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Concursos para médicos correm o risco de ficar desertos no Interior, diz bastonário

Miguel Guimarães defende a criação de pacotes de incentivos alargados para fixar especialistas em unidades de saúde periféricas, a acompanhar mudanças no recrutamento anunciadas pelo Ministério da Saúde.

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O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, defende que o Governo deve criar novos pacotes de incentivos alargados, incluindo benefícios fiscais, para atrair médicos especialistas para hospitais e outras unidades de saúde localizadas no interior do país e em zonas mais periféricas.

 

"No Interior e na zonas mais periféricas, onde temos dificuldade, temos de ter uma intervenção de incentivos semelhante àquilo que outros países fizeram por este mundo fora", diz.

 

Em entrevista ao Negócios e Antena 1 no programa Conversa Capital, o responsável defende que, com a reformulação do modelo de recrutamento de jovens médicos anunciada na última semana pelo Ministério da Saúde, se corre o risco de as vagas abertas nestas regiões ficarem sem candidatos.

 

"Neste momento, apesar de tudo, o concurso é nacional e existem várias necessidades definidas por todo país. As pessoas, se escolhessem as vagas todas, eram distribuídas pelo país inteiro. Havendo concurso institucionais, corremos o risco de abrir alguns concurso institucionais em regiões mais periféricas, mais do interior, em que eventualmente possa não concorrer ninguém", entende o responsável que está prestes a concluir mandato na Ordem dos Médicos.

 

Na passada semana, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou a recuperação do modelo de recrutamento em vigor no período pré-troika, que – diz – irá dar mais autonomia às entidades empresariais públicas  do SNS para recrutarem "a todo o momento" dentro dos limites dos respetivos planos de atividade e orçamento.

 

O modelo, admite Miguel Guimarães, acarreta também riscos para a transparência do processo. O bastonário acredita apesar de tudo nas vantagens da opção e defende que trará mais responsabilidade aos júris e administradores de serviços hospitalares que farão as escolhas.

 

 

 

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