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Ferreira do Amaral elege floresta como "desígnio nacional"

A percentagem de empresas exportadoras na fileira florestal é um número que o presidente da AICEP "gostaria de ver replicado noutros sectores da economia". Campanha internacional empurrou empresas para fora da Europa.

Miguel Baltazar
25 de Maio de 2015 às 11:32
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O presidente da Associação para a Competitividade da Indústria da Fileira Florestal (AIFF) referiu esta segunda-feira, 25 de Maio, que o sector das florestas "não só é importante para as gerações actuais" - porque as suas actividades são "relevantes do ponto de vista económico e social" - mas também do ponto de vista estratégico, já que "tem grandes possibilidades de se desenvolver e aproveitar as oportunidades nos mercados internacionais". "Sem exagerar, a sustentabilidade da nossa floresta devia ser um desígnio nacional", reclamou João Ferreira do Amaral.

 

Durante o seminário de encerramento da campanha internacional "Paper From Portugal", na Alfândega do Porto, o líder desta entidade gestora do pólo de competitividade da fileira sublinhou que "a sustentabilidade ambiental não se consegue se não houver sustentabilidade económica" e que "só os recursos com interesse económico têm possibilidade de se manter".

 

"Do ponto de vista da opinião pública, nacional e internacional, ela ainda não está suficientemente alertada para a floresta enquanto recurso económico. Toda a gente reconhece os aspectos ambientais e de qualidade de vida, mas não está alertada para a grande valia económica desta fileira", acrescentou Ferreira do Amaral.

 

O presidente da AICEP, Miguel Frasquilho, traçou o retrato de um sector com 470 empresas, que empregam mais de 10.500 pessoas em Portugal e são responsáveis por 3,1 mil milhões de euros de facturação, representando 1% do valor acrescentado bruto (VAB) do país e 5% do total gerado pela indústria transformadora portuguesa.

 

Destas 470 empresas, há 300 que vendem os seus produtos e serviços em países terceiros, ou seja, 64% das empresas do sector são exportadoras. "É um número excepcional e que gostaria de ver replicado noutros sectores da nossa economia", disse Frasquilho, calculando que o sector teve taxas de crescimento médio anual de 3% ao longo dos últimos cinco anos e que estas três centenas de empresas da fileira respondem por 5% das exportações totais portuguesas. 

 

Diversificação das exportações 

 

Depois de uma campanha mais reduzida, realizada em apenas cinco países europeus, entre 2011 e 2013, a CELPA - Associação da Indústria Papeleira avançou com a campanha Interpaper 2013-2015, em que pretendia acabar com alguns mitos envolvidos nesta indústria e promover as características técnicas e ambientais destes produtos. Uma campanha alargada a outros países da Europa, como na região do Báltico, e também a mercados do Norte de África e da América do Norte.

 

Citando "três mitos" que envolvem este sector - a indústria papeleira destrói a floresta; o papel reciclado é mais verde que o papel novo; online é melhor que "on paper" - e que esta campanha internacional visou combater nos últimos três anos, Armando Goes, presidente da CELPA, valorizou que, actualmente, a fileira exporta para mais de 130 países e entrou em novos mercados fora da Europa, como Tunísia, Turquia ou EUA, tendo "em muitos deles crescimentos de três dígitos". Além disso, concluiu, os capitais da indústria da pasta e papel "são, na sua maioria, nacionais e, na sua globalidade, ibéricos", pelo que "os centros de decisão estão, pelo menos, na Península Ibérica". 

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