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Conheça os grupos prioritários e as primeiras datas para a vacinação

A vacina para a covid-19 vai começar a ser tomada no início de janeiro. No pior cenário podem ser necessários quatro meses para vacinar o primeiro grupo prioritário, com quase um milhão de portugueses. O plano logístico continua por definir.

03 de Dezembro de 2020 às 16:53
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O presidente da "task-force" criada pelo Governo para definir o plano de vacinação para a covid-19, Francisco Ramos, apresentou esta quinta-feira, 3 de dezembro, os primeiros detalhes sobre o processo de vacinação para a covid-19, que vai arrancar em janeiro de 2021.

Confira os principais detalhes, que estão a ser avançados esta tarde pelo ex-secretário de Estado da Saúde, que lidera o grupo coordenador deste plano que inclui ainda elementos da Direção-Geral da Saúde, do Infarmed e dos Ministérios da Defesa e da Administração Interna, contando com o apoio técnicos de diversas estruturas.


Primeira fase de vacinação:

- Pessoas com 50 ou mais anos com, pelo menos, uma das seguintes patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal e doença respiratória crónica com suporte ventilatório (400 mil pessoas);

- Residentes em lares e internados em Unidades de Cuidados Continuados, e os respetivos profissionais (250 mil pessoas);

- Profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados e o pessoal das Forças Armadas e de segurança - considerados serviços essenciais e críticos, cujo elenco ainda vai ser afinado (300 mil pessoas).

 

Segunda fase de vacinação:

- Pessoas com 65 e mais anos, tenham ou não patologias de risco (1,8 milhões de pessoas);

- Grupo entre os 50 e os 64 anos, com outras patologias pré-existentes, como diabetes, neoplasia maligna ativa, doença renal crónica, insuficiência hepática, obesidade e hipertensão arterial (900 mil pessoas).

 

Terceira fase de vacinação:

- Resto da população, caso se confirme o ritmo previsto de abastecimento de vacinas. Se por qualquer motivo for muito mais lento do que o atual cenário base, a comissão técnica irá criar um terceiro grupo prioritário.

 

No que toca aos prazos, Francisco Ramos admite "ainda muitas incertezas", mas assegura que "em janeiro de 2021 começará a vacinação dos portugueses, tal como no resto da Europa". No entanto, o grupo de aconselhamento ao Executivo socialista ainda não consegue definir o dia exato.

 

Num cenário otimista em termos de abastecimento, a primeira fase de vacinação estende-se por janeiro e fevereiro. No cenário médio pode ser necessário todo o primeiro trimestre. No pior panorama equacionado pelos especialistas podem ser necessários quatro meses para vacinar este primeiro grupo prioritário, que abrange quase um milhão de portugueses.



Já os selecionados para a segunda fase apenas devem começar a ser vacinados no segundo trimestre. Francisco Ramos referiu que "após o primeiro trimestre em que estão garantidas duas milhões de doses, no segundo trimestre esse número pode aumentar muito", o que fará com que "nos mesmos três meses [seguintes] possam ser vacinadas bastantes mais pessoas".

Vacina tomada nos lares e nos cuidados continuados

 

Como a ministra da Saúde já tinha adiantado na véspera, as 400 mil pessoas pertencentes ao primeiro grupo de risco vão ser vacinadas nos cerca de 1.200 pontos de vacinação existentes nos centros de saúde espalhados pelo país. Já os residentes em lares e nas UCC serão vacinados nesses locais pelas respetivas equipas de enfermagem ou, se não for possível, através da deslocação das equipas dos centros de saúde.

 

E como serão identificados e chamados aqueles portugueses com mais de 50 anos que apresentam diversas patologias de risco? Francisco Ramos diz que terão de ser os próprios serviços de saúde a serem "proativos" nessa convocação, beneficiando da informação disponível nos centros de saúde. No caso dos que não usarem os cuidados de saúde primários do setor público, a alternativa para terem acesso à vacina é a apresentação de uma declaração médica.

Devido aos timings e à relevância do processo – e sobretudo ao volume de incerteza –, a proposta é que haja um comando central no Ministério da Saúde, com uma direção técnica a cargo da DGS. Francisco Ramos, coordenador da "task force" para o plano de vacinação

 

No que toca às fases seguintes, a "task force" não consegue ainda desenhar um plano tão detalhado, mas dá como certo que será "precisa uma expansão dos pontos de vacinação, com critérios a definir, conforme o calendário e o ritmo de abastecimento de vacinas". Minutos antes, Marta Temido já tinha admitido que os privados podem entrar na segunda fase de vacinação para a covid-19.

 

Francisco Ramos dramatizou ainda a necessidade de "robustecer o sistema de registo" para que se possa saber em permanência quem é que já foi vacinado e para que quem toma a primeira dose fique desde logo com a informação sobre a data e local em que será administrada a segunda dose, que tem de estar garantida. "Não são admissíveis falhas", avisou o antigo secretário de Estado.

Logística com (quase) tudo por definir

 

A nível logístico, Francisco Ramos disse apenas que está a ser preparada uma operação "mais robusta do que o habitual", contando com a colaboração das Forças Armadas e das forças de segurança. Sem colocar qualquer plano concreto em cima da mesa, acrescentou apenas que deverá garantir que, assim que haja vacinas no mercado, toda a cadeia "[saiba] o que vai acontecer, desde a entrega em Portugal até ao local de administração".

 

"Ao invés da tradição no SNS, que é uma gestão descentralizada e muito perto dos locais de administração da vacina, regionalizada, devido aos timings e à relevância do processo – e sobretudo ao volume de incerteza que temos –, a proposta é que haja um comando central no Ministério da Saúde, com uma direção técnica a cargo da DGS e a ‘task force’ a apoiar essa gestão, ou seja, [envolvendo] também as forças armadas e de segurança e os serviços de inteligência.

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