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Bastonária dos enfermeiros aumentou salários na Ordem com retroactivos

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, é criticada por ter feito aprovar aumentos salariais para os elementos dos órgãos sociais da Ordem, incluindo a sua própria remuneração, com efeitos retroactivos a 2016.

Mariline Alves/Correio da Manhã
17 de Agosto de 2018 às 09:16
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A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, é criticada por ter feito aprovar aumentos salariais para os elementos dos órgãos sociais da Ordem, incluindo a sua própria remuneração, com efeitos retroactivos a 2016, refere esta sexta-feira, 17 de Agosto, o Jornal de Notícias.

Em causa está a criação de um subsídio de função para os membros dos órgãos nacionais e regionais da Ordem, com efeitos retroactivos a 2016, ano em que a equipa de Ana Rita Cavaco tomou posse. Esta foi uma das propostas aprovadas em Maio, numa assembleia-geral realizada no Funchal.

Segundo os críticos da bastonária, a assembleia contou com a presença de cerca de uma centena de profissionais, num universo de 72 mil enfermeiros.

"Não vejo qualquer coerência em realizar a assembleia numa região que tem apenas 3% dos enfermeiros que exercem em Portugal", critica Germano Couto, que foi bastonário dos Enfermeiros entre 2012 e 2015.

"Sem a presença dos enfermeiros e quase só os membros da Ordem a votar, tudo é aprovado e não são feitos debates", considera Maria Augusta Sousa, bastonária entre 2004 e 2011.

Ambos os ex-bastonários asseguram que nunca foram remunerados pelo desempenho do cargo. No entanto, Ana Rita Cavaco tem uma versão diferente: "os anteriores bastonários da Ordem sempre foram pagos e receberam ajudas de custo. A diferença é que não passavam recibo nem faziam descontos".

Ana Rita Cavaco afirma que recebe, no total, 2.800 euros, valor que resulta do vencimento-base que receberia caso estivesse a exercer a profissão acrescido do subsídio de função entretanto criado.

Em declarações ao jornal, a actual bastonária argumenta que "o subsídio de função é um valor justo para o cargo, tendo em conta a actual situação do país e o salário dos enfermeiros". A responsável atribui as críticas à aproximação das eleições para a Ordem, que se realizam em 2019.

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