Notícia
Falta de investimento ameaça "sustentabilidade" do hospital de S. João
O centro hospitalar que inclui a maior unidade da região Norte fechou contas de 2014 em terreno positivo, mas administração teme a "clara insuficiência" de verbas para remodelar instalações e renovar equipamento pesado.
Mais produção hospitalar – crescimento de 3,2% nas cirurgias, de 3,6% nas consultas médicas de especialidade, de 1% de doentes a passar pelo internamento e de 5,1% de sessões de hospital de dia –; um EBIDTA de 13,2 milhões de euros (15% acima do ano anterior); a dívida a fornecedores reduzida em 45%, cifrando-se agora em 19,2 milhões de euros; diminuição para metade do prazo médio de pagamento, que é agora de 72 dias. Estes são alguns dos dados que reflectem um novo aumento da produção e os resultados positivos do Centro Hospitalar de S. João em 2014.
No entanto, lê-se no resumo das contas preliminares do ano passado, citado pelo Jornal de Notícias, estes resultados "configuram uma séria ameaça à sustentabilidade futura pela clara insuficiência das verbas reservadas a investimento". E que, segundo o administrador, Amaro Ferreira, deram "apenas para pequenas remodelações e renovação de algum equipamento obsoleto", sendo necessários este ano 39 milhões de euros para remodelar as instalações e renovar equipamento pesado. O administrador dramatizou que, sobretudo estes últimos, "são investimentos que [começam] a sentir de forma muito emergente".
No Centro Hospitalar de S. João, que inclui os hospitais de S. João, no Porto, e também de Valongo, a quebra dos valores de investimento tem sido acentuada. O mesmo jornal refere que, até 2011, o maior hospital da região Norte investia uma média de dez milhões de euros anuais em inovação, renovação, manutenção e conservação. Caiu para 4,9 milhões em 2012, novamente para 2,7 milhões em 2013 e no ano passado apenas recuperou ligeiramente, para 3,6 milhões de euros.