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Alqueva recebe nova injecção de 14 milhões
Em três meses, o capital da EDIA, que gere a barragem e o complexo de regadio, já engordou em 30 milhões de euros.
O capital social da gestora da barragem do Alqueva, a EDIA, voltou a ser reforçado através de injecção de verbas pelo accionista Estado. Desta vez, foram mais 13,9 milhões de euros, através da emissão de mais cerca de 2,78 milhões de acções.
A entrada de capital, aprovada há uma semana e anunciada esta quinta-feira, 9 de Março, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) eleva o capital social da Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva para os 478,25 milhões de euros.
"No dia 2 de março de 2017 foi aprovado por deliberação social unânime por escrito aumentar o capital social da EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva, S.A., em 13.915.340,00 euros, através da emissão de 2.783.068 de ações nominativas, no valor de 5 euros cada, a subscrever e realizar pelo acionista Estado Português, em numerário," lê-se no documento.
Em três meses, é a segunda vez que o Estado faz uma operação do género, depois de a 24 de Janeiro ter dado conta da decisão tomada, no final de 2016, de colocar mais 17,2 milhões de euros no capital da empresa. Aquela foi a sexta vez, num ano, que o accionista público reforçou os capitais da gestora da barragem de Alqueva. No total, em 2016 o capital social da empresa engordou em 63,48 milhões de euros.
No primeiro semestre do ano passado – de acordo com as contas mais recentes disponíveis no site da CMVM – a empresa investiu 19 milhões de euros na rede de rega primária e secundária associada à barragem, sem contar com capitalizações de encargos de estrutura e financeiros.
A empresa tem em curso o projecto que aumenta o perímetro de rega de 120 para 170 mil hectares, que implica um investimento de 217 milhões de euros. O objectivo, como disse em Janeiro ao Negócios o presidente da EDIA, José Pedro Salema, é candidatar metade do valor a apoio do Banco Europeu de Investimento, "ao abrigo do plano Juncker", vindo o montante restante de recursos próprios e do Plano de Desenvolvimento Rural.
No mesmo semestre de 2016 foram reembolsados empréstimos de médio e longo prazo de 19,135 milhões de euros para pagamentos dos créditos contraídos junto da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças e do Banco Europeu de Investimentos. Estes pagamentos colocaram o financiamento líquido ao empreendimento nos 6 milhões de euros entre Janeiro e Junho.
No mesmo intervalo, a EDIA teve prejuízos de cerca de 9,7 milhões de euros, que comparam com 6,24 milhões de euros um ano antes. Nesse mesmo período, o capital próprio foi reforçado em cerca de 21 milhões de euros.