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Só metade das SMS para vacinação tiveram resposta positiva

Uma centena de centros de saúde de todo o país vão começar a convocar as 967 mil pessoas com mais de 80 anos ou acima dos 50 com doenças de risco. Na primeira fase, só 53% confirmaram a vacinação através de mensagem no telemóvel.

A ministra da Saúde disse ontem que as primeiras vacinas serão administradas entre 27 e 29 de dezembro.
Rodrigo Antunes/Lusa
08 de Fevereiro de 2021 às 15:02
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Os serviços de saúde já identificaram um total de 967 mil pessoas no grupo de maiores de 80 anos e acima dos 50 com uma das quatros patologias de risco (insuficiência cardíaca ou renal, doença coronária ou respiratória crónica sob suporte ventilatório), que começaram a ser vacinadas contra a covid-19 na semana passada.

 

Esta listagem, que exclui as pessoas que estão nos lares e em estruturas similares – essas já faziam parte do primeiro grupo prioritário para a vacinação –, acaba de ser enviada a todas as unidades de cuidados de saúde primários. E depois de ter arrancado com 40 unidades numa fase inicial, esta terça-feira, 9 de fevereiro, outras 59 entram no grupo de centros de saúde que estão a fazer os agendamentos.

 

"Neste momento, já todo o país tem unidades de cuidados de saúde primários a convocar pessoas para vacinar" os dois mais recentes grupos a entrar no plano, adiantou esta tarde a ministra da Saúde, Marta Temido, calculando que já foram realizados 2.380 agendamentos deste género.

 

Um dos métodos preferenciais para agendar a vacinação é o envio de uma mensagem escrita (SMS) para o telemóvel que está associado ao número de utente. Ora, das 1.677 SMS já enviadas até ao momento, houve 902 pessoas a responder que sim. Isto é, quase metade (47%) não deram resposta ou responderam que não.

 

No entanto, salvaguardou a ministra, quando não há resposta à SMS é feito um novo contacto telefónico ou por outra via. Em conferência de imprensa, referiu ainda que já foram emitidas também 4.140 declarações para a toma da vacina por parte de pessoas que, não tendo médico de família ou número de utente, recorreram a médicos do setor privado.

 

Para resolver as dúvidas sobre se uma pessoa com mais de 50 anos e estas doenças de risco foi mesmo identificada e faz parte das listagens oficiais, a tutela promete disponibilizar até ao final desta semana uma nova funcionalidade no portal Covid-19: um simulador em que basta inserir alguns dados pessoais e o sistema informa se está ou não incluída.

Falha das farmacêuticas obriga a gestão "prudente" dos stocks

 

No final de uma reunião da "task force", que passou a ser liderada pelo vice-almirante Gouveia e Melo depois da demissão de Francisco Ramos, a ministra indicou que até ao final da semana passada tinham sido recebidas 493.050 doses. Já no domingo chegou a primeira remessa da AstraZeneca (43.200), esta manhã uma nova entrega da Pfizer (87.750) e até ao final desta semana estão previstas mais 22.800 da Moderna.

 

A nova estimativa para o primeiro trimestre aponta agora para um total de 1,9 milhões de doses de vacinas, abaixo do inicialmente contratado. Ainda assim, questionada sobre como está a ser ajustado o plano face às quantidades, Marta Temido assegurou que "o país tem feito uma gestão de stocks para garantir que há segundas doses, mesmo que falhe uma entrega". "É um princípio de prudência", acrescentou.

O país tem feito uma gestão de stocks para garantir que há segundas doses, mesmo que falhe uma entrega. Marta Temido, ministra da Saúde

Um novo elemento de incerteza foi introduzido pela decisão da Direção Geral da Saúde, seguindo a prática noutros países, de utilizar a vacina da AstraZeneca apenas em pessoas até aos 65 anos. Válter Fonseca, membro da direção da DGS, explicou que esta é "uma vacina segura, de qualidade e com anticorpos que podem proteger contra a covid-19" e que este limite foi colocado também por uma questão de prudência, já que nos ensaios clínicos "os dados são mais escassos" a partir desta faixa etária.

Alemães já trabalham na Luz

Até às 13h desta segunda-feira, 8 de fevereiro, tinham sido registadas 397.404 inoculações (292 mil primeiras doses e quase 105 mil segundas doses). Esta semana, o Ministério prevê administrar mais 120 mil: as segundas doses e ainda algumas primeiras em lares onde havia surtos; primeiras e segundas doses "focadas na vacina da Moderna" a profissionais de saúde; 19 mil inoculações em "profissionais de serviços não essenciais"; e às pessoas com mais de 80 anos e entre os 50 e os 79 anos com aquelas quatro comorbilidades.

No dia em que entraram no Hospital da Luz os primeiros doentes para serem acompanhados pelos profissionais de saúde destacados pela Alemanha, Marta Temido referiu que o Governo português continua a "articular com vários países da União Europeia possíveis apoios e colaborações", no âmbito de mecanismos europeus ou bilaterais, sem dar mais pormenores.

Alargar testes aos contactos que não são de "alto risco" Portugal ultrapassou o máximo de testes contra a covid-19 no mês de janeiro – só num dia foram realizados 77 mil – e Marta Temido insiste que a elevada testagem é "a melhor forma de garantir que continuamos a detetar todos os casos o mais precocemente possível". Em equação está agora a possibilidade de um alargamento do critério para a realização de rastreio de contactos. Isto é, neste momento os testes são sobretudo preconizados para contactos de alto risco e o Ministério da Saúde já pediu à DGS para "avaliar tecnicamente a possibilidade de o teste poder ser mais abrangente, independentemente do risco de contacto". "Não podemos deixar cair o número de testes. Mesmo que a epidemia pareça, em termos de procura, exigir menos testes, temos de intensificar o esforço do lado da oferta para continuar a identificar precocemente os casos", concluiu a governante.


(Notícia atualizada às 15:30 com mais detalhes sobre o plano de vacinação)

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