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Ao minuto03.03.2024

Fraude eleitoral: Ventura lançou suspeitas, mas CNE nega qualquer conhecimento.

A uma semana da ida às urnas, siga ao minuto o oitavo dia de campanha eleitoral para as eleições do dia 10 de março.

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03.03.2024

Ventura mantém suspeitas sobre possível anulação de votos e pede à CNE que investigue

O presidente do Chega reiterou hoje as suspeitas sobre a possibilidade de anulação propositada de votos no partido nas legislativas e defendeu que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) deve investigar.

"Eu espero que hoje à noite a CNE, em vez de andar a dizer que não recebe nada, que não viu nada, que não sabe de nada, olhe para isto e diga que tem de abrir um procedimento sobre a viabilidade das pessoas que estão nas mesas e sobre o processo eleitoral nas comunidades emigrantes", afirmou André Ventura à chegada a um jantar/comício em Leiria, no âmbito da campanha para as eleições legislativas de 10 de março.

No sábado à noite, o líder do Chega alegou estar em curso uma tentativa para "desvirtuar o resultado" das eleições, que passaria por "anular os votos" do seu partido. Contactada hoje pela Lusa, a CNE disse não ter em registo de qualquer queixa.

Aos jornalistas, André Ventura mostrou uma folha com uma publicação no X (antigo Twitter), que atribuiu a um "membro do BE" que disse fazer parte de uma mesa de voto de Aveiro, onde se lê "Mesas de voto here we gooo, votos do Chega e AD serão considerados nulos". Segundo consulta da Lusa a esta rede social, a conta, criada em 2014, está privada, não sendo possível ver as publicações e confirmar aquela que o presidente do Chega mostrou.

"Este membro da mesa está a dizer que se puder vai anular os votos do Chega. Se isto não é grave para a CNE no meu país, então a CNE não está aqui a fazer nada", defendeu.

Perante a insistência dos jornalistas de que existem representantes de vários partidos nas mesas de voto, respondeu: "Se tivéssemos um tribunal e um juiz, de três, dissesse que está aqui só para lixar o arguido o que diríamos?".

"Há muitas mesas que só tem membros do PS e PSD, outras que só têm, no sul do país, membros de partidos de esquerda. É importante que isto não passe em claro", afirmou.

"Espero que a CNE faça alguma coisa sobre isto", disse.

Ventura defendeu primeiro que "não cabe ao Chega" formalizar essa denúncia, mas depois admitiu fazê-lo: "Se precisarem que a gente a meta por escrito e envie coisas como esta, a gente envia".

Afirmando que a "CNE vê televisão e ouviu o líder do terceiro maior partido dizer que há denúncias", André Ventura defendeu que a CNE "tem competência pública para assegurar o controlo e a operacionalidade do ato eleitoral, e isto põe em causa o controlo do ato eleitoral".

"A CNE tem aqui mais do que motivo para abrir uma investigação", salientou.

O líder do Chega alegou ainda que "os boletins de voto não chegam às comunidades emigrantes".

André Ventura disse que o partido recebe "relatos de emigrantes praticamente todos os dias ou que não conseguem votar ou que ligam para o consulado e não lhes dão nenhuma informação, ou que lhes pedem dinheiro ou que lhes dizem simplesmente que não se pode votar", sem dar exemplos concretos.

Questionado sobre a possibilidade de a falha ser dos serviços postais dos países onde residem os emigrantes, André Ventura disse que não crê que esse "seja o caso em França, na Suíça e em Inglaterra", onde "os correios têm três vezes mais operacionalidade que o nosso, e por milagre não chegaram lá também boletins de voto".

O presidente do Chega disse ainda que "o Chega não está a imitar ninguém", nomeadamente os antigos presidentes Donald Trump (EUA) ou Jair Bolsonaro (Brasil).

A CNE é presidida por um juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, a designar pelo Conselho Superior de Magistratura, e integra cidadãos de reconhecido mérito designados pela Assembleia da República, propostos um por cada grupo parlamentar.

Na ocasião, André Ventura foi questionado também sobre o incidente em Guimarães, com a campanha do PS, que lhe mereceu a "condenação mais profunda".

"A violência deve ser condenada em todas as circunstâncias, seja contra Pedro Nuno Santos, contra Montenegro, contra mim próprio, contra Paulo Raimundo, contra todos. A violência não pode ter lugar na política", defendeu.

Esta tarde, durante uma arruada, um homem atirou de uma varanda de um primeiro andar um vaso contra o desfile do PS, depois de ter inicialmente insultado e feito gestos obscenos aos militantes e simpatizantes socialistas, que lhe atiraram uma bandeira e um guarda-chuva.

 

03.03.2024

Pedro Nuno diz que ninguém "prefere voltar a 2015" e mudança passa pelo PS

O secretário-geral do PS afirmou hoje que tem a tarefa de convencer os portugueses insatisfeitos de que a "mudança necessária continua a passar pelo PS", defendendo, que apesar de haver hoje problemas, nenhum português "prefere voltar a 2015."

Num discurso perante uma sala cheia no Theatro Circo, em Braga, Pedro Nuno Santos disse que o PS está orgulhoso do trabalho que foi feito nos últimos oito anos de governação, mas não está satisfeito.

"Nós sabemos que há portugueses que estão insatisfeitos, que querem que as coisas mudem também nas suas vidas. (...) A minha tarefa é convencê-los que a mudança necessária, aquela que não põe em causa aquilo que conquistámos, essa mudança continua a passar pelo PS, é por nós que ela continua a passar", afirmou.

Repetindo uma das principais mensagens que tem veiculado ao longo desta campanha, Pedro Nuno Santos voltou a associar o projeto da Aliança Democrática a um projeto de regresso ao passado, e em particular aos anos da 'troika'.

"Portugal tem certamente muitos problemas para resolver e se há alguém que não os nega, somos nós. Mas temos também a certeza, eu pelo menos tenho a certeza, que não deve haver nenhum português que preferisse voltar a 2015", afirmou.

No início do seu discurso, Pedro Nuno Santos afirmou que o PS é um "partido de ação" que quer "tirar o país da cepa torta", salientando que é isso que tem feito em particular na ferrovia, com a linha entre o Minho, Viana do Castelo e Valença "modernizada, eletrificada e já a funcionar".

"Eles não veem nada, eles não veem nada porque não querem ver e não sabem o que é um comboio, nem o que é um transporte coletivo, nem andam nele", acusou, criticando ainda o facto de o programa da Aliança Democrática (AD) não ter qualquer menção sobre a linha de alta velocidade entre Lisboa, Porto, Braga, Vigo.

Depois, na área da saúde, o líder do PS respondeu a um repto lançado pelo cabeça de lista do PS por Braga, José Luís Carneiro, que, num discurso imediatamente antes, tinha defendido que um "futuro Governo tem de assumir o compromisso de construir o hospital de Barcelos".

Acusando a direita de ter uma "resposta errada e ineficaz" para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), o líder socialista defende que "quem não acredita no SNS, não é quem quer desviar recursos do Estado e do SNS para o setor privado que se vai fazer um hospital em Barcelos".

"É quem acredita no SNS, é quem quer salvar o SNS, somos nós que fazemos hospitais públicos, não são eles. Continuará a ser assim também em Braga, também em Barcelos", declarou, provocando um longo aplauso na sala, com algumas pessoas a levantaram-se.

Neste discurso, Pedro Nuno Santos sublinhou ainda que o PS quer aproveitar a estabilidade financeira e orçamental atual para "continuar a avançar" na redução do horário semanal de trabalho, salientando que a última alteração foi feita há 26 anos.

"Foi o Governo do PS que em 1997 reduziu das 44 horas semanais para as 42, e em 1998 das 42 para as 40, porque os socialistas querem que o povo português, que as famílias possam aproveitar o tempo de vida. Nós não queremos viver para trabalhar, nós trabalhamos para poder viver", afirmou, acrescentando que o PS propõe, desde já, uma redução das atuais 40 horas semanais para 37,5 para os pais com filhos até aos três anos.

No final, Pedro Nuno Santos defendeu que no dia 10 de março também se vai votar a "defesa de um legado, de uma herança" construída em democracia, e de conquistas como o SNS ou a escola pública.

"Temos de defender este legado, mas, ao mesmo tempo, olharmos para a frente. Proteger o legado, mas queremos mais, ambicionarmos mais. Olhar para o futuro: queremos um país onde o nosso povo vive melhor", concluiu.

03.03.2024

IL defende criação de círculo de compensação e fim do dia de reflexão

O presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, defendeu hoje a criação de um círculo de compensação nacional para acabar com "votos desperdiçados", e o fim do dia de reflexão.

"Sim ao círculo de compensação para podermos ter mais representação no parlamento e fim do dia de reflexão", sintetizou o dirigente liberal no final de uma visita à linha da Beira Alta, em Viseu, encerrada devido a obras de modernização, depois de ter passado a manhã em Matosinhos, no distrito do Porto.

A título de exemplo, Rui Rocha disse que em Viseu, nas últimas eleições legislativas, um em cada cinco votos foram perdidos, o que significa que 20% dos votos não serviram para eleger um deputado.

"Temos o PSD e o PS a concordarem no diagnóstico de que há um problema de representação, mas quando chega ao momento, já lá vão três décadas, nunca permitiram que esse problema se resolvesse", sublinhou.

A criação de um círculo de compensação seria "uma forma de reforçar a participação de representar os portugueses", sublinhou.

Ainda em matéria de sistema eleitoral, o presidente da IL defendeu ainda o fim do dia de reflexão por não fazer sentido e estar ultrapassado pelo tempo.

Já quanto ao voto antecipado e em mobilidade para as eleições legislativas de dia 10, que levou hoje milhares de portugueses às urnas, o dirigente liberal considerou tratar-se de "uma excelente solução".

"Devemos lançar mão de todos os mecanismos possíveis para aumentar a participação eleitoral", frisou.

Já sobre a diminuição do número de inscritos comparativamente às últimas legislativas, Rui Rocha desvalorizou lembrando que, na ocasião, vivia-se uma pandemia.

"Essa comparação não é mesmo justa, vivíamos tempos excecionais e, portanto, havia muita gente a inscrever-se antecipadamente porque não queria perder a oportunidade de votar se, eventualmente, contraísse covid-19", argumentou.

O número total de eleitores que pediu para votar hoje, 208.007, é inferior ao das legislativas de 2022 (315.785 inscritos), mas muito superior aos inscritos nas legislativas de 2019 (56.291).

O chamado voto em mobilidade permite aos eleitores votarem uma semana antes num concelho à sua escolha. Se não o fizerem, podem fazê-lo no dia das eleições, ou seja, no dia 10.

Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar na escolha de 230 deputados à Assembleia da República.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas - 15 partidos e três coligações.

03.03.2024

Isabel Soares pede mobilização ao PS para que "medo" não regresse nos 50 anos de Abril

Isabel Soares, filha do antigo Presidente da República Mário Soares, apelou hoje à mobilização de todos os socialistas para que "Portugal não volte a ter medo" e acusou "a direita" de procurar apagar os resultados do Governo.

Durante o seu discurso, Isabel Soares foi aplaudida de pé por várias vezes pelos militantes e simpatizantes socialistas que encheram o comício do PS, no Theatro Circo, em Braga, a primeira das quais quando se referiu à sua mãe, Maria de Jesus Barroso.

Depois, afirmou que "só é vencido quem desiste de lutar", dizendo que tem sempre essa frase do seu pai na memória. E lembrou que Mário Soares, já quase 90 anos, foi a uma manifestação contra a guerra no Iraque.

"Nos 50 anos do 25 de Abril e 100 anos do nascimento de Mário Soares -- não é um ano qualquer - temos a obrigação de nos mobilizarmos todos para que Portugal não volte a ter medo, não regrida e não se trave o que está a ser feito. É preciso não deixar morrer a esperança", declarou, recebendo uma prolongada salva de palmas.

De acordo com Isabel Soares, é preciso impedir "que o racismo e a xenofobia se instalem no país e que as conquistas alcançadas, como a despenalização do aborto, sejam colocadas em causa.".

"Não podemos permitir isso, em defesa dos direitos das mulheres", completou.

Na sua intervenção, a filha do fundador e primeiro líder socialista apelou então "ao voto no PS, nestas que são das eleições mais importantes dos últimos anos".

"Tenho orgulho no trabalho realizado pelos governos do PS, pela defesa intransigente da liberdade, da tolerância e da democracia. Tenho orgulho no aumento das pensões e do salário mínimo, orgulho no combate exemplar à pandemia da covid-19 (que é bom não esquecer), orgulho na defesa do Estado social com um SNS para todos, orgulho em defesa de uma educação para todos", disse.

Mas Isabel Soares foi ainda mais longe nos elogios aos executivos de António Costa.

"Tenho orgulho no virar da página da austeridade, no controlo da inflação, orgulho na recuperação económica de Mário Centeno e nas contas certas de Fernando Medina. Não podemos deixar que eles apaguem esses resultados", afirmou, recebendo nova prolongada salva de palmas.

No primeiro discurso da tarde, o presidente da Federação de Braga do PS, Frederico Castro, considerou que "a única coisa em que a AD esteve bem nos últimos dias foi quando [o líder do CDS] Nuno Melo sugeriu que Pedro Nuno Santos deveria ganhar as eleições".

"Senti hoje Pedro Nuno Santos com uma energia e uma força que já não via há muito tempo. Esse impulso foi dado no sábado pelo Porto e hoje pelo distrito de Braga", considerou o presidente da Federação de Braga do PS.

 

03.03.2024

Mortágua recusa "passo atrás" no aborto e promete "melhorar a lei"

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, recusou qualquer passo atrás sobre o aborto e comprometeu-se a "melhorar a lei" e a adaptar os serviços de saúde para que as mulheres possam continuar a escolher livremente.

No discurso no maior comício do BE até ao momento nesta campanha, e que reuniu em Lisboa as principais figuras do partido como os ex-líderes Catarina Martins e Francisco Louçã, a líder bloquista focou-se exclusivamente nas mulheres.

Um dos temas que Mariana Mortágua trouxe ao discurso foi a polémica em torno do aborto que foi trazida pela AD devido a declarações do vice-presidente do CDS, Paulo Núncio, considerando que a "direita perdeu" e "não tem coragem" para mexer na lei, estando "o perigo noutra ameaça".

"A da repetição do que o PSD e CDS fizeram no último governo, o de Passos Coelho, e foi esse manual de manhas e patranhas que Paulo Núncio veio desenhar: obrigar as mulheres a humilharem-se com assinaturas em ecografias, obrigarem-nas a pagar, olharem para elas como incapazes de decidir por si próprias", descreveu.

A líder do BE advertiu que "nenhum desses truques passará" e ficou uma promessa deste comício: "a lei será melhorada, os serviços de saúde serão adaptados para aplicar a lei".

"As mulheres vão continuar a fazer a sua escolha e livremente. Nem um passo atrás, ouçam bem, a lei vai ser completada e nós cá estaremos para cumprir esse compromisso. Ouçam bem aquilo que dizemos", enfatizou, perante uma reação entusiasmada da plateia.

Mortágua assumiu que não se espantou quando ouviu "o vice-presidente de um dos partidos da AD, falando em nome da AD e repetindo que representava a AD, a proclamar a necessidade de voltar atrás para reverter a lei com um novo referendo".

"Como se torna evidente, essa direita não desiste da perseguição às mulheres. Virão sempre atrás de nós", alertou.

A coordenadora do BE não resistiu a questionar os candidatos da AD sobre qual seria "a pergunta nesse fantasioso referendo".

"Poderia ser: concorda que se volte a aplicar à mulher que aborta a pena de três anos de prisão", sugeriu.

 

03.03.2024

Tavares alerta para "cartilha da extrema-direita" quanto a fidedignidade de votos

O porta-voz do Livre alertou hoje para a "cartilha do costume da extrema-direita" quanto à fidedignidade do processo eleitoral, depois de o líder do Chega ter alegado uma tentativa de "desvirtuar o resultado" das legislativas.

Em declarações aos jornalistas, após uma visita de campanha para as legislativas ao 'News Museum' [Museu das Notícias], no centro histórico de Sintra, Rui Tavares foi questionado sobre as declarações de André Ventura no sábado, respondendo que "é a cartilha do costume da extrema-direita".

"Primeiro falaram dos votos como se já tivessem os votos no bolso, anunciarem resultados que não têm e tem sido assim em todas as eleições, com uma desonestidade intelectual flagrante, e depois quando percebem que não vão ter esses votos porque há uma mobilização e os portugueses não querem um país dividido, com discursos de ódio, querem um país de progresso e de cordialidade em que juntos avancemos para o futuro, colocam em causa a fidedignidade das eleições", defendeu.

Rui Tavares avisou que este tipo de alegações já foi feito nos Estados Unidos da América, com o presidente Donald Trump, e no Brasil, com Jair Bolsonaro, afirmando que "acabou mal".

O dirigente do Livre, que é também cabeça-de-lista por Lisboa, salientou que André Ventura colocou em causa a fidedignidade das eleições no mesmo dia em que recebeu o apoio de Viktor Órban, presidente da Hungria, que Tavares classificou como "o governante mais corrupto da União Europeia".

"Claramente temos aqui um partido que representa uma farsa na política portuguesa (...) É uma farsa um partido destes querer-se apresentar como um partido que seja amigo da lei da ordem e combatente contra a corrupção", atirou.

No sábado, num comício na Figueira da Foz, o presidente do Chega alegou estar em curso uma tentativa para "desvirtuar o resultado" das eleições legislativas de 10 de março, que passa por "anular os votos" do seu partido.

"Está em curso uma tentativa de desvirtuar o resultado destas eleições em Portugal, e nós temos de estar muito atentos a isso", afirmou no seu discurso.

André Ventura disse ter relatos por parte das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo de que existem boletins de voto que "não chegaram" ou "parece que só chegam a alguns e não chegam aos outros".

Hoje, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) adiantou que não tem registo de qualquer queixa sobre qualquer tentativa de "desvirtuar o resultado" das legislativas de dia 10.

Contactado pela agência Lusa, o porta-voz da CNE, Fernando Anastácio, escusou-se a comentar as denúncias feitas no sábado pelo presidente do Chega, André Ventura, mas esclareceu que não existe qualquer investigação ou inquérito sobre essa matéria.

"Não tenho nota de qualquer queixa entregue" e "esse assunto não foi apreciado" pela CNE, afirmou aquele responsável.

Sobre essas queixas, "ainda ninguém perguntou, a não ser os órgãos de comunicação social", limitou-se a dizer Fernando Anastácio.

03.03.2024

Jerónimo na campanha da CDU para defender convergências à esquerda

O antigo secretário-geral do PCP Jerónimo de Sousa surgiu hoje na campanha eleitoral da CDU para afirmar a importância de concretizar convergências e garantiu que não haverá qualquer dificuldade da parte dos comunistas para esse cenário.

"Considero que da parte do PCP e da CDU não haverá qualquer dificuldade em alcançar convergências em torno da defesa dos salários, da segurança social, do Serviço Nacional de Saúde, da habitação, sei lá quantas causas podem juntar esses democratas e patriotas na procura de uma vida melhor", garantiu.

Na sua primeira presença nesta campanha ao lado do atual secretário-geral, Paulo Raimundo, a quem deu um abraço na chegada ao Rossio, Jerónimo de Sousa reiterou que os eventuais parceiros à esquerda "podem contar com uma só palavra" do PCP e da CDU, reconhecendo ser importante passar das intenções aos atos.

"Sempre que exista convergência em torno de causas profundas, de direitos fundamentais, se existir essa possibilidade, é importante essa concretização", frisou.

Para o ex-líder comunista, "é possível um bom resultado" da CDU nas eleições legislativas de dia 10 e deixou um recado aos que perspetivam o desaparecimento do PCP do parlamento.

"A campanha tem sido interessante, embora acolitada por uma ideia de que vocês já perderam, vocês correm o risco de desaparecimento... eu sei lá quantas rezas e quantas pragas não fizeram e a CDU aqui está. Com força, com confiança, determinada a reforçar para bem dos trabalhadores, dos portugueses e de Portugal, na certeza de que a CDU vai avançar e vai conseguir os seus objetivos nesta campanha", avisou.

Sublinhando a sua certeza de que a arruada de hoje "ainda não será a última" que faz pela CDU, Jerónimo de Sousa lembrou a sua experiência eleitoral de quatro décadas.

"Tenho uma vantagem que não têm. Já estou há muitos anos em campanhas eleitorais, há mais de 40, e sempre vaticinaram a desgraça para a CDU. Erraram. Temos a convicção hoje na ideia que é possível alargar a convergência com democratas, com patriotas, com aqueles que são vítimas da política de direita", observou, resumindo o futuro da CDU: "Será com o Paulo, será com o Carvalhas, será comigo, será com esta massa imensa que vai dar a volta a isto".

03.03.2024

Homem atira vaso de barro contra desfile do PS em Guimarães

O secretário-geral do PS teve hoje uma receção calorosa em Guimarães, como aconteceu com anteriores líderes socialistas em campanha nesta cidade, mas alguns dos seus apoiantes estiveram envolvidos num incidente com um homem que os insultou.

Pedro Nuno Santos esteve acompanhado pelo cabeça de lista socialista por Braga, José Luís Carneiro, numa ação de rua que juntou centenas de militantes e simpatizantes do PS.

Já na rua da Rainha, em pleno centro histórico de Guimarães, um homem de meia idade apareceu à varanda, no primeiro andar de uma casa, a fazer gestos obscenos para o desfile do PS, enquanto gritava "filhos da...". Os socialistas começaram por responder, aumentando o tom das suas palavras de ordem de apoio ao PS.

O homem, à varanda, continuou a fazer gestos insultuosos e os ânimos começaram a exaltar-se.

Da rua, atiraram-lhe primeiro uma bandeira do PS, depois um guarda-chuva. Da varanda, o homem respondeu atirando um vaso de barro para a rua, que acertou no ombro de uma pessoa e sujou mais algumas com terra.

O secretário-geral do PS não presenciou estes incidentes. Desviou-se assim que percebeu que havia clima de tensão. O incidente aconteceu quando Pedro Nuno Santos já estava umas dezenas de metros mais à frente.

Militantes socialistas de Guimarães disseram que o homem que atirou o vaso da varanda é simpatizante do Chega, mas a agência Lusa não conseguiu confirmar.

Antes deste episódio, ainda à entrada para o centro histórico de Guimarães, houve alguns momentos de tensão com três homens. Um deles tentou aproximar-se do secretário-geral do PS, mas foi travado. Um outro gritou: "É preciso olhar para Guimarães, não é só voto".

A ação de rua do PS em Guimarães durou cerca de 50 minutos. Logo quando saiu do carro, Pedro Nuno Santos foi levado em ombros pelos apoiantes.

"Vamos ganhar e mobilizar a nossa malta. Ainda há trabalho até dia 10 [de março]. Vamos ganhar, toca a mobilizar", declarou o secretário-geral do PS, numa ação de campanha em que muitas mulheres tinham nas suas mãos cravos vermelhos.

Depois de Guimarães, o secretário-geral do PS seguiu para mais uma arruada em Vizela. A jornada de hoje de campanha do PS inclui ainda comícios em Braga e Viana do Castelo.

03.03.2024

Líder do Chega quer "lei Ventura" para confiscar bens e limitar recursos

O presidente do Chega afirmou hoje que se vier a existir uma "lei Ventura" gostaria que permitisse o confisco de bens ligados a suspeitas de corrupção e para limitar o direito de recurso nos processos judiciais.

Discursando num almoço/comício em Castelo Branco, André Ventura centrou-se no tema do combate à corrupção, defendendo ser necessária uma reforma "que passe por duas áreas essenciais, o confisco alargado de bens de todos os corruptos e uma diminuição brutal dos recursos inúteis que há em Portugal".

O líder do Chega assinalou que "nos últimos anos tem sido moda haver leis com nome dos políticos, quase sempre com má fama" e deu exemplos: "A lei Cristas foi para despejar pessoas, os impostos Mortágua foram para aumentar impostos sobre a habitação e sobre as casas - impostos que elas não pagam, mas que criaram para os outros".

"Se um dia na próxima legislatura, ou noutra, houver uma lei Ventura, [...] gostava que esta lei fosse para garantir que o património dos corruptos ia ser confiscado e que ninguém poderia recorrer abusivamente para evitar ser julgado em Portugal", afirmou.

O arresto de bens já acontece em Portugal como providência cautelar. O Chega tem defendido que esse património possa ser usado a favor do Estado ainda antes da conclusão do processo judicial e André Ventura tem dito também que vai financiar algumas das medidas que propõe, como o aumento das pensões, com dinheiro proveniente do combate à corrupção.

O líder do Chega deu como exemplo o caso do antigo ministro da Economia Manuel Pinho, alegando que está em prisão domiciliária "numa quinta luxuosa em Braga", defendendo que esse património "há muito tempo que devia estar ao serviço dos contribuintes portugueses".

No que toca dos recursos, sustentou que o antigo primeiro-ministro José Sócrates "já fez 52 recursos e reclamações" no âmbito da Operação Marquês, e disse que "o objetivo é atrasar" o processo "até que o juízo não aconteça".

No seu discurso, o presidente do Chega voltou a associar o PS e o PSD, considerando que votar em qualquer um destes partidos "é a mesma coisa" e "é de rir".

André Ventura salientou que votar no Chega é "o único voto seguro que garantirá a limpeza que este país precisa em termos de corrupção".

"A nossa luta contra a corrupção será maior do que a ganância deles", garantiu, e fez uma "promessa de sangue": "Se eu for primeiro-ministro, não haverá Manuel Pinhos e Ricardos Salgados a rirem-se de nós".

03.03.2024

Presidente pede aos portugueses que votem e evitem aumento da abstenção

O Presidente da República apelou hoje aos portugueses para que votem hoje e no dia 10, evitando a tendência de aumento de abstenção que se verifica noutros países, e pediu que se ponderasse sobre o voto eletrónico.

"Numa democracia que celebra 50 anos, é importante que não acompanhemos a evolução de democracias mais antigas e mais velhas que é a de aumento da abstenção em eleições que são todas elas muito importantes e, nesse sentido, quem puder votar que vote. É o apelo que deixo aqui para o próximo domingo [dia 10] e para alguns que ainda possam votar hoje", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas após ter votado antecipadamente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Questionado sobre a eventual adoção de um sistema de voto eletrónico, o Presidente da República defendeu que se ponderem os prós e os contras daquele modelo, pensando também nos emigrantes.

Já sobre o dia de reflexão, Marcelo Rebelo de Sousa repetiu a sugestão feita em 2022 para que se repense a pertinência deste direito, que "tinha uma lógica na eleição para a Constituinte e no início da democracia", mas sublinhou que, sobre esta questão, "a Assembleia da República é soberana".

O Chefe de Estado recusou-se a comentar a campanha eleitoral que está a decorrer, mas, questionado sobre um eventual cenário de ingovernabilidade após o dia 10, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "o povo português tem demonstrado desde o 25 de Abril uma maturidade e uma sabedoria, antecipando em muito casos aquilo que muitas vezes só se percebe no futuro".

"Não há razão para deixar de acreditar nisso", acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa, que habitualmente vota em Celorico de Basto, distrito de Braga, inscreveu-se pela primeira no voto antecipado em mobilidade, por considerar que é um incentivo contra a abstenção e por se sentir esclarecido após mais de quatro meses de pré-campanha.

O Presidente da República convocou eleições legislativas antecipadas, na sequência da demissão de António Costa do cargo de primeiro-ministro, no início de novembro de 2023, após o seu nome ter surgido numa investigação do Ministério Público, por suspeitas de corrupção que envolvem membros do Governo e do seu gabinete, apesar de não ser arguido nem lhe terem sido apontados quaisquer atos ilegais.

Segundo o Ministério da Administração Interna (MAI), mais de 200.000 eleitores inscreveram-se para votar em mobilidade, uma semana antes das eleições legislativas, agendadas para dia 10.

O número de inscritos nesta modalidade de voto (208.007) foi bastante inferior ao registado nas legislativas de 2022 (315.785 inscritos).

No dia 10, são chamados a votar mais de 10,8 milhões de portugueses, para escolher 230 deputados.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas - 15 partidos e três coligações.

03.03.2024

Montenegro: Estado social atingiu o seu pior momento desde o 25 de Abril

O presidente do PSD, Luís Montenegro, considerou hoje que em resultado da governação do PS nos últimos oito anos "o Estado social atingiu o seu pior momento desde o 25 de Abril".

Luís Montenegro discursava num comício em Coimbra e acusou o PS de estar fechado à sociedade, achando-se autossuficiente, e prometeu, se formar Governo, manter a abertura a independentes da coligação Aliança Democrática (AD).

"Foi com um Governo de esquerda, aliás, um não, três governos de esquerda seguidos, que o Estado social atingiu o seu pior momento desde o 25 de Abril. Foi exatamente agora que o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que a escola pública, que as políticas públicas da habitação, da cultura, do desporto, atingiram o seu pior momento", declarou.

Segundo Luís Montenegro, os serviços públicos pioraram, "porque a conceção socialista é entender que o Estado consegue resolver tudo por si, o PS confunde o Estado com o partido e o partido com o Estado, e isso não mobiliza as forças da sociedade".

"Nós temos de mobilizar as forças da sociedade", defendeu, num almoço comício na Escola Básica Eugénio de Castro, em que segundo a organização estavam presentes cerca de 1.500 pessoas.

O presidente do PSD assinalou que era "o primeiro filiado partidário a usar da palavra" neste comício, depois do presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, antigo bastonário da Ordem dos Médicos, do ex-dirigente do CDS-PP Adolfo Mesquita Nunes e da cabeça de lista da AD neste distrito, a advogada Rita Júdice.

Luís Montenegro apresentou a AD como uma coligação entre PSD, CDS-PP e PPM, que "junta os melhores quadros que os partidos políticos têm, e têm muitos", mas que "junta a isso aquilo que a sociedade tem de melhor".

"É esse o espírito da AD e vai ser esse o espírito do próximo Governo de Portugal", acrescentou.

03.03.2024

CNE diz não ter conhecimento de tentativas de "desvirtuar resultados", após denúncia de Ventura

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) não tem registo de qualquer queixa sobre qualquer tentativa de "desvirtuar o resultado" das legislativas de dia 10, depois do líder do Chega ter levantado suspeitas no sábado.

Contactado pela agência Lusa, o porta-voz da CNE, Fernando Anastácio, escusou-se a comentar as denúncias feitas no sábado pelo presidente do Chega, André Ventura, mas esclareceu que não existe qualquer investigação ou inquérito sobre essa matéria.

"Não tenho nota de qualquer queixa entregue" e "esse assunto não foi apreciado" pela CNE, afirmou aquele responsável.

Sobre essas queixas, "ainda ninguém perguntou, a não ser os órgãos de comunicação social", limitou-se a dizer Fernando Anastácio.

No sábado, na Figueira da Foz, o presidente do Chega, André Ventura, alegou estar em curso uma tentativa para "desvirtuar o resultado" das eleições, que passa por "anular os votos" do seu partido.

"Está em curso uma tentativa de desvirtuar o resultado destas eleições em Portugal e nós temos de estar muito atentos a isso", afirmou o dirigente, que disse ter relatos por parte de comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo de que existem boletins de voto que "não chegaram" ou "parece que só chegam a alguns e não chegam aos outros".

"Pelos consulados, dominados pelo PS e PSD pelo mundo fora, ouvimos chegar notícias de tentativas verdadeiras de boicote ao voto", disse, falando também em "vídeos que circulam permanentemente de pessoas a dizer que vão anular os votos do Chega e que vão condicionar os votos do Chega", sem concretizar.

Os círculos eleitorais dos emigrantes (Europa e Fora da Europa) representam apenas quatro eleitos (dois mais dois) num universo de 230 parlamentares e são normalmente obtidos pelos dois partidos mais votados, por distribuição pelo método de Hondt.

Perante as suspeitas que levantou, o líder do Chega considerou que se trata de "um problema particularmente importante" e pediu aos apoiantes que estejam "muito atentos a estas eleições".

"Temos de ter olho aberto, não nos podem enganar nestas eleições", salientou, justificando que isto acontece "agora que sabem que estes emigrantes, fartos de socialismo e social-democracia, querem uma mudança".

"Estamos debaixo de ataque", afirmou, replicando uma tática de atacar o processo eleitoral, utilizada por outros líderes políticos populistas, como Trump ou Bolsonaro, já muito elogiados por Ventura.

03.03.2024

Marcelo volta a sugerir reponderação do dia de reflexão. Cenários pós-eleitorais? "Só depois do povo decidir"

O Presidente da República voltou a defender que se repense a necessidade de um dia de reflexão, à semelhança do que fez nas eleições de 2022 e sobre cenários pós-eleitorais só depois de conhecidos os resultados.

"No apelo que fiz ao voto em 2022 sugeri que fosse repensado dia de reflexão entre outras coisas que sugeri na altura", começou por lembrar Marcelo Rebelo de Sousa depois de ter votado antecipadamente em Lisboa. "Disse que era talvez o tempo de se repensar o que tinha uma lógica na eleição para a Constituinte no início da democracia", acrescentou o chefe de Estado.

"Com a aceleração do tempo - naquela altura as campanhas eram 21 dias, por exemplo, naquela altura não era possível publicar sondagens no período de campanha eleitoral - isto tudo mudou", sublinhou, lembrando que nisso "a Assembleia da República é soberana".

Questionado sobre os cenários pós-eleitorais, Marcelo afirmou que "não tem que achar nada", referindo que "eu só acho depois do povo ter decidido". O Presidente assumiu ainda que "o povo português tem demonstrado desde o 25 de Abril uma maturidade e uma sabedoria antecipando em muitos casos aquilo que muitas vezes só se percebe no futuro. "Não há razão para deixar de acreditar nisso", concluiu.

03.03.2024

Rui Tavares diz que direita “traz más memórias” e insiste no combate ao voto útil

O porta-voz do Livre salientou este domingo que as recentes governações à esquerda "deixaram satisfação", nomeadamente a 'geringonça', ao contrário da direita que "traz más memórias", e deixou também um apelo de combate ao voto útil.

Numa visita ao bairro do Armador, em Chelas, distrito de Lisboa, Rui Tavares foi questionado sobre a presença do primeiro-ministro, António Costa, na campanha socialista para as legislativas de dia 10.

"Acho que esta maioria absoluta não foi suficiente, mas o que eu vejo é que a esquerda nos seus debates mostrou elevação e mostrou conteúdo, as governações da esquerda nesta última década e meia, a começar pela 'geringonça', deixaram satisfação. E a direita, quando traz os seus ex-primeiros-ministros, o que traz são más memorias", considerou.

Na opinião do cabeça-de-lista por Lisboa, quando a Aliança Democrática (que junta PSD, CDS-PP e PPM) leva para a campanha nomes como Cavaco Silva, Durão Barroso ou Pedro Passos Coelho, "o que as pessoas se lembram é de austeridade".

No entanto, apesar de apelar ao voto à esquerda, Rui Tavares não deixou de alertar que "o voto útil há dois anos não resolveu nada", referindo-se à maioria absoluta do PS e depois de no sábado António Costa se ter dirigido aos indecisos.

"O que resolve é darmos força às ideias de que gostamos mais. Fazemos o apelo a toda a gente que combata a ideia de que essa chantagem sobre os eleitores deva ser eficaz e que combata também desinformações acerca das posições do Livre", apelou, considerando que este é um pedido importante no começo da segunda e última semana de campanha eleitoral.

Interrogado sobre se António Costa seria um bom nome para a presidência do Conselho Europeu, Rui Tavares não deu uma resposta direta, mas deixou alguns 'reparos' ao ainda primeiro-ministro.

"Quem escolhe os presidentes do Conselho são os governos da União Europeia e quanto a nós mal. A UE precisa de se democratizar", começou por responder, defendendo que este órgão "tem de ser um verdadeiro senado" com "legisladores eleitos".

Rui Tavares salientou que António Costa "nunca acompanhou as ideias mais avançadas, mais ambiciosas do Livre para a União Europeia", e criticou o facto de o chefe do executivo ter considerado, na altura da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, que "as violações do Estado de Direito na Hungria não deviam ser punidas financeiramente".

"Nós no Livre achamos que é preciso outra visão da União Europeia, completamente diferente, que não seja complacente com este estado de coisas na UE e seria preciso que Costa desse um grande salto na sua ambição para a UE para se aproximar do que o Livre tem de planos para a Europa", respondeu.

Interrogado sobre as diferenças entre os socialistas António Costa e Pedro Nuno Santos, Tavares respondeu que "tem que haver uma nova geração de políticos em Portugal que não se contentem com a convergência com a média da União Europeia", apontando que isso não é suficiente para que os jovens não emigrem.

O dirigente do Livre quer "políticas muito ambiciosas do ponto de vista da economia, ecologia e sociedade".

"E isso acho que uma nova geração de políticos, nomeadamente à esquerda, tem essa proposta para o país e é uma proposta que o país fará bem em abraçar e apostar, porque dará início a uma década de progresso de que nós precisamos muito", considerou.

03.03.2024

IL classifica comício do PS com António Costa como uma “reunião de demissionários”

O presidente da Iniciativa Liberal (IL) disse este domingo que aquilo que aconteceu no sábado no comício do PS, no Porto, foi uma "reunião de demissionários", com António Costa e Pedro Nuno Santos a serem os rostos do passado.

No último domingo de campanha eleitoral para as eleições de dia 10, Rui Rocha começou a jogar voleibol e futebol na praia de Matosinhos, no distrito do Porto, para mostrar ao país que "é fundamental marcar um golo ao socialismo e à gestão socialista do país".

Apontando críticas ao PS, e instado a comentar a presença do primeiro-ministro, António Costa, no comício daquele partido que decorreu no sábado, no Porto, o dirigente liberal considerou que "de lá não saiu nada de novo", porque os principais intervenientes, referindo-se a Pedro Nuno Santos e António Costa, são "rostos do passado".

"Juntaram-se ali o demissionário ainda em funções [António Costa] com o demissionário do Governo [Pedro Nuno Santos] que pretende agora apresentar uma proposta para o país. Nada de novo que vem de ali", afirmou.

Segundo Rui Rocha, a presença de António Costa não trouxe grande surpresa, porque fez "o número do costume" ao apresentar um conjunto de dados que são sempre contrariados pela realidade dos portugueses.

Para o presidente da IL, o primeiro-ministro pode esforçar-se, mas os portugueses já perceberam que a solução do PS é "dar mais do mesmo".

E acrescentou: "A intervenção de António Costa não muda a realidade, a realidade de um país com serviços públicos degradados, com baixo crescimento, com baixos salários, com emigração dos jovens".

Por isso, Rui Rocha insistiu na mensagem de que é preciso mudar o país tendo, nesta mudança, a Iniciativa Liberal "um papel importante".

03.03.2024

Pedro Nuno quer excedente orçamental para gastar com o povo e não com a banca

O secretário-geral do PS procurou fazer este domingo um dualismo entre esquerda e direita e disse que o excedente orçamental é para gastar com o povo e não com a banca e com as grandes empresas.

Pedro Nuno Santos falava depois de uma ação de rua na zona piscatória das Caxinas, concelho de Vila do Conde, bastião eleitoral socialista, num breve discurso em que também acusou a Aliança Democrática (AD) de "arrogância" nesta campanha para as legislativas de dia 10.

"Conseguimos diminuir a nossa dívida e ter excedente [orçamental]. E a escolha que temos para fazer é se queremos gastar esse excedente com quem não precisa, com os bancos e com as maiores empresas, ou se queremos investir no povo, no Estado social, nos serviços públicos, nos nossos hospitais e escolas", afirmou, perante largas centenas de militantes e simpatizantes socialistas.

O secretário-geral do PS assinalou que Portugal apresenta agora uma situação financeira e orçamental "mais confortável".

"Por isso, é hora de apoiarmos o nosso povo, aumentando salários e pensões. Essas são as prioridades dos socialistas. Nós não queremos desbaratar recursos com quem não precisa. Queremos investir os recursos a cuidar do nosso povo, de quem trabalhou uma vida inteira - os nossos reformados - e em quem trabalha", completou.

Embora sem falar na AD, Pedro Nuno Santos deixou uma mensagem: "Para aqueles que tinham já a arrogância de achar que iam ganhar, vejam onde está a verdadeira força, onde está o povo, estamos aqui em força".

"Em Caxinas, terra de trabalho duro, gente que se faz ao mar para alimentar o nosso povo, quero agradecer, porque vocês são uma inspiração, um exemplo de luta e de combate. Esse é o exemplo que temos de levar ao país, trabalho árduo que seja recompensado", prometeu.

Ainda nesta lógica de discurso, o líder socialista referiu que Portugal é um país "que se fez no mar, que se construiu no mar e não pode esquecer quem trabalha no mar todos os dias e do mar retira alimento para todos".

Depois, dirigindo-se aos seus apoiantes das Caxinas, fez uma demarcação em relação à conceção liberal de mérito. "Sim, vocês é que têm mérito - mérito de trabalhar, numa vida dura, para toda a comunidade", acrescentou.

Antes, o presidente da Câmara de Vila do Conde, Vítor Costa, apresentou o líder socialista como "um homem de palavra" e que "nunca falhou às gentes do mar".

Dirigindo-se às pessoas das Caxinas de Vila do Conde, disse-lhes: "Vocês sabem, vocês enfrentam tempestades, e Portugal precisa de homens de coragem".

"Foi a partir das Caxinas que o PS conquistou as suas maiores vitórias", afirmou Vítor Costa.

De manhã, na arruada das Caxinas, em Vila do Conde, Pedro Nuno Santos fez um percurso semelhante ao de António Costa na campanha para as legislativas de 2022.

No trajeto, esteve acompanhado pelo cabeça de lista socialista pelo Porto, Francisco Assis, pelo número três dessa lista e atual ministro da Saúde, Manuel Pizarro, pelo presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, assim como por vários autarcas do distrito do Porto.

Ao longo do percurso, Pedro Nuno Santos foi rodeado por uma enchente humana, tendo entrado em estabelecimentos comerciais, acenado para as pessoas de uma varanda, tirado ‘selfies’, distribuído beijinhos e abraços e cumprimentado várias crianças.

"Vamos mobilizar-nos em força para ganhar. Vamos lá embora", disse para uma câmara da campanha socialista que o acompanhava, depois de ter ouvido, ao longo do percurso um senhor que lhe confessou que vai votar este ano pela primeira vez no PS, assim como toda a sua família, e uma idosa que lhe pediu que derrote a direita.

Em declarações aos jornalistas, Pedro Nuno Santos considerou que esta arruada mostrou a "força da candidatura" do PS e que o "povo sabe onde é que está o caminho certo", acrescentando que o dia - que vai contar com três arruadas e dois comícios - vai ser um "grande dia de campanha".

"Isto é impressionante. Vocês podem testemunhar a força com que as pessoas estão, a vontade que têm. Era impossível ser melhor, é extraordinário", considerou.

03.03.2024

Santana Lopes acusa António Costa de "descaramento"

O antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes juntou-se este domingo à campanha da AD e acusou António Costa de descaramento pelas críticas que fez a ex-líderes do PSD, referindo que "nenhum se demitiu por peripécias passadas no seu gabinete".

"Em matéria de descaramento ninguém ganha ao PS. É absolutamente impressionante, porque aparecer a dizer dos antecessores o que o doutor António Costa disse, sinceramente, acho que para além do mais é mesmo muito deselegante", considerou Pedro Santana Lopes, em declarações à comunicação social, na Figueira da Foz, onde é presidente da Câmara, tendo ao seu lado o líder do PSD, Luís Montenegro.

Em seguida, Pedro Santana Lopes referiu que "nenhum dos antigos líderes do PSD ou do CDS fugiu a dizer que vinha aí o pântano, nem nenhum pediu intervenção externa, nem nenhum se demitiu por peripécias passadas no seu gabinete", em alusão aos antigos líderes do PS António Guterres e José Sócrates e ao atual Governo chefiado por António Costa.

"Saímos, ganhando ou perdendo, com honra, e isso é o principal", defendeu.

Em resposta ao discurso que fez António Costa no sábado, num comício do PS no Porto, Pedro Santana Lopes quis ainda acrescentar "só uma graça".

"Há quem ponha os filhos – eu também tenho filhos e netos – em escolas privadas defendendo a escola pública, e há quem saia de primeiro-ministro e vá fazer pós-graduações em universidades privadas quando são defensores é do ensino público", assinalou, acrescentando: "Acho que é tudo extraordinário".

O antigo presidente do PSD, do qual se desfiliou em 2018 para fundar o partido Aliança, do qual entretanto saiu, considerou que "a liderança de Luís Montenegro se afirmou de uma maneira impressionante nesta campanha" para as legislativas de dia 10 "e o resto é conversa".

Segundo Pedro Santana Lopes, perante a situação do país, "o PS não merece" continuar no Governo.

"O PS tem a mania de dizer quando a luta aquece ninguém segura o PS, ou lá o que é o ditado. Eu diria assim: quando esta realidade acontece, há uma coisa que é incontestável, é que o PS não merece", rimou.

03.03.2024

CDU reúne com empresários para desmistificar ideia de ser contra as empresas

A CDU abriu o oitavo dia de campanha eleitoral com uma sessão com micro, pequenos e médios empresários para desmistificar a ideia de ser contra as empresas e para exigir uma alteração da política económica do país.

Numa iniciativa diferente de todas aquelas que a Coligação Democrática Unitária (CDU, que junta PCP e PEV) já realizou neste período oficial de campanha, o secretário-geral do PCP ouviu os testemunhos de vários pequenos empresários - do vestuário à estética, passando pelos seguros ou ginásios – e acentuou a necessidade de apoiar a atividade destas pessoas em detrimento dos grandes grupos económicos.

"Esta é uma boa oportunidade para desmistificar de uma vez por todas uma ideia de que a CDU é contra o desenvolvimento e as empresas. Não só não somos contra, como achamos que é fundamental dinamizar a atividade económica. O problema é que temos um problema de fundo: uma política orientada para o apoio não à economia, mas ao 01% daqueles que desenvolvem atividade económica e que afasta 99% do tecido empresarial português", disse.

Sublinhando que a política económica nacional "responde às necessidades dos grandes grupos económicos" e invocando como exemplo um apoio de 400 mil euros à Sonae para o aumento dos custos do salário mínimo, o líder comunista frisou que esses grupos "engolem e esmagam" os micro, pequenos e médios empresários (MPME).

"Quando exigimos salários, sabemos que é um esforço para os MPME. Mas é um investimento", observou.

Acrescentou ainda que medidas como a fixação de preços em certas áreas e a redução do IVA na energia ou nas telecomunicações visam ajudar os empresários a enfrentar os custos de contexto da sua atividade.

"Os MPME são aliados do projeto da CDU. É preciso que estes 99% sejam discriminados positivamente e não o 01%. Esta é a grande diferença".

03.03.2024

PAN afirma que PS e AD não são alternativa para o país

A porta-voz do PAN considerou este domingo que PS e PSD não são uma alternativa para o país e afirmou que a maioria absoluta do Governo socialista foi uma oportunidade perdida e que a AD apresenta um revivalismo do passado.

"Não nos revemos naquilo que tem sido a agenda da Aliança Democrática, que tem sido uma agenda que, de alguma forma, vem trazer um revivalismo, quer do ponto de vista das opções públicas para o emprego, quer também das questões sociais tão relevantes como o subsídio de desemprego para as pessoas ou até mesmo em matéria de igualdade de género", afirmou Inês Sousa Real.

A dirigente assinalou ainda que a maioria absoluta de António Costa "foi uma oportunidade perdida para os avanços que o país poderia ter feito".

"Teria sido muito importante que durante a maioria absoluta, durante esta última legislatura que agora estamos a encerrar, o PS tivesse aproximado medidas com as que o PAN apresentou em defesa precisamente dos direitos humanos das mulheres", salientou Inês Sousa Real, referindo, ainda assim, que "há uma certa aproximação" do PAN ao PS em algumas matérias.

A cabeça de lista do PAN por Lisboa às eleições legislativas de dia 10 falava na manhã deste domingo aos jornalistas, à margem de uma ação de campanha no Passeio Marítimo de Oeiras, antes de se dirigir para uma iniciativa no Mercado de Algés.

03.03.2024

Campanha concentra-se no litoral, mais a Norte do que a Sul

A uma semana das eleições legislativas antecipadas, os partidos concentram as ações de campanha nos grandes centros urbanos, descaindo para o litoral.

O Partido Socialista começou o dia com uma arruada em Caxinas, no concelho de Vila do Conde, mas vai ser um dia cheio para a caravana do PS, com cinco ações de campanha, concentrados no norte do país.

Depois da arruada em Caxinas, a caravana repete em Guimarães com uma ação de rua ao início da tarde, seguindo pouco depois para Vizela para a terceira arruada do dia, às 16:00. Duas horas depois, a campanha socialista aterra em Braga para o primeiro comício às 18:30. O dia termina em Viana do Castelo com um comício às 21:30.

A Aliança Democrática (AD) também concentra esforços de campanha no litoral, com uma ação matinal na Figueira da Foz, onde entrou Pedro Santana Lopes, o ex-líder do PSD. A caravana da AD segue para Coimbra para um almoço-comício às 13:00. A caravana da coligação segue para Viseu para o comício de final do dia.



O Chega começa o dia na cidade raiana de Castelo Branco com um almoço, rumando depois para o litoral  para um jantar em Leiria.

A Iniciativa Liberal arranca o dia de campanha em Braga para contactos na rua, seguindo à tarde para Viseu.

O Bloco de Esquerda concentra o dia de campanha em Lisboa, para um cimício nacional a meio da tarde, no auditório da Reitoria da Universidade Nova.

Também a terminar o dia em Lisboa, a CDU arranca a campanha deste domingo de manhã em Alcácer do Sal, onde almoça, rumando à tarde para Lisboa.

É no distrito de Lisboa que o PAN também aposta este domingo com ações de rua. O mesmo onde está o Livre com ações de campanha em Oeiras, Amadora, Sintra e na cidade de Lisboa.

03.03.2024

CNE avisa que anúncios online pagos são proibidos em campanha

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) alerta que a publicidade online anónima e paga nas plataformas digitais, como o Facebook e X (antigo Twitter), é proibida durante a campanha eleitoral.

Em declarações à Lusa, o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Fernando Anastácio, afirmou que esta proibição resulta da lei 72/2015, que regula a propaganda eleitoral através de meios de publicidade comercial.

"Não pode ser anónimo" e "publicidade patrocinada, neste momento, é proibida", precisou Fernando Anastácio.

A CNE tem em curso uma investigação a possível ingerência estrangeira na campanha das eleições legislativas, depois de denúncias sobre a publicidade no Youtube contra o PS e PSD.

Fernando Anastácio afirmou que a CNE pediu informações ao Youtube na tentativa de saber quem são os responsáveis pelos anúncios, que são proibidos em campanha eleitoral.

Investigadores do MediaLab do ISCTE detetaram, pela primeira vez, "indícios de interferência externa nas eleições em Portugal", com anúncios on-line que acusavam o PS de corrupção e lembra os cortes do PSD durante a troika.

Estes indícios foram recolhidos pela equipa do MediaLab do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e a Empresa (ISCTE-IUL) durante uma pesquisa sobre as eleições nas redes sociais e os processos de desinformação na fase pré-eleitoral para as legislativas de 10 de março, em parceria com a agência Lusa.

03.03.2024

Mais de 200.000 eleitores podem já votar hoje em todo o país

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, é um dos mais de 200 mil eleitores que se inscreveram para o voto antecipado, este domingo, uma semana antes do dia das legislativas.

No total, segundo o Ministério da Administração Interna (MAI), pediram para votar 208.007 eleitores.

São menos do que nas legislativas de 2022 (315.785 inscritos), mas muito superior aos inscritos nas legislativas de 2019 (56.291).

O chamado voto em mobilidade permite aos eleitores votarem uma semana antes num concelho à sua escolha. Se não o fizerem, podem fazê-lo no dia das eleições, ou seja em 10 de março.

Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar na escolha de 230 deputados à Assembleia da República.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas - 15 partidos e três coligações.

Entre os inscritos está o Presidente da República, que decidiu votar antecipadamente por se sentir esclarecido relativamente às propostas dos candidatos e por considerar que é um estímulo contra a abstenção.

Instituída com a entrada em vigor da Lei Orgânica n.º 3/218, por ocasião da eleição de deputados portugueses ao Parlamento Europeu em 2019, a modalidade de voto antecipado em mobilidade foi escolhida por 315.785 nas eleições legislativas de 2022.

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