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Sindicatos dizem que greve dos médicos tem adesão superior a 80%

Os médicos estão, desde a meia-noite, em greve contra a falta de medidas do Governo em várias matérias. A paralisação é de dois dias. E durante esta manhã, nos hospitais portugueses, o cenário não é uniforme. Mas é certo que consultas foram canceladas.

Miguel Baltazar/Negócios
10 de Maio de 2017 às 12:20
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A greve nacional dos médicos registou hoje de manhã uma adesão superior a 80%, segundo o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), um dos que convocou a paralisação de dois dias.

 

O balanço foi feito pelo secretário-geral do SIM, Roque da Cunha, aos jornalistas, no hospital de Santa Maria, em Lisboa.

 

O dirigente sindical indicou que há vários blocos operatórios encerrados no país e, apesar de se escusar a entrar "numa guerra de números", apontou para uma adesão superior a 80% neste primeiro dia de paralisação.

 

Consultas e cirurgias programadas devem ser as mais afetadas nestes dois dias de greve, com os profissionais a cumprirem obrigatoriamente os serviços mínimos, que contemplam as urgências, quimioterapia e radioterapia ou transplantes.

Os médicos estão desde a meia-noite em greve. A paralisação foi convocada devido à falta de medidas do Governo em várias matérias, como redução dos utentes por médico de família e diminuição de horas em urgência, de acordo com a Lusa. O

Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e Federação Nacional dos Médicos (FNAM) reivindicam um conjunto de 30 pontos e queixam-se de que o Governo tem empurrado as negociações ao longo de um ano, sem concretizações, e demonstrando falta de respeito pelos profissionais.

Fruto desta paralisação, várias consultas foram, ou canceladas ou reagendadas. Segundo a agência de informação, no Hospital de São José, em Lisboa, alguns utentes que tinham consulta marcada tiveram de a remarcar. E alguns utentes do Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, foram informados, nos serviços hospitalares, de que as consultas externas que estavam previstas para esta manhã teriam que ser remarcadas devido à greve. O movimento à entrada do serviço de consultas externas começou a notar-se a partir das 08:00, com a chegada de utentes, segundo a mesma fonte.

No Porto mais concretamente no Hospital de São João, escreve a Lusa, o movimento nas salas de espera das consultas externas é menor devido à greve dos médicos, estando, ainda assim, a realizar-se consultas de várias especialidades. São disso exemplo as consultas de Cardiologia, Urologia e Gastroenterologia, ao passo que em Dermatologia, por exemplo, várias pessoas se queixavam de não ter consulta devido à greve nacional que os médicos iniciaram às 00:00 de hoje.


Já no Hospital de Vila Real, os efeitos da greve dos médicos eram pouco visíveis, durante o período da manhã, onde as salas de espera estavam cheias e com consultas a decorrer com normalidade, embora outras tenham sido canceladas.       

No Algarve, no Hospital de Portimão, as consultas externas decorreram com alguma normalidade, ainda que algumas tenham sido canceladas e adiadas. Ao início da manhã, o movimento na sala de espera das consultas externas registava menor movimento do que em outros dias devido à greve dos médicos, mas, ainda assim, e apesar de alguns utentes terem sido apanhados de surpresa, foram poucos os que viram as consultas adiadas, relata a Lusa.


Consultas antecipadas ou reagendadas


O presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares disse à Lusa que cirurgias e consultas são as mais afectadas pela greve dos médicos, mas revelou que muitas foram antecipadas ou reagendadas por iniciativa dos clínicos que aderem ao protesto.


Os hospitais, disse Alexandre Lourenço, tentaram minimizar o impacto da greve nos utentes, uma vez que, principalmente em relação às cirurgias, estes são "momentos importantes da vida das pessoas". "É importante dar um sinal de normalidade aos utentes, garantindo que estes têm os serviços que precisam", adiantou.

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