Notícia
Portugal pode atrair investimento acima de 500 milhões em ativos agrícolas em dois anos
Estudo aponta que, embora esteja "a dar os primeiros passos" no investimento em ativos agrícolas e florestais, Portugal tem "elevado potencial de crescimento", podendo vir a captar mais de 500 milhões de euros nos próximos dois anos, designadamente no olival, vinha ou amendoal.
Com o apetite por ativos agrícolas e florestais a crescer em todo o mundo e uma vontade cada vez maior de aliar um retorno financeiro competitivo a um impacto social e ambiental positivo, Portugal tem potencial para atrair mais de 500 milhões de euros em dois anos, de acordo com um estudo da Jones Lang LaSalle (JLL).
Segundo o estudo desenvolvido em parceria pela consultora imobiliária JLL e pela consultora agrícola Consulai sobre este mercado, divulgado esta quarta-feira, a Península Ibéria é "sem dúvida" um dos mercados que contribuiu para a crescente atratividade e que beneficiará deste fluxo, com um volume de investimento no chamado "natural capital" que se espera que continue a superar os 1.000 milhões de euros em 2024.
E, embora "ainda a dar os primeiros passos no investimento em ativos agrícolas e florestais, mas com elevado potencial de crescimento, Portugal tem capacidade para dinamizar transações e operações de M&A (fusões e aquisições) superiores a 500 milhões de euros nos próximos dois anos", refere a JLL.
Até à data, em 2023, foram levantados 5,3 mil milhões de capital para investir neste setor na Europa Ocidental, um volume que traduz um crescimento de 200% face ao ano passado, com o estudo a destacar a importância deste valor, considerando que representa 52% do total levantado em todo o mundo (10,2 mil milhões), o que demonstra "o crescente interesse do investimento na Europa ocidental e da Península Ibérica". Em 2022, apenas 27% do capital levantado tinha como alvo a Europa Ocidental.
"A tendência de diversificação dos investimentos associada às exigências de sustentabilidade têm potenciado o interesse dos investidores por ativos que servem de base a atividades agrícolas e florestais. Além de retornos interessantes e estáveis e um perfil de risco muito atrativo, este é um investimento com um papel ativo na captação de carbono, com bom impacto no meio ambiente e na sociedade. Por isso, há cada vez mais capital a direcionar-se para este tipo de imóveis e Portugal está numa excelente posição para captar uma fatia deste valor", diz o Head of Development & Natural Capital da JLL, Gonçalo Ponces, citado em comunicado.
"A julgar pelo interesse que temos recebido dos investidores, este é um setor que poderá, em dois anos, representa um volume transacional superior a 500 milhões de euros no nosso país", reforça.
O diretor-geral da Consulai, Pedro Santos, sinaliza, por seu turno, que "este bom posicionamento de Portugal se justifica pelo facto de o país ter um enorme potencial ainda por desenvolver nestas áreas, dispondo de excelentes condições naturais para estas atividades e diversas vantagens competitivas em termos dos fatores e custos de produção".
"Temos boas condições climáticas, solos férteis, disponibilidade de água, capacidade de produção de uma enorme diversidade de culturas, desde olival, a frutos vermelhos, frutos secos ou vinha, bem como preços de ativos mais competitivos face a outros mercados e custos de produção relativamente mais baixos. Isto associado a um mercado que tem crescido, como se vê pelo facto de sermos o quinto produtor de olival a nível mundial e um dos maiores exportadores de vinhos, mas que tem ainda um enorme espaço para expandir. Temos uma excelente proposta de valor para quem pretende investir na área de 'natural capital'", frisa.
Este é um domínio em que a rentabilidade exigida pelos investidores varia de acordo com as condições contratuais, do mercado de cada tipo de cultura, segurança da água, idade os ativos biológicos, estimativas futuras de custos e receitas, caraterísticas do imóvel e localização, entre outros fatores, mas o estudo apresenta "yields" indicativas para o investimento neste tipo de ativos.
Assim, para investimentos em culturas permanentes instaladas (com operação do proprietário ou contrato de gestão), os investidores normalmente exigem um retorno anual variável entre 7% a 9%. Já em investimentos para plantação e desenvolvimento de novos projetos, é necessária uma taxa interna de retorno (TIR) que pode variar de 10% a 14%, especifica.
O estudo ressalva, porém, que estes valores não representam um padrão para todos os investimentos, uma vez que também existem investimentos em áreas agrícolas de sequeiro e floresta com menor risco, com um retorno anual exigido entre 4% a 6%, e algumas culturas de alto valor (como por exemplo em estufas), que pode alcançar um retorno anual de dois dígitos bem superior ao indicado.
Aliás, assinala a JLL, "uma tendência identificada neste relatório de 'research' é a aceitação de uma taxa de retorno mais baixa, contra um maior benefício ambiental e social, uma vez que alguns Investimentos de 'natural capital' têm sido motivados por uma verdadeira e genuína preocupação com o planeta e a sociedade".
De acordo com este estudo, o complexo agroflorestal representa 5,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, num país que dispõe de mais de 560.000 hectares de áreas de regadio.
No setor agrícola, as culturas permanentes mais relevantes são o olival, a vinha e o amendoal, ao passo que em termos de culturas anuais, o país evidencia-se pelas plantações de cereais para forragem, tomates para transformação e arroz. Já no setor florestal, que cobre 3,2 milhões de hectares, 26% da área é dedicada ao eucalipto, 22% ao pinheiro-bravo e 22% à cortiça.
Segundo o estudo desenvolvido em parceria pela consultora imobiliária JLL e pela consultora agrícola Consulai sobre este mercado, divulgado esta quarta-feira, a Península Ibéria é "sem dúvida" um dos mercados que contribuiu para a crescente atratividade e que beneficiará deste fluxo, com um volume de investimento no chamado "natural capital" que se espera que continue a superar os 1.000 milhões de euros em 2024.
Até à data, em 2023, foram levantados 5,3 mil milhões de capital para investir neste setor na Europa Ocidental, um volume que traduz um crescimento de 200% face ao ano passado, com o estudo a destacar a importância deste valor, considerando que representa 52% do total levantado em todo o mundo (10,2 mil milhões), o que demonstra "o crescente interesse do investimento na Europa ocidental e da Península Ibérica". Em 2022, apenas 27% do capital levantado tinha como alvo a Europa Ocidental.
"A tendência de diversificação dos investimentos associada às exigências de sustentabilidade têm potenciado o interesse dos investidores por ativos que servem de base a atividades agrícolas e florestais. Além de retornos interessantes e estáveis e um perfil de risco muito atrativo, este é um investimento com um papel ativo na captação de carbono, com bom impacto no meio ambiente e na sociedade. Por isso, há cada vez mais capital a direcionar-se para este tipo de imóveis e Portugal está numa excelente posição para captar uma fatia deste valor", diz o Head of Development & Natural Capital da JLL, Gonçalo Ponces, citado em comunicado.
"A julgar pelo interesse que temos recebido dos investidores, este é um setor que poderá, em dois anos, representa um volume transacional superior a 500 milhões de euros no nosso país", reforça.
O diretor-geral da Consulai, Pedro Santos, sinaliza, por seu turno, que "este bom posicionamento de Portugal se justifica pelo facto de o país ter um enorme potencial ainda por desenvolver nestas áreas, dispondo de excelentes condições naturais para estas atividades e diversas vantagens competitivas em termos dos fatores e custos de produção".
"Temos boas condições climáticas, solos férteis, disponibilidade de água, capacidade de produção de uma enorme diversidade de culturas, desde olival, a frutos vermelhos, frutos secos ou vinha, bem como preços de ativos mais competitivos face a outros mercados e custos de produção relativamente mais baixos. Isto associado a um mercado que tem crescido, como se vê pelo facto de sermos o quinto produtor de olival a nível mundial e um dos maiores exportadores de vinhos, mas que tem ainda um enorme espaço para expandir. Temos uma excelente proposta de valor para quem pretende investir na área de 'natural capital'", frisa.
Este é um domínio em que a rentabilidade exigida pelos investidores varia de acordo com as condições contratuais, do mercado de cada tipo de cultura, segurança da água, idade os ativos biológicos, estimativas futuras de custos e receitas, caraterísticas do imóvel e localização, entre outros fatores, mas o estudo apresenta "yields" indicativas para o investimento neste tipo de ativos.
Assim, para investimentos em culturas permanentes instaladas (com operação do proprietário ou contrato de gestão), os investidores normalmente exigem um retorno anual variável entre 7% a 9%. Já em investimentos para plantação e desenvolvimento de novos projetos, é necessária uma taxa interna de retorno (TIR) que pode variar de 10% a 14%, especifica.
O estudo ressalva, porém, que estes valores não representam um padrão para todos os investimentos, uma vez que também existem investimentos em áreas agrícolas de sequeiro e floresta com menor risco, com um retorno anual exigido entre 4% a 6%, e algumas culturas de alto valor (como por exemplo em estufas), que pode alcançar um retorno anual de dois dígitos bem superior ao indicado.
Aliás, assinala a JLL, "uma tendência identificada neste relatório de 'research' é a aceitação de uma taxa de retorno mais baixa, contra um maior benefício ambiental e social, uma vez que alguns Investimentos de 'natural capital' têm sido motivados por uma verdadeira e genuína preocupação com o planeta e a sociedade".
De acordo com este estudo, o complexo agroflorestal representa 5,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, num país que dispõe de mais de 560.000 hectares de áreas de regadio.
No setor agrícola, as culturas permanentes mais relevantes são o olival, a vinha e o amendoal, ao passo que em termos de culturas anuais, o país evidencia-se pelas plantações de cereais para forragem, tomates para transformação e arroz. Já no setor florestal, que cobre 3,2 milhões de hectares, 26% da área é dedicada ao eucalipto, 22% ao pinheiro-bravo e 22% à cortiça.