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Passos Coelho: “Não entramos no leilão das facilidades”

O presidente do PSD falou num “esforço colossal” para cumprir a “principal missão” do Executivo – “dispensar a troika” – e lançou um forte ataque à liderança de António Costa, já em contexto de campanha eleitoral.

Paulo Duarte
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Pedro Passos Coelho promete "construir qualquer coisa de positivo em cima" do que foi alcançado nesta legislatura, dizendo-se "mais certo que este é o rumo que tem de ser prosseguido" depois de ouvir as promessas eleitorais já lançadas pelo Partido Socialista. "Não oferecemos promessas fáceis, ilusões e facilidades. Não entraremos nesse leilão. As pessoas podem contar com responsabilidade, prudência e exigência. É desta massa que será feita a recuperação do nosso país", referiu.
 
Perante cerca de 1.500 apoiantes no primeiro jantar-comício da coligação de direita para as legislativas de Outubro, o líder social-democrata aproveitou para desferir um duro ataque ao opositor socialista, considerando que "[festejou] cedo de mais a alternativa", lembrando que "até mudou a liderança porque a anterior não tinha boas sondagens" e que agora "começa a perguntar-se se a vitória está assim tão adquirida".
 
"O país percebe que o resultado das eleições não está fechado. Desenganem-se aqueles que acham que têm o direito natural de governar. Agora que pagamos as dívidas e arrumámos a casa, a esquerda quer voltar ao Governo. Não há direitos naturais, temos de nos esforçar muito para merecer a confiança dos portugueses. Nunca deitámos a toalha ao chão nem fizemos o mais fácil", apontou Passos Coelho, que falou ainda num "esforço colossal do governo para chegar a resultados".
 
O líder laranja vestiu por momentos o fato de primeiro-ministro para recordar que "este governo cumpriu a sua principal missão: dispensar a troika, que o governo anterior chamou" e conseguiu que "o sentido de responsabilidade e de compromisso valesse mais do que tudo o resto", numa aparente referência aos desaguisados com o parceiro de coligação, que também marcaram a legislatura que agora termina.
 
Coligação pré-eleitoral pela estabilidade política
 
Menos afável no trato coloquial com Paulo Portas – que antes o tratara mesmo por "caro Pedro" –, garantiu que, "ao contrário do que se diz, (…) não [precisa] da troika para fazer o que é preciso". À partida para as suas segundas eleições como presidente do PSD, reclamou que "este governo cumpriu o que os portugueses esperavam que [cumprisse]" e que vai batalhar por um país "onde os portugueses contem pelo seu mérito e não precisem do cartão partidário para chegar onde querem", desde que se esforcem e dediquem.
 
Momentos antes de assinar, em Guimarães, o acordo de coligação já ratificado pelos conselhos nacionais dos dois partidos – o anúncio da coligação tinha sido feito na noite de 25 de Abril -, Pedro Passos Coelho explicou ainda aos apoiantes que, se social-democratas e democratas-cristãos tivessem optado por esperar pelo dia seguinte às eleições, estariam a dar aos portugueses um "sinal" de que não estimam o valor da estabilidade política.
 
"Nada nos é oferecido do céu ou do exterior. Vontade não nos falta e os resultados mostram que somos capazes. E, se somos capazes, porquê esperar pelo dia a seguir as eleições? PSD e CDS quiseram dar aos portugueses a possibilidade de poderem progredir em cima do que alcançaram. De forma segura, aguardaremos a sua escolha. E sabemos que é o povo português que decide", concluiu.
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