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Alemanha responde a Trump: Maioria dos carros alemães vendidos nos EUA são produzidos localmente

Depois das ameaças de Donald Trump, a indústria automóvel alemã destaca que 60% dos automóveis vendidos nos EUA são produzidos naquele país.

André Cabrita-Mendes andremendes@negocios.pt 12 de Março de 2018 às 16:28
Os fabricantes automóveis alemães vieram a público reagir às ameaças de subida da carga fiscal nos Estados Unidos sobre os carros importados, feitas por Donald Trump.

A associação da indústria automóvel alemã VDA destaca que a maioria dos BMW, Mercedes, Audi ou Volskwagen vendidos nos EUA, 61% do total, são já fabricados naquele país.

Nos Estados Unidos foram vendidos um total de 1,3 milhões de automóveis de fabricantes alemães em 2017, com uma fatia de 804 mil automóveis a serem produzidos em fábricas destas marcas nos próprios EUA.

"Cada um em dois automóveis produzidos pelos fabricantes alemães nos Estados Unidos é exportado para países fora do NAFTA [tratado de livre comércio entre EUA, Canadá e México]", disse o presidente da associação da indústria automóvel alemã VDA, Bernhard Mattes, citado pelo jornal Handelsblatt esta segunda-feira, 12 de Março.

Já o presidente da BMW, Harald Krüger, destacou que a sua empresa é o maior exportador de automóveis desde os Estados Unidos, com 272 mil automóveis exportados desde a sua fábrica no estado da Carolina do Sul.

Os fabricantes alemães empregam 36,5 mil trabalhadores nos Estados Unidos, mais 5,7 mil face a 2013. Outros 80 mil trabalhadores são empregados em fábricas de fornecedores alemães presentes nos Estados Unidos, segundo dados da VDA.

As marcas automóveis alemãs exportaram 494 mil automóveis para os Estados Unidos em 2017, com o valor das exportações a atingir os 19,4 mil milhões de euros. As tarifas sobre as importações de automóveis ligeiros atingem 2,5% nos Estados Unidos e menos de 10% na União Europeia.

A BMW está actualmente a expandir a sua fábrica no estado da Carolina do Sul, que quando estiver concluída vai ser a maior fábrica da empresa no mundo, superando a fábrica alemã de Dingolfing. Já a Mercedes Benz conta com fábricas no Alabama e na Carolina do Sul.

As declarações do líder da associação automóvel alemã têm lugar depois do presidente norte-americano ter vindo a público anunciar que pretendia alargar o aumento das tarifas do aço e alumínio às importações de automóveis.

"A União Europeia, países maravilhosos que tratam os EUA muito mal no comércio, estão a queixar-se sobre as tarifas de aço e alumínio. Se eles reduzirem as suas horríveis barreiras e tarifas nos produtos norte-americanos, nós vamos baixar as nossas. Grande défice. Caso contrário, vamos taxar os automóveis", ameaçou Donald Trump nas redes sociais no domingo, 11 de Março.

Em resposta às ameaças de Donald Trump, Bruxelas garantiu que vai "fazer frente aos 'bullies'". "Em alguns locais, o comércio foi culpado pelas dores da globalização, com alguns a usarem isto como bode expiatório e insistir que podemos esconder-nos detrás de muros e fronteiras. E vimos recentemente como isto é usado para nos ameaçar e intimar. Mas não temos medo, vamos fazer frente aos 'bullies'", disse a comissária europeia para o comércio, Cecilia Malmstrom, citada pela Bloomberg.

Em Janeiro de 2017, acabado de chegar à Casa Branca, Donald Trump ameaçou os fabricantes automóveis europeus que iria impor pesadas tarifas, caso continuassem a investir em fábricas automóveis no México, em detrimento dos Estados Unidos. Na altura, chegou mesmo a a ameaçar a BMW com uma tarifa de importação no valor de 35%, por estar a construir uma nova fábrica no México. Passado um ano das suas ameaças, o presidente Trump volta à carga contra os fabricantes automóveis europeus.
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