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Secretário de Estado da Saúde ameaça "privatizar" ADSE
Francisco Ramos critica o "inaceitável clima de chantagem sobre os poderes públicos e sobre as pessoas", criando "uma situação de captura do interesse público por um conjunto de hospitais e clínicas privadas".
Francisco Ramos, secretário de Estado Adjunto da Saúde com a responsabilidade da ADSE, diz que o subsistema de saúde pode acabar privatizado se não prosseguir o interesse público.
"A ADSE ainda é uma entidade pública e tem de prosseguir o interesse público. Se quiser seguir o interesse privado dos seus beneficiários, então privatize-se", disse o Expresso.
Esta "ameaça" do secretário de Estado contrasta com os sinais de apaziguamento deixados pelo primeiro-ministro sobre a polémica da ADSE. António Costa apelou à "serenidade" e deixou uma "palavra de confiança para todos os beneficiários da ADSE, de que os cuidados de saúde não estão em causa. Estarão integralmente assegurados, assim como está assegurada a continuidade da ADSE.
Francisco Ramos acrescentou que "a ADSE manterá abertos os seus canais" e "não há nenhuma orientação do Governo para que seja o Ministério a assumir o papel" de negociador.
O secretário de Estado criticou o "inaceitável clima de chantagem sobre os poderes públicos e sobre as pessoas", criando "uma situação de captura do interesse público por um conjunto de hospitais e clínicas privadas".
"Quem financia, praticamente por inteiro, a ADSE são os seus beneficiários, mas esta ainda é uma entidade pública. Se serve apenas para financiar as clínicas privadas, independentemente do interesse que tem pela saúde dos seus beneficiários, é uma lógica completamente contrária àquela que o Ministério da Saúde deve prosseguir e que se traduz no Serviço Nacional de Saúde", afirmou.
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