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Sindicato de médicos britânicos convoca greve para a próxima semana

O Governo britânico está em conversações com os médicos do serviço nacional de saúde, numa última tentativa de evitar uma série de greves. Em causa estão as alterações proposta pelo Governo ao modelo de remuneração das horas-extra.

Ricardo Castelo/Negócios
05 de Janeiro de 2016 às 12:56
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Os médicos em formação, que representam mais de metade dos profissionais no serviço nacional de saúde britânico, informaram segunda-feira que pretendem efectuar uma paralisação de 24 horas na próxima semana, seguida de duas greves de 48 horas, escreve a agência Reuters esta terça-feira, 5 de Janeiro.

Caso avancem, estas acções de protesto vão afectar a prestação de serviços médicos não urgentes e conduzir ao cancelamento de várias operações, informa a agência.

Estavam previstas paralisações antes do Natal, mas foram suspensas para permitir que Governo e médicos continuassem as conversações em curso.

Todavia, esta segunda-feira, a Associação de Médicos Britânica (BMA, na sigla inglesa) informou que não foram registados progressos e, assim sendo, que se avançariam com as acções de protesto.

"Para que as greves sejam desconvocadas, o Governo terá de reconhecer as preocupações dos médicos em formação e ser capaz de ir mais longe do que o que foi no Natal", disse Mark Porter, presidente do BMA à rádio da BBC.

Cerca de 98% dos mais de 37 mil médicos em formação votaram a favor da participação em acções de protesto, incluindo greves. Em causa está o novo modelo de contrato proposto pelo Governo britânico.

Os médicos alegam que este novo contrato coloca em causa a forma como são pagos por horas-extra, e não prevê salvaguardas contra os médicos trabalharem por períodos perigosamente longos, explica a Reuters.

O Governo, por seu turno, defende que o novo contrato visa garantir que os pacientes têm a "mesma qualidade de serviço durante toda a semana", escreve a agência.

"A nossa prioridade absoluta é a segurança dos pacientes, e garantir que o serviço nacional de saúde oferece um serviço de alta qualidade nos sete dias da semana - e sabemos que é isso que os médicos desejam também. Então, é muito frustrante que a BMA tenha optado por avançar com as acções de protesto, que não ajudam ninguém", lamentou Jeremy Hunt, secretário da Saúde em comunicado, citado pela agência.

A Reuters escreve que, a acontecer, esta seria potencialmente a maior greve de médicos no Reino Unido desde 1975, sendo que é raro existirem este tipo de acções de protesto em larga escala no sector.

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