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Produção de maçã quebra 35% a 40% em Portugal

Últimos dados vêm confirmar previsões do INE para a quebra de produção de maçãs em Portugal. No União Europeia a diminuição, em média, foi de 3% em 2016.

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24 de Janeiro de 2017 às 15:53
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A produção de maçã em Portugal registou um decréscimo de situado entre os 35% e os 40%, afirmou esta terça-feira, 24 de Janeiro, Maria do Carmo Martins, do Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional, citada pela Lusa.

Segundo Maria do Carmo Martins, em Setembro, Portugal "tinha uma previsão de quebra na ordem dos 20% relativamente ao ano passado", mas dados actuais apontam que esta se situe entre os 35 e os 40%.

De acordo com as últimas previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicadas em Novembro passado e consultadas pelo Negócios, a estimativa era colher 226 mil toneladas de maçãs em Portugal, o que a confirmar-se, representaria uma quebra de 30,03% face às 323 mil toneladas obtidas um ano antes.

No resumo das previsões emitido pelo INE com data de 17 de Novembro, os serviços estatístico de Portugal avançavam: "nos pomares de macieiras com variedades mais tardias, a colheita está prestes a terminar, confirmando-se as perspectivas anteriormente avançadas de decréscimo significativo da produção (menos 30%, face a 2015)".

E justificava que "os principais factores que contribuíram para esta situação" foram "as condições climatéricas durante o período de dormência vegetativa" das macieiras e pereiras, com Inverno ameno a não ajudar ao aparecimento de flores, e, na fase da floração, com chuvas intensas e temperaturas a não ajudar ao desenvolvimento dos frutos.

Na mesma altura, a previsão do INE para a produção de pera em Portugal também era de quebra, mas nesse caso de 20%, para 113 mil toneladas.


Europa com menos maçãs

Na União Europeia, a produção decresceu 3% em 2016 face ao ano anterior. "Os principais países produtores tiveram um decréscimo de produção como, por exemplo, a França, com menos 7%", explicou Maria do Carmo Martins aos produtores presentes numa sessão de apresentação do balanço da campanha da maçã a nível europeu, realizada em Moimenta da Beira.

No entanto, houve países, como a Polónia, com "um aumento de 4% relativamente à campanha passada e de 14% relativamente às últimas três campanhas", acrescentou.

A responsável explicou que, "com excepção da geada que afectou alguns países da Europa Central", em geral as condições climáticas foram favoráveis e reflectiram-se na qualidade dos frutos.

No que respeita às exportações da União Europeia, prevê-se que "permaneçam inalteradas em 1,6 milhões de toneladas para mercados como a Bielorrússia, Médio Oriente e norte de África, uma vez que a Rússia continua a sua proibição até 2017".

"Prevê-se que as importações continuem a sua lenta recuperação desde 2014/15, subindo 11 mil toneladas, para as 460 mil toneladas, suportada em proveniências do hemisfério sul", acrescentou.

No que respeita aos mercados considerados mais importantes em termos mundiais, Maria do Carmo Martins referiu, por exemplo, que "a produção da China deve subir novamente cerca 900 mil toneladas, para as 43,5 milhões de toneladas, uma vez que as áreas plantadas devem compensar as perdas relacionadas ao clima nas províncias de Shaanxi e Shandong".

Maria do Carmo Martins aproveitou para sensibilizar os produtores para um estudo de investigadores do Freshness Lab do Instituto Superior de Agronomia que concluiu que "uma nova classificação da maçã com base na sua riqueza em compostos bioativos benéficos para a saúde pode ser uma boa alternativa", visto que esta é cada vez mais uma preocupação dos consumidores.

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