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Europeias: Política migratória, extremismos e "geringonça" no debate entre CDS e BE

A política de migrações e a troca de acusações sobre extremismos marcaram esta quinta-feira à noite o frente-a-frente entre os cabeças-de-lista do BE e do CDS-PP às eleições europeias, debate no qual a "geringonça" não foi esquecida.

Estela Silva/Lusa
03 de Maio de 2019 às 00:38
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Depois do debate "a seis" na SIC na noite de quarta-feira, foi a vez de, na RTP3, se realizar o primeiro frente-a-frente entre candidatos dos partidos às eleições ao Parlamento Europeu de 26 de maio, tendo Marisa Matias (BE) e Nuno Melo (CDS-PP) inaugurado este formato.

 

As perguntas sobre política migratória geraram uma troca de argumentos entre os dois cabeças-de-lista, tendo Nuno Melo avisado que "se as questões das migrações não forem tratadas pelos partidos moderados, vão ser coaptadas pelos partidos ditos extremistas".

 

"O que eu defendo é uma política de subsidiariedade em relação às migrações, ou seja, às pessoas que procuraram emprego como acontece em qualquer país do mundo. Cada país é que sabe se deve receber migrantes - pessoas que procuram emprego - ou não", afirmou o eurodeputado centrista, fazendo questão de distinguir a situação dos refugiados.

 

Para Marisa Matias é evidente que não se vive "uma crise de refugiados, mas uma crise humanitária", que resultou e continua "a resultar de uma hipocrisia total da União Europeia, que continua a vender armas para os territórios em conflito" e depois tenta "convencer as pessoas de que estamos a ser invadidos".

 

"Os emigrantes portugueses estão a sofrer na Europa, na pele, todos os dias, aquilo que é a política que o doutor Nuno Melo defende para a emigração", acusou, dando o exemplo do Luxemburgo, país ao qual se deslocou e onde houve tentativa de expulsão de emigrantes portugueses.

 

Sobre a acusação da eurodeputada bloquista de que Nuno Melo está a normalizar a extrema-direita, o candidato do CDS-PP atirou: "Eu acho que a Marisa Matias não só normaliza a extrema-esquerda como representa o lado violento dessa extrema-esquerda quando, por exemplo, canta e ri a pedir a morte de um presidente eleito democraticamente".

 

"A Marisa falar-me de extremismos é uma coisa que a mim me diz muito pouco porque, infelizmente, o Bloco significa os extremismos, significa quem no PSR e na UDP esteve do lado do PREC", desvalorizou.

 

Na resposta, Marisa Matias apontou o facto de Nuno Melo não se ter comovido minimamente quando Jair Bolsonaro, agora Presidente do Brasil, "disse que se devia fuzilar os líderes da oposição e os seus opositores e fez o símbolo da metralhadora". "Como não se comove agora ao defender o Vox, que é um partido de extrema-direita", condenou.

 

Para Marisa Matias, os bloquistas estão "nos antípodas" daquilo que defendem os centristas. "Como se poderia provar se o doutor Nuno Melo quisesse falar de política europeia. Não quer falar porque se associa ao pior lado da União Europeia, ao maior aumento de impostos, ao maior corte nas pensões e aos despejos", disse, nos segundos finais do debate.

 

Já sem tempo, Nuno Melo voltou a exibir a fotografia dos líderes do PS, BE, PCP e PEV a assinar os acordos que, em 2015, permitiram o apoio parlamentar de todos os partidos de esquerda ao Governo minoritário socialista.

 

Logo a meio do debate, o eurodeputado centrista tinha utilizado esta fotografia para considerar que "o Bloco não pode 'geringonçar' o Governo com um acordo". "Neste momento não há um único corte, uma única medida de austeridade, um único problema de negociação de fundos que não tenha lá o BE juntinho ao PS", lembrou, acusando os bloquistas de não fazerem nada com o poder que têm porque "quando a coisa é boa, é mérito do Bloco; quando a coisa é má é culpa do Costa".

 

Marisa Matias, na réplica, acusou Nuno Melo de uma "deslealdade enorme", defendendo que "não pode dizer que tudo o que são posições do Governo são responsabilidade do BE".

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