Notícia
Ana Gomes considera "elucidativo" que Sócrates a ataque e elogie Marcelo
Questionada pelos jornalistas sobre o artigo de José Sócrates divulgado na sexta-feira, em que alerta para a "brutalidade" da extrema-direita e critica a "maledicência" para "agradar a pasquins" da candidata Ana Gomes, a diploma e antiga eurodeputada socialista não quis fazer muitos comentários.
16 de Janeiro de 2021 às 13:53
A candidata presidencial Ana Gomes considerou hoje "elucidativo" que o antigo primeiro-ministro José Sócrates a tenha atacado e elogiado Marcelo Rebelo de Sousa, recusando falar mais sobre quem "organizou desvio de recursos do Estado".
Questionada pelos jornalistas sobre o artigo de José Sócrates divulgado na sexta-feira, em que alerta para a "brutalidade" da extrema-direita e critica a "maledicência" para "agradar a pasquins" da candidata Ana Gomes, a diploma e antiga eurodeputada socialista não quis fazer muitos comentários.
"Não vou falar de quem nos organizou o desvio de recursos do Estado, quero falar de fortalecer o Estado onde este precisa de ser forte", afirmou, no final de uma visita a instalações do INEM em Coimbra.
"Eu acho muito elucidativo que José Sócrates venha defender o professor Marcelo Rebelo de Sousa e atracar-me a mim", começou por dizer a ex-eurodeputada do PS, rindo-se em seguida.
A candidata a Belém acrescentou ser "muito elucidativo" que alguns não queiram que se "fale do BES, da teia de corrupção, de fuga a fisco, de captura do estado, dos bloqueamentos da justiça relativamente aos megaprocessos do BES e da Operação Marquês".
"Não tenho mais nada a dizer, os portugueses que pagam as consequências do BES e da criminalidade associada ao BES percebem o que significa esse posicionamento", referiu.
As posições de José Sócrates constam de um artigo publicado na sexta-feira na revista brasileira "Carta Capital", intitulado "Ventos da tragédia", no qual começa por se referir às lições da História, tendo como base uma biografia de Mussolini, " M - o filho do século", de Antonio Scurati, e à recente invasão do Capitólio em Washington por apoiantes do Presidente cessante dos Estados Unidos, Donald Trump.
"Aqui, em Portugal, entrámos também em campanha eleitoral para Presidente da República. E também aqui a vaga de degradação política chegou de forma avassaladora. A entrada na campanha do candidato da extrema direita [André Ventura] mudou tudo", sustenta o antigo líder socialista.
Segundo José Sócrates, "o espetáculo é agora de violência, agressão pessoal e brutalidade, primeiro nas palavras - começa sempre nas palavras".
Depois, no post scriptum, do mesmo antigo, José Sócrates refere-se também à atuação da candidata presidencial Ana Gomes, ex-eurodeputada do PS, lamentando que a esquerda portuguesa também não resista a entrar "no jogo populista".
"Uma das candidatas usa igualmente a cartada do combate à corrupção, sem nenhum respeito pela inocência, pela presunção de inocência, pelos direitos individuais garantidos pela Constituição ou, mais simplesmente, pela boa educação e respeito devido aos demais. Toda uma carreira política dedicada à maledicência - maldizer os adversários, os ricos, os poderosos e maldizer também os seus próprios camaradas" no PS, critica o antigo líder socialista.
Para José Sócrates, Ana Gomes segue a linha de "maldizer para agradar aos pasquins e garantir popularidade".
"O próprio Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa] tem de se defender das maldosas insinuações da candidata. No final, fica-nos a enjoativa impressão de que nada disto tem outro objetivo que não seja disfarçar um enorme vazio político", acrescenta.
Questionada pelos jornalistas sobre o artigo de José Sócrates divulgado na sexta-feira, em que alerta para a "brutalidade" da extrema-direita e critica a "maledicência" para "agradar a pasquins" da candidata Ana Gomes, a diploma e antiga eurodeputada socialista não quis fazer muitos comentários.
"Eu acho muito elucidativo que José Sócrates venha defender o professor Marcelo Rebelo de Sousa e atracar-me a mim", começou por dizer a ex-eurodeputada do PS, rindo-se em seguida.
A candidata a Belém acrescentou ser "muito elucidativo" que alguns não queiram que se "fale do BES, da teia de corrupção, de fuga a fisco, de captura do estado, dos bloqueamentos da justiça relativamente aos megaprocessos do BES e da Operação Marquês".
"Não tenho mais nada a dizer, os portugueses que pagam as consequências do BES e da criminalidade associada ao BES percebem o que significa esse posicionamento", referiu.
As posições de José Sócrates constam de um artigo publicado na sexta-feira na revista brasileira "Carta Capital", intitulado "Ventos da tragédia", no qual começa por se referir às lições da História, tendo como base uma biografia de Mussolini, " M - o filho do século", de Antonio Scurati, e à recente invasão do Capitólio em Washington por apoiantes do Presidente cessante dos Estados Unidos, Donald Trump.
"Aqui, em Portugal, entrámos também em campanha eleitoral para Presidente da República. E também aqui a vaga de degradação política chegou de forma avassaladora. A entrada na campanha do candidato da extrema direita [André Ventura] mudou tudo", sustenta o antigo líder socialista.
Segundo José Sócrates, "o espetáculo é agora de violência, agressão pessoal e brutalidade, primeiro nas palavras - começa sempre nas palavras".
Depois, no post scriptum, do mesmo antigo, José Sócrates refere-se também à atuação da candidata presidencial Ana Gomes, ex-eurodeputada do PS, lamentando que a esquerda portuguesa também não resista a entrar "no jogo populista".
"Uma das candidatas usa igualmente a cartada do combate à corrupção, sem nenhum respeito pela inocência, pela presunção de inocência, pelos direitos individuais garantidos pela Constituição ou, mais simplesmente, pela boa educação e respeito devido aos demais. Toda uma carreira política dedicada à maledicência - maldizer os adversários, os ricos, os poderosos e maldizer também os seus próprios camaradas" no PS, critica o antigo líder socialista.
Para José Sócrates, Ana Gomes segue a linha de "maldizer para agradar aos pasquins e garantir popularidade".
"O próprio Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa] tem de se defender das maldosas insinuações da candidata. No final, fica-nos a enjoativa impressão de que nada disto tem outro objetivo que não seja disfarçar um enorme vazio político", acrescenta.