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Francisco Louçã deixa avisos a António Costa

Sujeitar as pensões mínimas a condição de recursos e dar um complemento salarial a trabalhadores pobres são medidas que “há um ano teriam impedido os acordos com o BE e o PCP”, diz Louçã, que estranha que o Governo ressuscite os temas.

Miguel Baltazar
Negócios 19 de Outubro de 2016 às 12:16
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"O Governo tem de pensar bem antes de dar o próximo passo". Pensar bem se quer mesmo avançar com o complemento salarial anual e pensar bem se vai mesmo sujeitar as pensões mínimas a prova de rendimentos, duas medidas em estudo como foi avançado em entrevista ao Negócios pelo ministro das Finanças, Mário Centeno. É que estas são questões que não só não estão nos acordos à esquerda como "há um ano teriam impedido os acordos com o BE e o PCP".

O aviso de Francisco Louçã, um dos fundadores da "geringonça", é deixado no blogue do Público, num texto intitulado "António Costa, cuidado com as pensões em 2017".

 

O também fundador do BE considera que o Governo, depois de ter decidido aumentar as pensões, aniquilou os argumentos da oposição e "tem o paraíso". Só que, em vez de aproveitá-lo, está a lançar-se no que classifica de "manobras de distracção".

 

Uma delas é o complemento salarial anual, sobre o qual Mário Centeno foi questionado na entrevista ao Negócios, e respondeu que "está a ser desenhada", embora não esteja entre as prioridades. A ideia do Governo é que esta prestação seja atribuída aos trabalhadores que não conseguem sair da pobreza, mas, para Louçã, não passa de uma forma de o Estado subsidiar as empresas que pagam para 2017. Louçã diz que a medida está a ser considerada para 2017, embora o ministro não se tenha comprometido com prazos.

 

O segundo tiro no pé, segundo o antigo líder do BE, é a aplicação da condição de recursos às novas pensões mínimas. Louçã questiona se "uma maioria que aumentou as pensões vai entrar em querelas sobre uma putativa redução futura de pensões?", para dar a resposta: "Reduzir pensões não é boa ideia".

 

O recado final é deixado na última frase do texto: "O Governo deve pensar bem antes de dar o próximo passo". 

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