Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Novo campeão de vendas da Bial chega a Portugal e Espanha

A farmacêutica nacional, que tem à venda no mercado mundial o seu antiparkinsoniano Ongentys, lança agora na Ibéria a única película sublingual para o tratamento dos episódios “off” de doentes de Parkinson, doença que afeta 20 mil pessoas em Portugal e 160 mil em Espanha.

António Portela completa em janeiro próximo 10 anos como CEO da Bial, tendo sucedido no cargo ao seu pai, Luís, o chairman da companhia.
António Portela, CEO da Bial. Paulo Duarte
02 de Abril de 2025 às 11:30
  • ...

Cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com a doença de Parkinson, estimando-se que a sua prevalência possa duplicar até ao ano de 2050.

 

Trata-se da segunda doença neurodegenerativa mais comum, afetando os doentes de forma diferente, sendo que a maioria experiencia episódios "on" e "off".

 

Os episódios "on" são aqueles em que o doente responde à medicação e sente uma melhoria nos sintomas motores e não motores, enquanto os "off" ocorrem quando "a medicação se torna insuficiente ao longo do dia, levando ao reaparecimento de sintomas, que podem ser motores (como rigidez, tremor e dificuldade de locomoção) ou não-motores, impactando as atividades diárias e afetando a sua autonomia, bem como o seu bem-estar".

 

Ora, no final do verão de 2021, a Bial assinou um acordo de licenciamento exclusivo para a Europa com a Sumitomo Pharma America daquela que, garante a farmacêutica portuguesa, é "a primeira e única película sublingual, para o tratamento ‘on-demand’ dos episódios ‘off’ em doentes adultos com doença de Parkinson que não estão suficientemente controlados com a medicação antiparkinsónica oral".

 

Simplificando: o Kynmobi, nome comercial do fármaco, é uma película que os doentes, já medicados, colocam debaixo da língua sempre que a medicação principal perde efeito.

Na altura, o CEO da Bial sinalizava que, com o Kynmobi, a farmacêutica controlada pela família Portela tinha contratado o seu novo campeão de vendas no continente europeu.

 

"Temos a expectativa de que este medicamento nos poderá dar um ‘boost’ importante em termos de faturação e crescimento nos próximos 10 anos", afirmou, então, António Portela, acreditando que o novo fármaco fará parte do seu "top 3 de produtos nesta década, competindo com os níveis de faturação do Zebinix e do Ongentys", os dois medicamentos que o grupo da Trofa já lançou no mercado mundial, num investimento superior a 600 milhões de euros.

Na Europa, a Bial começou por comercializar o Kynmobi na Alemanha, onde é vendido desde maio do ano passado, e chega agora a Portugal e Espanha, anuncia a farmacêutica portuguesa, esta quarta-feira, 2 de abril, em comunicado.

"Atualmente, o nosso segundo medicamento de investigação própria, o Ongentys (opicapone), chega a mais de 100.000 doentes nas mais diversas partes do mundo, desde os Estados Unidos, ao Japão ou à Austrália. Agora, com o lançamento do Kynmobi, reforçamos esse compromisso e damos mais um passo importante na nossa estratégia de desenvolvimento e de expansão na Europa, onde ambicionamos ser a empresa de referência na área da doença de Parkinson", afirma António Portela.

 

"Estamos muito satisfeitos por poder disponibilizar esta opção de tratamento e, potencialmente, poder contribuir para ajudar os doentes a lidarem com sintomas tão difíceis e incapacitantes como podem ser os episódios ‘off’ na sua vida quotidiana", enfatiza o CEO da Bial, que anunciou, em janeiro passado, que o primeiro doente completou o ensaio clínico de fase 2 com o BIA 28, um novo tratamento para a doença de Parkinson que tem em desenvolvimento e que prevê lançar ainda nesta década.

 

Também citado no comunicado, Joaquim Ferreira, professor de Neurologia e Farmacologia Clínica na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, refere que "apesar dos contínuos avanços no tratamento da doença de Parkinson, ainda não é possível garantir que os doentes com flutuações motoras não apresentem momentos de bloqueio (‘off’)".

 

Desta forma, defende, "a disponibilização de um medicamento de fácil administração, que permita melhorar os doentes rapidamente (‘on’), é de fundamental importância. Aguardamos assim com grande expectativa a chegada deste novo medicamento, que oferecerá aos doentes mais autonomia e independência na gestão da sua doença", remata Joaquim Ferreira.

De referir que a dona do Kynmobi – que a Bial espera lançar em Itália ainda este ano – detém a licença comercial do Zebinix, o antiepilético da Bial, nos Estados Unidos e no Canadá.

 

Liderada pela 4.ª geração da família Portela, a Bial emprega cerca de 900 pessoas, das quais cerca de 130 em I&D, área em que investe 20% das suas receitas, que  foram de 340 milhões de euros em 2023.

 

Ver comentários
Saber mais bial parkinson kynmobi farmacêutica antónio portela medicamentos ongentys película sublingual
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio