eles são, porque há muitos por aí, que foram conduzidos e usados como carros comuns", diz Brynan. "Este é praticamente um carro novo". O automóvel ainda tem os autocolantes da inspecção de antes da entrega e a matrícula nem saiu da embalagem original.

Nem todos os carros são criados da mesma forma

É claro que nem todos os carros são criados da mesma forma; um Dodge Neon de 1996 que estivesse como novo não chegaria a um preço de seis dígitos.

Este BMW praticamente novo, pelo contrário, tem tanto prestígio porque o estatuto de culto deste modelo aumentou drasticamente nos últimos três anos.

"Pouquíssimos carros são fabricados com o intuito de serem artigos de colecção", explica Brynan. Assim como no caso do BMW M5, o estatuto da maioria dos carros desenvolve-se ao longo do tempo. "Eles são lançados, o valor deles cai, e só depois é que as pessoas percebem que eles são especiais, e é aí que começam a valorizar gradualmente", acrescenta.

Não há números exactos de quantas unidades do E39 M5 de 2002 foram produzidas, mas as estimativas apontam para que tenham sido vendidos menos de 10 mil unidades na América do Norte durante o período de produção, de 1999 a 2003.

A popularidade deste modelo, em particular, começou a aumentar à medida que as pessoas perceberam que ele representa a última "experiência totalmente mecânica", diz Eric Keller, fundador e proprietário da Enthusiast Auto Group, uma concessionária especializada em BMW que tem sede em Cincinnati.

Há uma interferência mínima do computador na experiência de condução; ao contrário dos modelos mais novos, cuja potência, direcção e estabilidade são moduladas por um computador de bordo, o E39 M5 dependia muito mais do controlo do condutor. Este é mesmo o último M5 que vem com uma vareta para medir o nível do óleo. Em 2006, o nível do óleo dos modelos M5 com motor V10 já era verificado electronicamente.

"Vendi cerca de 400 destes, nos últimos 15 anos, e foram todos do modelo de 2002 e 2003", continua Keller. "Esses dois anos são os mais procurados".

Em 2006, a BMW introduziu o substituto do E39, o E60 M5.

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