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Governo pressiona "solução de consenso" para alargamento do Alvarinho

Até 15 de Janeiro, os vinhos verdes têm de apresentar ao Ministério da Agricultura uma proposta para resolver o diferendo em torno da possibilidade de todas as empresas da região mencionarem esta casta valiosa nos rótulos, que é um exclusivo de Melgaço e Monção.

Miguel Baltazar/Negócios
03 de Novembro de 2014 às 15:09
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O Ministério da Agricultura mandatou a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) para apresentar até 15 de Janeiro do próximo ano uma "solução de consenso" para o polémico alargamento a toda a região da possibilidade de comercializar vinhos verdes da casta alvarinho, que continua a ser um exclusivo das sub-regiões de Melgaço e Monção.

 

A primeira reunião deste grupo de trabalho, que sentará à mesma mesa dez empresas desta região vitinícola com posições distintas sobre o problema, está agendada para esta quarta-feira, 5 de Novembro. Ao que o Negócios apurou, a Comissão Europeia remeteu a resolução deste diferindo concorrencial para o Governo português, nomeadamente o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), que acompanhará essas negociações com uma espécie de estatuto de observador. Face às posições extremadas, o mais provável é que seja acertado um período transitório, que os defensores do alargamento não querem que ultrapasse os três anos. 

 

A batalha pelo "não" tem sido liderada pelas autarquias de Melgaço e Monção, no Alto Minho, que já conseguiram que fosse aprovado no Parlamento, em Maio, um projecto de resolução, que recomendava ao Governo a manutenção da legislação actual. Pelo "sim" estão a maior parte dos produtores da região - excluindo alguns da sub-região que querem a manutenção do exclusivo - e a própria CVRVV, cujo conselho geral já votou por duas vezes o alargamento.

 

Em causa está "apenas" a possibilidade de todas as empresas da região mencionarem a casta,

isto é, rotular Vinho Verde Alvarinho. O plantio desta casta é livre em toda a União Europeia, incluindo todo o território nacional.  Aliás, em todas as restantes regiões portuguesas, exceptuando a Bairrada e o Algarve, é permitido produzir e rotular alvarinho nos vinhos com Denominação de Origem.

 

No caso dos vinhos verdes, porém, a menção da casta no rótulo só é possível em Monção e Melgaço, enquanto nos restantes 35 concelhos a casta é plantada e vinificada, - há 500 hectares com esta planta fora dos dois concelhos -, mas não pode ser mencionada no rótulo. Ou seja, embora o vinho seja 100% alvarinho, se o produtor quiser mencionar a casta no rótulo das garrafas, como acontece actualmente, não pode mencionar "Vinho Verde". Tem de optar, em alternativa, por rotular "Vinho Regional Minho", que não tem o mesmo valor comercial junto dos clientes nacionais e internacionais. 

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