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Ataque com tinta a Montenegro e recusa de referendo ao aborto dominam quarto dia de campanha
Siga ao minuto as principais notícias do quarto dia de campanha eleitoral para as legislativas de 10 de março.
Ataque com tinta a Montenegro e recusa de referendo ao aborto dominam quarto dia de campanha
Um ataque com tinta verde por um ativista climático ao presidente do PSD e a recusa dos líderes partidários a um novo referendo ao aborto marcaram o quarto dia de campanha para as eleições de março.
O incidente aconteceu hoje de manhã à entrada da Bolsa de Turismo de Lisboa, quando o líder da Aliança Democrática (AD) se preparava para iniciar a primeira ação de campanha do dia e foi atingido com tinta verde atirada por um ativista, um ataque que foi reivindicado pouco depois pelo movimento Fim ao Fóssil.
O ativista foi detido pela PSP e outros quatro foram identificados, com Luís Montenegro a anunciar que ainda hoje seria formalizada a queixa junto das autoridades e a agradecer as manifestações de solidariedade que recebeu.
Esta situação, que mereceu o repúdio generalizado e imediato dos restantes candidatos, levou mesmo o primeiro-ministro, António Costa, a dar instruções para que a PSP disponibilizasse segurança pessoal aos líderes dos partidos com assento parlamentar que o pretendam.
Já a nível político, o quarto dia de campanha ficou marcado pelas declarações do vice-presidente do CDS-PP, Paulo Núncio, num debate promovido pela Federação Portuguesa pela Vida, onde se manifestou a favor de um novo referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez (IVG).
"Devemos ter a capacidade de tomar iniciativas no sentido de limitar o acesso ao aborto e logo que seja possível procurar convocar um novo referendo no sentido de inverter esta lei que é uma lei profundamente iníqua", afirmou o antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e candidato pela AD às legislativas antecipadas de 10 de março.
A esta posição de Paulo Núncio, Luís Montenegro respondeu que a AD não vai mexer na lei do aborto na próxima legislatura, considerando que este é um "assunto que está absolutamente arrumado", enquanto o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, afirmou que o assunto não consta do acordo de coligação.
O tema foi também aproveitado pelo líder do PS, Pedro Nuno Santos, para acusar a AD de pretender "voltar ao passado" na criminalização do aborto, um assunto que disse estar "resolvido na sociedade portuguesa" desde que foi referendado, em 2007.
As declarações de Paulo Núncio mereceram a discordância de vários líderes, com André Ventura, presidente do Chega, a garantir que, enquanto for presidente do partido, não se deve voltar "à criminalização do aborto".
O presidente da IL, Rui Rocha, considerou que o atual quadro legal "é adequado" e que o seu partido não está disponível para acordos que envolvam qualquer retrocesso nesta matéria e o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, acusou a direita de "andar para trás".
Já porta-voz do Livre, Rui Tavares, lamentou que a direita pretenda reabrir debates na sociedade que estão encerrados e a líder do PAN, Inês Sousa Real, salientou que as declarações de Paulo Núncio demonstram que votar na AD "é um voto contra os direitos das mulheres".
Ao quarto dia de campanha, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitou a Bolsa de Turismo de Lisboa, pouco depois do incidente com Luís Montenegro, onde anunciou que vai votar antecipadamente no próximo domingo, pela primeira vez, por considerar que é um estímulo contra a abstenção e também porque, após quatro meses e meio de pré-campanha, sente-se esclarecido.
Lusa
Raimundo condena lançamento de tinta a Luís Montenegro
O secretário-geral do PCP condenou hoje o arremesso de tinta ao líder do PSD, Luís Montenegro, por um ativista climático, em Lisboa, manifestando-lhe a sua solidariedade.
"Um ato de solidariedade para com Luís Montenegro nesta circunstância. Com a atitude que tiveram, estão a afastar as pessoas de uma causa nobre que é a defesa do ambiente. Acaba por afastar e não aproximar as pessoas da causa do ambiente. Não é compreensível uma atitude desse tipo e espero que isso não se volte a repetir. Estará na responsabilidade de quem as faz", afirmou Paulo Raimundo.
Em declarações aos jornalistas durante uma arruada da CDU em Portimão, o líder comunista não esclareceu se receava ser vítima de um ato semelhante e reiterou as críticas a este tipo de protestos.
"As pessoas que eventualmente tomam essas atitudes a pensar que estão a aproximar o conjunto da população e da sociedade para a causa que defendem estão a ter um resultado contraproducente: não estão a aproximar das causas que defendem, estão a afastar as pessoas das causas que defendem. E as causas que defendem são muito mais nobres do que esta ou aquela atitude que, claro, temos de condenar, naturalmente", sublinhou.
Já em relação à proposta apresentada pelo primeiro-ministro, António Costa, de disponibilizar segurança pessoal da PSP aos líderes partidários, Paulo Raimundo descartou a ideia.
"Não precisamos, não temos nenhuma necessidade dessas medidas. Andamos muito à vontade na rua, como têm assistido. Portanto, não há nenhuma dificuldade com isso. Penso que as expressões de discordância política que às vezes se manifestam devem se manter nesse sentido. Tenho muito gosto até nesse debate e nesse confronto politico, que não tem passado disso", rematou.
Luís Montenegro foi atingido com tinta verde por um jovem, que seria depois afastado por um agente da PSP. Os ativistas do movimento Fim ao Fóssil reivindicaram a ação em comunicado, argumentando que "nenhum partido tem um plano adequado à realidade climática".
O movimento estudantil reivindica o fim aos combustíveis fósseis até 2030 e exige que se pare de usar gás para produzir eletricidade até o próximo ano, utilizando antes 100% eletricidade renovável e gratuita.
Montenegro anunciou, entretanto, que vai formalizar ainda hoje uma queixa contra o ativista que o atingiu com tinta verde, à entrada da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), e agradeceu as manifestações de solidariedade.
Mortágua repudia ataque a Montenegro e diz não se justificar segurança pessoal
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, repudiou hoje o ataque "que nunca podia ter acontecido" ao líder do PSD e demarcou o partido destes ativistas, mas considerou que neste momento não se justifica a segurança pessoal disponibilizada pelo Governo.
Pouco depois de Luís Montenegro ter sido atingido com tinta verde por um ativista climático, a líder do BE recorreu às redes sociais para condenar este ataque à liberdade da campanha eleitoral e à democracia.
À chegada para a primeira ação de campanha do BE de hoje, uma arruada ao final da tarde por Moscavide, Lisboa, Mariana Mortágua repetiu estas críticas de viva voz e afirmou que este tipo de ato "é injustificável, é inaceitável, é intolerável e deve ser condenado".
"O que aconteceu hoje a Luís Montenegro não deveria nunca ter acontecido numa campanha eleitoral, deve ser condenado, deve ser repudiado e espero que não volte a acontecer", disse.
Questionada sobre se os elementos envolvidos eram do BE, a líder bloquista referiu que não e insistiu que "o debate democrático deve acontecer sem que os candidatos se sintam condicionados na sua campanha, na sua iniciativa na sua ação".
Sobre segurança pessoal disponibilizada pelo primeiro-ministro, António Costa, aos líderes partidários após este ataque, Mariana Mortágua explicou que a avaliação de segurança que o partido faz neste momento "não justifica" esta medida.
"Não estamos a falar de ataques à segurança pessoal dos candidatos, são ataques à democracia e à forma como a democracia funciona. A avaliação que fazemos neste momento de segurança não justifica esse tipo de medidas, mas em momento nenhum tira gravidade ao que aconteceu e o que aconteceu foi um condicionamento do livre decorrer das eleições", explicou.
Sobre se esta situação é desconfortável para o partido já que apoia muitos movimentos climáticos, a líder do BE deixou claro o apoio aos "jovens que estão contra as alterações climáticas, que querem construir uma grande maioria social pelo clima".
"Este tipo de ações são contrárias a esse objetivo, são contrárias aos objetivos do movimento climático e, na verdade, vão contra essas iniciativas de jovens, vão contra a vontade de construir uma maioria que apoie as medidas para a transição climática e por isso devem ser repudiadas, devem ser condenadas", defendeu.
Na opinião de Mortágua, atos como este "em vez de ajudarem qualquer causa" estão "a fazer exatamente o contrário", com a agravante de condicionarem o debate democrático. "Não é a primeira vez que acontece, o Bloco de Esquerda já teve uma parte da sua propaganda vandalizada. Não aceitamos que o debate democrático seja condicionado desta forma", repudiou.
Lusa
PAN acusa AD de ser "aliança antidemocrática" no município de Cascais
A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, acusou hoje a Aliança Democrática (AD) de ser "aliança antidemocrática", a nível camarário, referindo-se ao município de Cascais, que tem previsto um plano de urbanização para a Quinta dos Ingleses, em Carcavelos.
"Não posso deixar de referir que a AD, a nível camarário, tem estado do lado errado da história e passa mais por aliança antidemocrática, que não ouve a população. (...) Nós não nos revemos nesta decisão da AD, nem também a nível municipal do PSD", salientou Inês Sousa Real.
A dirigente política falava à margem de uma visita à Quinta dos Ingleses e depois de ter estado a conversar com os vice-presidentes do movimento SOS Quinta dos Ingleses Pedro Jordão e Manuel Valadas Preto.
"A construção deste empreendimento vai pôr em causa a continuidade da praia, que é uma zona dedicada ao surf, ao turismo, ao lazer e, portanto, a construção deste empreendimento põe em causa até o desenvolvimento sustentável da região, a par do combate às alterações climáticas", realçou.
Em 16 de novembro do ano passado, um grupo de cidadãos interpôs uma ação judicial contra a Câmara Municipal de Cascais, liderado pelo social-democrata Carlos Carreiras, para tentar travar o plano de urbanização previsto para a Quinta dos Ingleses que inclui a construção de vários empreendimentos.
A ação foi interposta em 31 de outubro pelo movimento SOS Quinta dos Ingleses e visa também a empresa de construção Alves Ribeiro e o Colégio St. Julian's, promotores deste plano, segundo explicou hoje à agência Lusa Pedro Jordão, vice-presidente daquela associação.
Em causa está o designado Plano de Pormenor do Espaço de Reestruturação Urbanística de Carcavelos-Sul (PPERUCS), que prevê a reestruturação urbanística de uma área de 54 hectares, onde se situa o colégio inglês St. Julian's, em Carcavelos, com a criação de um parque urbano, a "preservação e valorização do conjunto edificado da Quinta dos Ingleses" e um empreendimento de "usos habitacional, de comércio, de serviços, hoteleiro e outros".
Hoje, Inês Sousa Real lembrou que o parlamento também já havia aprovado uma resolução, apresentada pelo seu partido, no sentido de se encontrar uma solução.
"A Assembleia da República já aprovou uma resolução, precisamente apresentada pelo PAN nesta matéria, em que vem pedir que se trave e arranje uma solução com a empresa imobiliária, que crie uma alternativa para a construção que não passe por destruir esta zona verde. E para o PAN esta também tem de ser uma prioridade para a próxima legislatura", sustentou.
No início do ano, a Câmara Municipal de Cascais disse que foram cumpridas "escrupulosamente" todas as exigências legais para a construção de um novo hotel na Estrada Marginal, na Parede, processo que está a ser investigado pelo Ministério Público após uma queixa-crime.
Em causa está uma queixa-crime apresentada em 08 de setembro de 2023 pela associação ambientalista SOS Quinta dos Ingleses contra a Câmara de Cascais sobre a construção de um empreendimento turístico da cadeia hoteleira norte-americana Hilton, na Estrada Marginal, na Parede, por considerar a obra "totalmente ilegal".
A queixa-crime está relacionada com a venda por parte da Câmara de Cascais, em 10 de março de 2020, de um lote de terreno com 823,31 metros quadrados, na Estrada Marginal, na Parede, pelo preço de 312.700 euros, para a construção de um empreendimento turístico da cadeia hoteleira norte-americana Hilton.
Lusa
Rui Tavares quer novo sistema de financiamento para o ensino superior
O porta-voz do Livre, Rui Tavares, insistiu hoje, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, na defesa de um novo sistema de financiamento do ensino superior e reforçou o objetivo do partido de abolição das propinas.
Na campanha para as legislativas antecipadas de 10 de março, o dirigente partidário participou num debate sobre o ensino superior na UTAD, em Vila Real, e falou sobre a proposta do Livre para um novo financiamento deste setor assente em três pilares.
O primeiro pilar, explicou, seria oriundo da atividade económica e destinado a um fundo estratégico do ensino superior destinado à construção de laboratórios, bibliotecas e outros projetos de longo prazo que não se compadecem com os quatro anos de uma legislatura e que vão passar a ter um financiamento mais difícil na União Europeia.
Isso permitiria, acrescentou Rui Tavares, que "reitores e diretores de politécnico não andem a pedinchar para poder fazer aquilo que o país e a economia precisa".
Depois, num segundo pilar, as despesas de funcionamento seriam asseguradas pelo Orçamento do Estado e, por fim, um fundo de apoio ao estudante do ensino superior.
"Em parte financiado por quem já beneficiou do ensino superior e está nos mais altos escalões do rendimento do IRS, aqui encontra-se uma maneira que nos possibilita fazer a abolição das propinas, não estar a sobrecarregar os alunos com dívidas no início da sua vida ativa", defendeu.
Rui Tavares acredita que, para abolir as propinas, um objetivo que o Livre quer atingir, "é preciso ter um plano".
"Não basta dizer que se quer, é preciso demonstrar como", frisou, considerando que não é "justo que os estudantes muitas vezes desistam do seu curso por causa das propinas e isso acontece, apesar das bolsas, que não conseguem colmatar todas as lacunas".
Na sua opinião, o "que pode ser justo é que pessoas que tenham beneficiado do ensino superior público e que estejam nos mais altos escalões de rendimento no IRS paguem uma parte para um fundo de apoio ao estudante do ensino superior, um pouco com aqueles 0,5% do IRS" com que se pode fazer um fazer donativo ao setor social.
Rui Tavares referiu que "cada vez mais gente considera que as propinas não são um modo adequado de introduzir equidade no sistema e que, ainda por cima, acabam por criar muita fricção para os alunos que querem prosseguir os seus estudos".
"Agora é preciso encontrar o como, eu creio que é isso que falta para desencadear a abolição das propinas e é isso que o Livre traz, é essa diferença que traz a uma negociação para uma governação de progresso e de ecologia, é ter neste novo modelo de financiamento do ensino superior assente em três pilares", sublinhou.
Nesta ação de campanha Rui Tavares esteve acompanhado das cabeça de lista do partido por Vila Real e Bragança, respetivamente Mila Simões de Abreu e Anabela Correia, almoçando depois na cantina da academia transmontana.
Ainda em Vila Real, no parque Corgo da cidade, a comitiva do Livre, a que se juntou o presidente da Câmara, Rui Santos (PS), plantou uma árvore, um carvalho, e um arbusto, um buxo duriense com 12 anos.
Uma árvore que, segundo Rui Tavares, transporta com ela, de forma simbólica, o desejo de um novo modelo de financiamento para o ensino superior.
"Plantar uma árvore é sempre um gesto que nos projeta para o futuro e é um gesto ético", afirmou o dirigente do Livre, nesta campanha, já plantou arvores, pelo menos, no Porto e em Braga.
Mila Simões de Abreu contou que houve uma tentativa de colocar este carvalho ao lado de um carvalho de Auschwitz, no campus da UTAD.
"Foi-nos dito que era um ato um político e, portanto, não nos foi permitido. Sim, plantar uma árvore é sempre um ato político e para o futuro", frisou a candidata por Vila Real, que é também professora na academia transmontana.
Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.
A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.
Costa disponibiliza segurança pessoal a líderes partidários após ataque a Montenegro
O primeiro-ministro, António Costa, deu hoje instruções para que a PSP disponibilize segurança pessoal aos líderes dos partidos com assento parlamentar que o pretendam, na sequência do ataque ao presidente do PSD por um ativista climático.
Fonte do gabinete do chefe do Governo disse à agência Lusa que António Costa já falou com Luís Montenegro, tendo-lhe transmitido a sua decisão.
"O primeiro-ministro deu instruções ao ministro da Administração Interna para que a PSP disponibilizasse segurança pessoal aos candidatos que lideram as listas dos partidos com assento parlamentar", afirmou à Lusa a fonte do gabinete do chefe do executivo.
A mesma fonte acrescentou que Costa "já falou com Luís Montenegro, transmitindo-lhe isto mesmo".
A decisão de António Costa foi tomada após o ataque ao presidente do PSD ocorrido hoje durante uma visita à Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), no âmbito de uma ação de campanha eleitoral da AD.
Montenegro foi atingido com tinta verde por um jovem, que seria depois afastado por um agente da PSP.
Os ativistas do movimento Fim ao Fóssil reivindicaram entretanto a ação em comunicado, argumentando que "nenhum partido tem um plano adequado à realidade climática".
O movimento estudantil reivindica o fim aos combustíveis fósseis até 2030 e exige que se pare de usar gás para produzir eletricidade até o próximo ano, utilizando antes 100% eletricidade renovável e gratuita.
Montenegro anunciou, entretanto, que vai formalizar ainda hoje uma queixa contra o ativista que o atingiu com tinta verde, à entrada da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), e agradeceu as manifestações de solidariedade.
Brilhante Dias acusa a AD de começar a fazer o discurso da extrema-direita
O cabeça de lista do PS por Leiria, Eurico Brilhante Dias, acusou hoje a Aliança Democrática (AD) de começar a fazer o discurso da extrema-direita, explorando a questão da imigração, e de ameaçar um "retrocesso social" no aborto.
Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar do PS, falava num almoço comício, antes da intervenção final do secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos.
Numa alusão ao discurso proferido na segunda-feira pelo ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, num comício da AD, em Faro, considerou impensável que "um partido democrático fizesse a relação entre gente que trabalha - e que todos os dias constrói este país - e insegurança".
"A senhora Le Pen fazia isso em França. Quem faz isso é o Vox em Espanha, a AfD na Alemanha e o senhor Salvini na Itália. Isso é mesmo o diabo na nossa democracia", declarou Eurico Brilhante Dias, numa crítica a Pedro Passos Coelho.
Depois, o líder da bancada socialista estendeu essas críticas ao presidente do PSD, Luís Montenegro.
"Os `não é não, não respondo´, de Montenegro, está a transformar-se progressivamente num discurso que pega nas bandeiras da extrema-direita -- a extrema-direita antissistema democrático com discurso xenófobo e racista. É muito relevante que o laço entre a imigração e a segurança fosse estabelecido num comício da AD", apontou.
Eurico Brilhante Dias insurgiu-se também contra as declarações proferidas pelo vice-presidente do CDS-PP, Paulo Núncio, candidato pelo círculo eleitoral de Lisboa nas listas da AD, que defendeu a realização de um novo referendo à interrupção voluntária da gravidez (IVG), durante um debate promovido pela Federação Portuguesa pela Vida.
"Os dirigentes da AD fazem discursos de verdadeiro retrocesso social. Como é possível que em 2024 um dirigente de um partido democrático diga que tem de ser feito um referendo à IVG? Como é possível o regresso aos tribunais e às prisões? A direita democrática, entalada, começa a fazer o discurso da extrema-direita", sustentou.
Neste contexto, procurou dramatizar o voto no PS nas próximas eleições legislativas.
"Só o PS pode impedir que estas forças tenham poder em Portugal. É preciso mobilizar os democratas. O país precisa que o PS ganhe estas eleições", advogou.
No primeiro discurso do almoço-comício, com algumas dezenas de simpatizantes e militantes do PS, o presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, tal como faria depois Pedro Nuno Santos, assinalou a presença do ex-secretário de Estado Lacerda Sales, que foi cabeça de lista por este círculo eleitoral nas legislativas de 2022.
Depois, destacou Pedro Nuno Santos como uma pessoa com "capacidade trabalho, visão ambiciosa, consciência social, moderação, energia, ação, determinação".
"Não podemos voltar ao tempo dos garrotes e da asfixia financeira. Esta direita com pele de cordeiro é a mesma do tempo da troika. Os portugueses têm de optar entre a estabilidade e a responsabilidade do PS ou o aventureirismo", declarou o autarca.
Contou também uma conversa que teve com Pedro Nuno Santos, quando este era ministro das Infraestruturas e da Habitação, sobre o trajeto do futuro comboio de alta velocidade.
"O Pedro Nuno disse-me: Vais ter uma estação em Leiria e vais ficar a 30 minutos de Lisboa", relatou.
A seguir, o presidente da Federação do PS de Leiria e autarca da Nazaré, Walter Chicharro, responsabilizou o executivo de Pedro Passos Coelho pela falta de médicos em Portugal.
"Se o PSD voltar, significa privatizar a saúde e enfraquecer o Estado social", sustentou, antes de referir que estão em curso obras na linha ferroviária do Oeste por responsabilidade direta do ex-ministro de António Costa.
"Há fazedores de opinião nas televisões a tentarem destruir a imagem de Pedro Nuno Santos, mas não vamos deixar", acrescentou.
Antes do almoço comício, Pedro Nuno Santos fez uma arruada pelo centro de Leiria, tendo sempre ao seu lado Eurico Brilhante Dias e o presidente da câmara.
Entrou em dezenas de lojas (sapatarias, perfumarias, venda de ouro ou mobiliário) e foi globalmente bem recebido, sem manifestações de hostilidade por parte dos comerciantes ou de clientes dessas lojas.
No final do percurso, quase sempre feito debaixo de um sol intenso, teve um breve diálogo com uma vendedora idosa de castanhas. Um jornalista perguntou à senhora em que partido ia votar no dia 10 de março, ela recusou responder, mas dirigiu-se ao secretário-geral do PS.
"Digo-lhe o mesmo que disse [ao primeiro-ministro] António Costa há dois anos: É preciso coragem e desejo-lhe boa sorte", declarou a vendedora de castanhas, recebendo depois um abraço de Pedro Nuno Santos.
Pedro Nuno Santos liga AD ao regresso ao passado para as mulheres e desumanidade na imigração
O secretário-geral do PS acusou hoje a AD de representar um retrocesso social nos direitos das mulheres e falta de humanismo perante a imigração, mas assumiu problemas e tensões no Estado social na integração de trabalhadores estrangeiros.
Estas posições foram transmitidas por Pedro Nuno Santos no almoço comício de Leiria, num discurso em que voltou a condenar o facto de o presidente do PSD, Luís Montenegro, ter sido esta manhã atingido com tinta por um ativista climático na Bolsa de Turismo de Lisboa.
"Partilhamos a preocupação climática, mas desta forma só se chama a atenção para a tinta e não para a causa", declarou o líder socialista.
No seu discurso, o secretário-geral do PS voltou a referir-se ao discurso de segunda-feira à noite proferido pelo ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que fez uma relação entre imigração e segurança, estabelecendo neste ponto uma linha de demarcação face à direita política: "Somos humanistas e essa é uma marca distintiva de nós em relação a eles".
O secretário-geral do PS salientou depois o contributo dos imigrantes para a Segurança Social, cerca de 1600 milhões de euros ao ano, assim como para setores produtivos nacionais com dificuldades de mão-de-obra.
Mas, a seguir, prometeu "um combate sem tréguas à imigração ilegal, ao tráfico de seres humanos e à exploração laboral" e reconheceu problemas na resposta do Estado social à integração dos trabalhadores estrangeiros (e suas famílias) no país.
"Não vamos enfiar a cabeça na areia. Não estamos a fazer o suficiente. Temos de receber bem quem vem trabalhar para Portugal", completou.
Pedro Nuno Santos também aludiu a declarações do vice-presidente do CDS-PP, Paulo Núncio, candidato pelo círculo eleitoral de Lisboa nas listas da AD, que defendeu a realização de um novo referendo à interrupção voluntária da gravidez (IVG), num debate promovido pela Federação Portuguesa pela Vida.
O secretário-geral do PS aproveitou para dramatizar "a importância do voto das mulheres" no PS.
"É preciso evitar o retrocesso social. Está em causa o futuro. Não queremos regressar ao passado", declarou já na parte final da sua intervenção.
Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.
A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.
Montenegro formalizará queixa ainda hoje contra ativista que o atingiu com tinta
O presidente do PSD anunciou que vai formalizar ainda hoje uma queixa contra o ativista que o atingiu com tinta verde, à entrada da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), e agradeceu as manifestações de solidariedade.
"Vou formalizar ainda hoje essa queixa", afirmou Luís Montenegro, questionado pelos jornalistas à chegada a um almoço com pescadores e apoiantes na Costa de Caparica, distrito de Setúbal, no âmbito da campanha eleitoral para as legislativas antecipadas de 10 de março.
Já sem vestígios da tinta verde que lhe derramaram para a cabeça, Montenegro chegou com um pequeno atraso ao almoço, depois de ter cancelado um contacto com a população em Almada, devido ao episódio desta manhã.
Questionado se está recuperado, o presidente do PSD respondeu que "parcialmente" e criticou a natureza do protesto.
"Para ambientalista, o protesto não foi muito amigo do ambiente, obrigou-me a estar mais de uma hora debaixo de água só para tirar do corpo, e do cabelo sobretudo, os resquícios da tinta utilizada", explicou.
"Tenho a pele irritada no rosto e no pescoço, mas seguiremos", disse.
Questionado se o episódio pode condicionar ou desmobilizá-lo na campanha, respondeu negativamente.
"De maneira nenhuma. Pelo contrário, se contribuiu é para me motivar", disse.
Já sobre as reações de alguns partidos, que lamentaram o caso, Montenegro disse querer agradecer as "manifestações de solidariedade que vieram de todos os quadrantes possíveis e as centenas de mensagens de pessoas", a que pretende responder durante a viagem para Évora hoje à tarde.
Questionado se o episódio pode até resultar a seu favor, respondeu: "Não pretendo nada disso".
De manhã, após ter sido atingido com tinta verde por um jovem à entrada da Bolsa de Turismo de Lisboa, Luís Montenegro reagiu com humor, dizendo: "Estou preparado para tudo".
A PSP já informou que deteve o ativista que atingiu hoje com tinta verde o presidente do PSD, Luís Montenegro, e identificou outros quatro jovens.
Em comunicado, a Polícia de Segurança Pública refere que detetou um grupo de jovens com comportamentos suspeitos nas imediações Feira Internacional de Lisboa (FIL), onde está decorrer a BTL, tendo apurado que pertenciam a uma organização ambientalista.
Segundo a PSP, quatro dos cinco ativistas do grupo foram abordados de imediato pela polícia e tinham na sua posse uma lata de tinta que foi apreendida, mas um dos jovens "não foi monitorizado em tempo, motivo pelo qual conseguiu atingir" o líder da Aliança Democrática com tinta verde, bem como outros membros da comitiva.
A PSP refere que o ativista "foi de imediato intercetado e detido", tendo sido apreendida a lata de tinta utilizada para cometer o ilícito criminal.
PAN diz que votar na AD é um "voto contra os direitos das mulheres"
A porta-voz do PAN afirmou hoje que votar na AD "é um voto contra os direitos das mulheres", e acusou a coligação liderada por Luís Montenegro de não representar os valores do século XXI.
"Virem dizer que é preciso voltar a referendar o direito ao aborto é um passo atrás nos direitos das mulheres e demonstra que há claramente uma diferença entre o PSD e a Aliança Democrática [que inclui o PPM e o CDS]", disse Inês Sousa Real.
Para a candidata do Pessoas-Animais-Natureza, "foi um erro Montenegro ter dado a mão ao PPM, de Gonçalo da Câmara Pereira, e ao CDS, de Nuno Melo", alegando que "estão claramente a afrontar os direitos das mulheres".
Em Carcavelos, antes de uma visita à Nova SBE, Inês Sousa Real voltou a afastar qualquer apoio parlamentar à AD, e afirmou: "Alianças e coligações onde estão incluídos CDS e PPM são claramente agendas que não são progressistas, e não têm preocupações ao nível direitos dos animais e ambiente, e e menos ainda com os direitos da mulheres".
Na terça-feira, o vice-presidente do CDS-PP, Paulo Núncio, candidato pelo círculo eleitoral de Lisboa nas listas da AD, defendeu a realização de um novo referendo à interrupção voluntária da gravidez (IVG), num debate promovido pela Federação Portuguesa pela Vida.
Entretanto, hoje, o presidente do PSD assegurou que a AD não vai mexer na lei do aborto na próxima legislatura, considerando que este é um assunto arrumado e que a posição de Paulo Núncio só a ele vincula.
Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.
A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.
Montenegro: Não vamos mexer na lei do aborto, é assunto arrumado
O presidente do PSD assegurou hoje que a AD não vai mexer na lei do aborto na próxima legislatura, considerando que este é um assunto arrumado e que a posição de Paulo Núncio só a ele vincula.
"Esse assunto é um assunto que está absolutamente arrumado. Nós não vamos ter nenhuma intervenção nesse domínio na próxima legislatura", declarou Luís Montenegro aos jornalistas, na Costa da Caparica, no concelho de Almada, distrito de Setúbal, antes de um almoço de campanha da Aliança Democrática (AD).
Interrogado sobre a posição do vice-presidente do CDS-PP Paulo Núncio, quarto candidato pela AD no círculo de Lisboa, a favor de um novo referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez (IVG), o presidente do PSD apontou-a como uma "expressão individual e apenas e só a comprometer e a vincular o doutor Paulo Núncio".
"O que os portugueses querem saber é qual é a minha [posição] e o comprometimento da AD, e esse é muito claro: nós não vamos mexer nesta legislação. É tão simples quanto isso", acrescentou Luís Montenegro.
Marcelo diz que ataques com tinta por ativistas climáticos perderam eficácia
O Presidente da República considerou hoje que os ataques com tinta já perderam a eficácia, sublinhando que a luta climática "é boa" e que a manifestação é um direito que assiste a todos em democracia.
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas durante a visita à Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), onde, horas antes, o presidente do PSD, Luís Montenegro, foi atingindo com tinta verde por um ativista climático.
"A ideia é uma boa ideia, que é o clima e que todos partilhamos. [...] É um bom apelo, é um apelo de jovens, agora eu penso que a partir de determinada altura é uma forma de atuação muito pouco eficaz", considerou o Presidente da República, ladeado pelo primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva.
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que a manifestação é um direito que assiste a todos em democracia, mas considerou que esta forma de atuação "francamente, já perdeu eficácia", por ser repetitiva.
Nos últimos meses tem havido várias ações pelo clima, com ataques com tinta a membros do Governo, como o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, ou o ministro das Finanças, Fernando Medina, entre outras iniciativas levadas a cabo por ativistas.
Os ativistas do movimento Fim ao Fóssil reivindicaram a ação de hoje em comunicado, argumentando que "nenhum partido tem um plano adequado à realidade climática".
O movimento estudantil reivindica o fim aos combustíveis fósseis até 2030 e exige que se pare de usar gás para produzir eletricidade até o próximo ano, utilizando antes 100% eletricidade renovável e gratuita.
Líder do Chega contra novo referendo ao aborto
O presidente do Chega, André Ventura, manifestou-se hoje contra um novo referendo ao aborto e o eventual regresso à criminalização da interrupção voluntária da gravidez, defendendo que não é algo prioritário para o país neste momento.
"Enquanto eu for presidente do Chega, entendo que nós não devemos voltar à criminalização do aborto", afirmou André Ventura, indicando que "o partido não vai voltar a propor a criminalização do aborto e logo, por consequência, não voltará a alinhar num referendo sobre isso".
André Ventura falava aos jornalistas à chegada a um almoço/comício em Viana do Castelo, quando foi questionado sobre a posição do vice-presidente do CDS-PP Paulo Núncio, que defendeu a realização de um novo referendo à interrupção voluntária da gravidez.
O presidente do Chega considerou que, "no momento em que a sociedade está", não é "prioritário voltar a criminalizar o aborto".
"E acho que isso não seria um passo positivo face a tantos problemas que temos que resolver nesta altura", sustentou.
André Ventura indicou que essa é a sua posição pessoal e admitiu que "muita gente no partido entende diferente".
"Eu sou contra um regresso à criminalização da interrupção voluntária da gravidez. Enquanto for eu o presidente, o Chega não promoverá o regresso a uma lei que já não funcionava muito bem e que, na minha perspetiva, não resolve os problemas", referiu.
O líder do Chega assinalou que é a posição que "sempre assumiu" e que não lhe "ficava bem hoje dizer outra coisa".
O vice-presidente do CDS-PP, Paulo Núncio, candidato pelo círculo eleitoral de Lisboa nas listas da AD, defendeu a realização de um novo referendo à interrupção voluntária da gravidez (IVG), num debate promovido pela Federação Portuguesa pela Vida, avançou hoje a Rádio Renascença, emissora católica portuguesa.
"Devemos ter a capacidade de tomar iniciativas no sentido de limitar o acesso ao aborto e logo que seja possível procurar convocar um novo referendo no sentido de inverter esta lei que é uma lei profundamente iníqua", afirmou.
Paulo Núncio sustentou que, "depois de a liberalização do aborto ter sido aprovada por referendo - embora não vinculativo, mas com significado político - é muito difícil reverter a lei aprovada no parlamento".
No primeiro referendo, em 1998, o "não" à despenalização da IVG, realizada por opção da mulher, nas primeiras dez semanas de gravidez, venceu com 50,91% dos votos. No segundo referendo, em 2007, o "sim" venceu com 59,25%.
Entretanto, o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, salientou que um novo referendo ao aborto em Portugal não consta do acordo de coligação da Aliança Democrática, rejeitando que seja "tema para a próxima legislatura".
Rui Rocha recusa retrocesso na lei do aborto
O presidente da Iniciativa Liberal defendeu hoje que a atual lei do aborto é adequada, sublinhando que o seu partido não está disponível para acordos que envolvam qualquer retrocesso nessa matéria.
"A IL entende que o quadro legal é adequado, portanto, isso salienta também a necessidade de dar força à IL para que a transformação que desejamos seja uma transformação de futuro e não uma transformação no sentido do passado", afirmou Rui Rocha, no final de uma visita e reunião na União das Misericórdias em Lisboa, naquele que é o quarto dia oficial da campanha para as eleições antecipadas de março.
Esta reação do dirigente liberal surgiu depois do vice-presidente do CDS-PP, Paulo Núncio, candidato pelo círculo eleitoral de Lisboa nas listas da AD, ter defendido a realização de um novo referendo à interrupção voluntária da gravidez (IVG), num debate promovido pela Federação Portuguesa pela Vida.
Reafirmando que a posição da IL é clara nessa matéria, Rui Rocha vincou não querer um país onde as mulheres são perseguidas ou têm de fazer determinado tipo de atos na clandestinidade.
Questionado sobre a postura do PSD nesse assunto, o presidente da IL foi perentório em dizer ter a certeza absoluta de que da parte do PSD e do seu líder, Luís Montenegro, não haverá nenhum tipo de viabilização nesse sentido.
E acrescentou: "Não estará a IL para nenhum tipo de acordo que envolva algum retrocesso nessa matéria".
Paulo Núncio sustentou que, "depois de a liberalização do aborto ter sido aprovada por referendo - embora não vinculativo, mas com significado político - é muito difícil reverter a lei aprovada no parlamento".
"Eu acho que a única a forma de nós revertermos a liberalização do aborto passará por um referendo, por um novo referendo para nós conseguirmos ganhar, como ganhámos em 98. Mas é importante referir que em 2015, não obstante já termos a lei do aborto em vigor, e depois do referendo, em 2015, o Governo do PSD e do CDS - na altura era a PAF, enfim, era a AD, mas tinha outro nome - foi dos primeiros governos do mundo a tomar medidas no sentido de dificultar o acesso ao aborto. Não foi possível reverter a lei, é verdade, mas foram tomadas um conjunto de medidas que logo a seguir foram revogadas pelo Partido Socialista", defendeu.
As medidas a que se refere foram aprovadas pela maioria PSD/CDS-PP na última reunião plenária da legislatura 2011-2015, e incluíam taxas moderadoras na prática da IVG e a obrigação de consultas de psicologia e planeamento familiar.
No primeiro referendo, em 1998, o "não" à despenalização da IVG, realizada por opção da mulher, nas primeiras dez semanas de gravidez, venceu com 50,91% dos votos. No segundo referendo, em 2007, o "sim" venceu com 59,25%.
PAN lamenta ataque a Montenegro, mas compreende "frustração dos jovens"
A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, lamentou o protesto com tinta verde que atingiu o presidente do PSD, Luís Montenegro, em Lisboa, mas mostrou-se solidária com a "frustração dos jovens que vão pagar a fatura climática".
Em Carcavelos, Inês Sousa Real afastou qualquer ligação do Pessoas-Ambiente-Natureza (PAN) a organizações que protagonizaram o ato contra Luís Montenegro à entrada da Bolsa de Turismo de Lisboa, entretanto reivindicado pelo movimento Fim ao Fóssil.
"O PAN não tem qualquer ligação a estes movimentos da sociedade civil. Respeitamos a independência e autonomia destes movimentos", disse a candidata do PAN, acrescentando: "Ao invés de atirar tinta e estarmos a discutir esta ação, seria importante estarmos a discutir as políticas ambientais de cada força política".
Antes de uma visita à Nova SBE, em Carcavelos, Inês Sousa Real disse compreender a "frustração dos jovens, que vão pagar uma fatura ambiental muito pesada", mas considerou que a "sua força deve ser manifestada quer na rua, através de manifestações, como existiam antes pandemia, quer no boletim de voto".
Rui Rocha classifica de "intolerável" episódio de que foi alvo Montenegro
O presidente da Iniciativa Liberal (IL) condenou o facto do líder do PSD ter sido hoje atingido com tinta, classificando o episódio de "intolerável"
"Intolerável e condenação total. Quero aqui manifestar a minha solidariedade ao líder do PSD, Luís Montenegro", afirmou Rui Rocha à margem de uma visita à União das Misericórdias, em Lisboa.
O dirigente liberal frisou que todas as intenções, consequências e práticas que tenham como objetivo limitar e por em causa a democracia merecem a sua "total condenação".
Além disso, Rui Rocha frisou não ser aceitável que estes atos se estejam a repetir.
"Alerto que além destes atos há outras coisas a acontecer na democracia portuguesa que põem causa as instituições, que põem em causa a credibilidade até de quem pratica estes atos, diminuindo qualquer legitimidade que tivessem relativamente às ideias que defendem", afirmou.
Ventura diz que Montenegro foi alvo de "ato desprezível e de cobardia"
O presidente do Chega, André Ventura, considerou que o líder do PSD, Luís Montenegro, foi alvo de "um ato desprezível e de cobardia" ao ser atingido com tinta verde à entrada da Bolsa de Turismo de Lisboa.
"O que aconteceu em Lisboa, em que o candidato da AD foi atacado com tinta, é um ato desprezível e de cobardia", escreveu Ventura na rede social X (antigo Twitter).
O presidente do Chega considerou que este ato "não ajuda causa nenhuma, não representa de todo os jovens portugueses e merece condenação inequívoca".
André Ventura manifestou ainda solidariedade com Luís Montenegro.
Luís Montenegro lidera exposição nos noticiários das televisões
Luís Montenegro (PSD) lidera a exposição nos noticiários das televisões generalistas RTP1, SIC e TVI, com Pedro Nuno Santos (PS) e André Ventura (Chega) a completarem o 'top3' de protagonistas políticos, segundo dados hoje divulgados pelo grupo Marktest.
"O líder do PSD, Luís Montenegro, foi o protagonista político com mais intervenção directa nos principais espaços informativos dos canais generalistas portugueses desde o início do calendário de debates entre os candidatos às eleições legislativas do próximo dia 10 de março", lê-se no comunicado.
Entre 05 e 25 de fevereiro, de acordo com a recolha de dados feita pela Mediamonitor, do grupo Marktest, através do serviço e-telenews, "Luís Montenegro interveio em 164 notícias nos telejornais das 13:00 e das 20:00 na RTP1, na SIC e na TVI, gerando um total de quase nove horas de notícias com a sua participação ativa".
A RTP1 "tem sido genericamente a estação com mais informação sobre os principais candidatos às eleições legislativas, com 362 notícias nas últimas três semanas, contra as 240 da SIC e as 217 da TVI", segundo os dados.
No período em análise, o canal público "foi também a estação com mais peças emitidas sobre o líder do PSD, num total de 68 notícias".
Em segundo lugar no que respeita a protagonistas políticos com mais notícias "surge Pedro Nuno Santos, do PS, com um total de 147 notícias desde o início das rondas de debates entre os candidatos às legislativas".
Aliás, "o secretário-geral socialista foi, de resto, o único protagonista, a par de Luís Montenegro, a ultrapassar as oito horas em notícias nos canais generalistas", seguindo-se André Ventura, "com 118 notícias e perto de cinco horas e meia de exposição nas grelhas dos espaços informativos destes canais", lê-se no comunicado.
Segue-se Rui Rocha, líder da Iniciativa Liberal (IL), "com 104 notícias e cerca de quatro horas e 20 minutos de presença nos noticiários".
De acordo com os dados, "os restantes líderes partidários ficaram abaixo da fasquia das 100 notícias desde o início dos debates eleitorais, com Mariana Mortágua, do BE, e Paulo Raimundo, do PCP, a serem protagonistas em 98 notícias cada".
No entanto, "apesar de ter menos notícias do que Rui Rocha, o líder do PCP, Paulo Raimundo, é o quarto protagonista político com mais tempo de exposição nas notícias em que interveio, com um total de quatro horas e 24 minutos" e Mariana Mortágua "teve um total de quatro horas e 18 minutos de presença nos noticiários".
Nas posições seguintes do 'ranking' "surgem Inês Sousa Real, do PAN, com 68 notícias (equivalentes a três horas e 35 minutos) e Rui Tavares, do Livre, em 64 peças televisivas (duas horas e 41 minutos)".
Raimundo critica direita por querer "andar para trás" na lei do aborto
O secretário-geral do PCP criticou hoje a defesa manifestada pelo CDS de um novo referendo ao aborto, considerando que esse tema "está bem resolvido" e acusando a direita de querer voltar ao passado.
"Dizem que nós é que acusamos o CDS, o PSD, o Chega e a IL de falarem do passado... acusam-nos disso, mas afinal quem quer voltar ao passado são essas forças. Quem não tem mais nada para propor, propõe andar para trás", afirmou Paulo Raimundo, à margem de uma visita à Câmara Municipal de Santiago do Cacém (distrito de Setúbal).
Em declarações aos jornalistas a propósito da posição assumida na terça-feira pelo vice-presidente do CDS-PP e candidato por Lisboa da AD Paulo Núncio - num debate promovido pela Federação Portuguesa pela Vida, em que disse que "a única forma" de reverter "a liberalização do aborto passa por um novo referendo" -, o líder comunista lembrou o impacto dessa medida para o país.
"Cada um faz as suas opções e isso foi resolvido há 17 anos. Está bem resolvido. O que quer que lhe diga? Isso está resolvido, comemorámos no passado dia 11 de fevereiro 17 anos da vitória do 'Sim' no referendo da interrupção voluntária da gravidez. Uma grande vitória das mulheres, uma grande vitória do país e uma grande vitória da saúde pública", acrescentou.
Paulo Raimundo recusou alongar-se em mais comentários sobre essa matéria, assinalando que a vontade da CDU (Coligação Democrática Unitária, que junta PCP e PEV) é de "andar para a frente", apontando como prioridades "mais salários, mais saúde, mais habitação e resposta aos problemas das pessoas". "Não é de jigajogas, para trás já basta assim", concluiu.
O vice-presidente do CDS-PP, Paulo Núncio, candidato pelo círculo eleitoral de Lisboa nas listas da AD, defendeu a realização de um novo referendo à interrupção voluntária da gravidez (IVG), num debate promovido pela Federação Portuguesa pela Vida, avançou hoje a Rádio Renascença, emissora católica portuguesa.
"Devemos ter a capacidade de tomar iniciativas no sentido de limitar o acesso ao aborto e logo que seja possível procurar convocar um novo referendo no sentido de inverter esta lei que é uma lei profundamente iníqua", afirmou.
Paulo Núncio sustentou que, "depois de a liberalização do aborto ter sido aprovada por referendo - embora não vinculativo, mas com significado político - é muito difícil reverter a lei aprovada no parlamento".
"Mas é importante referir que em 2015, não obstante já termos a lei do aborto em vigor, e depois do referendo, em 2015, o Governo do PSD e do CDS - na altura era a PAF, enfim, era a AD, mas tinha outro nome - foi dos primeiros governos do mundo a tomar medidas no sentido de dificultar o acesso ao aborto", sublinhou.
"Não foi possível reverter a lei, é verdade, mas foram tomadas um conjunto de medidas que logo a seguir foram revogadas pelo Partido Socialista", defendeu.
As medidas a que se refere foram aprovadas pela maioria PSD/CDS-PP na última reunião plenária da legislatura 2011-2015, e incluíam taxas moderadoras na prática da IVG e a obrigação de consultas de psicologia e planeamento familiar.
No primeiro referendo, em 1998, o "não" à despenalização da IVG, realizada por opção da mulher, nas primeiras dez semanas de gravidez, venceu com 50,91% dos votos. No segundo referendo, em 2007, o "sim" venceu com 59,25%.
Mortágua condena "ataque à liberdade" de que foi alvo Montenegro
A coordenadora do BE condenou o "ataque à liberdade na campanha" eleitoral e à democracia que representou o facto do líder do PSD ter sido hoje atingido com tinta, considerando que os autores são "os piores defensores" da causa climática.
O presidente do PSD, Luís Montenegro, foi hoje atingido com tinta verde por um jovem à entrada da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), onde se deslocou em campanha eleitoral.
"O ataque de hoje ao PSD é um ataque à liberdade na campanha eleitoral e portanto à democracia", condenou Mariana Mortágua através de uma mensagem nas redes sociais.
Na opinião da líder bloquista, "se os autores desta ação alegam uma causa justa, então são os piores defensores dessa causa".
O jovem que atingiu Luís Montenegro foi imediatamente afastado por um agente da PSP e o líder da AD reagiu com humor, dizendo: "Estou preparado para tudo".
Já o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, parceiro de coligação do PSD nas listas da AD, que acompanhava Luís Montenegro na visita, considerou tratar-se de um "ato cobarde e infantil".
Pedro Nuno Santos condena protesto com tinta contra Luís Montenegro
O secretário-geral do PS condenou o protesto com tinta verde contra o presidente do PSD, Luís Montenegro, em Lisboa, apelando a que não se repita e a que se respeite quem está a defender as suas posições.
"Condeno qualquer protesto em contexto de campanha democrática. Nós temos de saber respeitar, isto é um momento muito importante da nossa democracia. Os partidos estão a fazer legitimamente as suas campanhas, a apresentarem os seus projetos, e nós temos de respeitar, e depois o povo português expressa a sua intenção de voto nas urnas no dia 10 de março", declarou Pedro Nuno Santos.
Afirmando não ter conhecimento do protesto, Pedro Nuno Santos disse lamentá-lo profundamente e pediu que não se repita, salientando que a democracia foi a "maior conquista dos últimos 50 anos" e é preciso protegê-la.
"Nós devemos defender o nosso ponto de vista sem atropelar o direito aos outros de defender as suas posições, e neste caso da Aliança Democrática (AD). Todo o respeito a quem, na AD, defende as suas propostas, mas, naquilo que nos diferencia, com a nossa crítica e o nosso combate", afirmou.
O secretário-geral do PS falava aos jornalistas após uma visita à Startup Leiria.
Montenegro atingido com tinta verde na Bolsa de Turismo de Lisboa
O presidente do PSD, Luís Montenegro, foi hoje atingido com tinta verde por um jovem à entrada da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), onde se deslocou em campanha eleitoral.
O jovem foi imediatamente afastado por um agente da PSP e Luís Montenegro reagiu com humor, dizendo: "Estou preparado para tudo".
"Queria apenas lamentar este episódio mas dizer que tenho todo o respeito pelas pessoas que se manifestam e que defendem as suas causas, mas se a ideia era transmitir-me a preocupação que todos devemos ter com as alterações climáticas e as questões da sustentabilidade era mais fácil termos conversado, termos dialogado acerca disso", defendeu ainda.
Já o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, parceiro de coligação do PSD nas listas da AD, que acompanhava Luís Montenegro na visita, considerou tratar-se de um "ato cobarde e infantil".